No episódio que marcou o retorno de “The Walking Dead” da mid-season, o clima foi de despedida. A hora de dizer adeus a Carl (Chandler Riggs) chegou de uma maneira comovente, num episódio que novamente tocou na velha e cansativa questão da trama de Robert Kirkman, a morte e suas consequências.
Atenção: a matéria possui spoilers do nono episódio da oitava temporada de “The Walking Dead”. Leia os outros reviews aqui.
O episódio começa com mais um dos sonhos de Rick (Andrew Lincoln), onde todos envelheceram, e que ao longo da narrativa acaba se inserindo na história. Em cada pedaço do sonho, ele vê uma pessoa. Surpreendentemente, em um determinado momento, ele vê Negan (Jeffrey Dean Morgan). Em todos os sonhos, é Judith que faz o elo entre ele e as pessoas.
O que realmente aconteceu com Carl é explicado e, de fato, ele foi mordido por um zumbi no sexto episódio, ao tentar salvar Saddiq (Avi Nash). Por isso, ele armou o plano para salvar todos em Alexandria na guerra contra os Salvadores, uma vez que seu destino já estava traçado. E a execução desse plano ganha espaço para ser justificado no episódio, mostrando as cartas que o jovem escreveu para os amigos e como viveu aquele breve tempo escondendo de todos o que havia acontecido. Do momento em que conta para Rick e Michonne (Danai Gurira) até sua execução e enterro, todas as cenas são de chorar. Principalmente se observando diretamente as perdas de ambos os personagens. Tanto Rick quanto Michonne já perderam muito em toda a história do apocalipse. É triste ter que colocar um ponto final na amizade de Carl e Michonne, que tanto encantou os fãs após a morte de Lori (Sarah Wayne Callies).
E, claro, que o filho do xerife não se despediria sem revelar seu lado solidário e pedir ao pai que mude de comportamento e pare a guerra. Ele apela e pede a Rick que volte a ser quem era na época da prisão. Quem acompanha a série sabe que foi na prisão que Carl e Maggie (Lauren Cohan) fizeram o parto de Lori, quando estava grávida de Judith e, depois de sofrer uma hemorragia, o menino a executa. Considerando tudo o que já aconteceu nessas oito temporadas, a despedida de Carl é emocionante, pois o personagem era bem querido. Jogada injusta, Kirkman.
Dando continuidade a história, Morgan (Lennie James) e Carol (Melissa Mc Bride) estão à frente do plano para salvar Ezekiel (Khary Payton) dos Salvadores. O que surpreende aqui é a contradição do comportamento de Morgan que mais uma vez, de maneira desnecessária, ganha espaço na trama. Morgan se torna um personagem frio, sua expressão revela que não há arrependimento ao matar os inimigos, aqui, no caso, os homens de Negan. Carol e Ezekiel, porém, se posicionam contra esse comportamento, uma atitude que não influencia em nada na trama, até porque ambos os personagens já assumiram a postura do amigo. O que choca, mesmo, é até que ponto o ato de matar consome o ser humano, representado rapidamente por uma criança no fim do episódio. Vale lembrar que Morgan será o personagem responsável pelo crossover entre “The Walking Dead” e “Fear The Walking Dead”, que já foi confirmado por Kirkman.
Ainda que o episódio tenha conquistado pelo apelo emocional, a falta de cenas de ação, de um roteiro consistente e de empenho tem se destacado. O ritmo não é mais o mesmo e parece que falta “atar as pontas” da história para ela seguir. Considerando as HQs, ainda tem muita história para ser contada na série, até porque, a guerra ainda não acabou.
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