“Quando tiver dúvida, fique em silêncio.”
(Alice no País das Maravilhas)
“Agosto, mês de desgosto”. Bom, pelo menos é isso que o ditado popular diz. Mas não aqui na Woo!. Sem feriados e se estendendo mais do que necessário – chega o natal e agosto não acaba – esse é um mês longo por natureza. Por isso, e talvez por causa disso, é que resolvemos deixá-lo mais leve para você. Por favor, sente-se em um lugar confortável, respire, relaxe; e deixe a magia acontecer.
Preparamos um roteiro mais que especial. Você, nobre leitor, será convidado a entrar no País das Maravilhas. Uma viagem incrível e bem diferente daquela que estamos acostumados a ver nos filmes e nos livros de Lewis Carroll. Em parceria com a Editora Novo Conceito, arrumamos as malas, apertamos os cintos e lá vamos nós.
“O lado mais sombrio” é nossa parada. A escritora A.G. Howard resolveu pôr no papel a versão dela de tudo que aconteceu com a Alice após ela ter caído na toca do coelho. Assim, como se sucederam os anos – muitos anos – depois que ela voltou para nós, pobres humanos mortais. Com uma trilogia (mais uma) cheia de aventura, romance, fantasia e mistério; Howard nos mostra que Alice Liddell deixou um legado. E herdeiros.
Alyssa Gardner é nossa personagem principal. Descendente de Alice, Alyssa não é bem uma jovem tão normal. Na verdade, a todo momento ela carregou o peso das histórias de Carroll – que aqui, como adendo, é um personagem também. Ela consegue ouvir insetos e flores, mas sempre achou que isso fosse um sintoma de esquizofrenia, passado de maneira genética desde Alice para sua família.
Sua mãe – Alison – também fora atingida por essa onda de loucura que acometeu a família. E assim, como aconteceu com a própria Alice, Alison encontra-se em um Sanatório. O maior medo de Alyssa é que ela vá fazer companhia a sua mãe em uma daquelas celas acolchoadas.
Seu pai é um grande companheiro. Ele entende as suas dores e seus conflitos, mas acha que essas coisas provêm do resultado de ter a mãe internada em um sanatório. Eles a visitam com frequência, mas às vezes ela não reage bem a essas visitas. E acaba, a maior parte de tempo ficando sedada para a sua própria segurança. Para Alyssa, vê-la nesse estado é a pior coisa do mundo. E ela sabe, ainda que instintivamente, que essa loucura toda tem um fundo que não é genético. E ela precisa ir descobrir o que é. Ou vai acabar tendo o mesmo destino de todas as mulheres de sua família.
Jeb e Jenara são irmãos e seus melhores amigos. Alyssa nutre uma paixão platônica por Jeb, mas sabe que ela talvez nunca seja correspondida, já que o moçoilo namora Tyalor, a menina mais popular da escola. Sem contar que o casal, que está terminando os estudos, planeja viver em Londres. Para Jeb e sua carreira artística, essa é uma chance de ouro. Para Alyssa, essa mudança significa perder mais uma pessoa que ama.
E para completar essa saga, nossa personagem ainda tem sonhos que não consegue identificar. Ela sabe que as histórias sobre o País das Maravilhas, de alguma maneira são verdades. E em um momento de lucidez de sua mãe, ela descobre que lá, uma maldição fora lançada em sua família. Só Alyssa pode fazer com que essa maldição seja quebrada e que sua mãe tenha uma chance de voltar para casa. Ou dela mesma não ir parar no hospício.
E é assim que somos apresentados a Morfeu… “a lagarta”… Morfeu a acompanha desde criança. Levava Alyssa para o País das Maravilhas para que ela crescesse junto com os outros intraterrenos e se acostumasse desde de sempre com sua “verdadeira” realidade. Ele a visitava em sonhos. E assim temos a singularidade do Deus do sono (Morfeu), e o nosso galante sedutor da história.
Morfeu tem um “Q” de anti-herói sedutor. Seu cinismo e histórias que sempre são deixadas pela metade, para que Alyssa continue o resto, é que a arrastam para um mundo completamente novo. E assim, ela – e Jeb por um erro, ou desejo concedido – vão parar no País das Maravilhas.
Pensem em um lugar completamente psicodélico, com criaturas peculiares e muita, muita esquisitice. Bem, esse é o País das Maravilhas. E é aí que Alyssa vai passar por muitas provações até conseguir desfazer o nó que começou séculos atrás, quando Alice resolveu seguir o coelho – que não é coelho, e sim quase um zumbi, com seus ossos e pele necrosada no lugar dos pelinhos fofinhos e simpáticos.
A narrativa – em primeira pessoa – de Howard é bastante singular. A cada capítulo ela nos apresenta uma nova aventura e um novo mistério. Fazendo com que o leitor fique preso nessa saga até que toda situação se resolva. Tudo que parece nem sempre é. E você fica buscando os verdadeiros vilões e mocinhos dentro desse desenlace. Ah! Sim! Há muitas voltas e reviravoltas. E nós, leitores somos aprisionados junto a Alyssa.
A diagramação de capa e páginas do livro também são fantásticas. As cores vivas e o tipo de foto fazem com que seus movimentos sejam quase reais. É um livro que te conquista desde já nas prateleiras das livrarias. E a narração te faz ter experiências quase sinestésicas, já que a todo momento Alyssa compara situações aos cheiros que está sentindo. Assim nós ganhamos em todos os quesitos.
Ah! E sabe seus personagens favoritos?! O gato de Cheshire, o Chapeleiro Maluco, as irmãs Tweed, rainha branca e a rainha de Copas… bem… estão todos lá. É uma aventura e tanto!
“Não há sinceridade na traição.” [p.297]
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