Show aconteceu no dia do aniversário de morte do Rei do Pop
Rodrigo Teaser é o brasileiro que ganhou fama não só aqui, mas fora, por conta de sua performance reproduzindo fielmente Michael Jackson nos palcos. É de fato o mais próximo que se pode conseguir da experiência de ir a um show do Rei do Pop. As coreografias, os figurinos, a iluminação, dançarinos, até os gestos e movimentos estão ali exatamente como hoje só podemos assistir em DVD e no YouTube.
Fã incondicional do artista, com apenas 9 anos de idade, Rodrigo já preenchia os olhares interpretando Michael. Hoje ele já tem no currículo palcos dos EUA: Broadway, Los Angeles, Orlando, Ásia: Malásia, Singapura, Kuala Lumpur, 2 noites esgotadas no maior teatro em Dubai, abertura do FIFAFUNFEST no Catar para um público de 40 mil pessoas.
E o tributo realizado no último domingo (25) no Qualistage, no Rio de Janeiro, era especial. Deu-se exatamente no dia em que a morte do astro completou 14 anos. Se os shows são normalmente emocionais, esse teve uma carga afetiva ainda maior.
Rodrigo se inspira sobretudo na turnê Dangerous, a única com que Michael veio ao Brasil, em outubro de 1993. O setlist segue em boa parte o daquela excursão. Abre os trabalhos com Jam, faixa do disco homônimo da tour, e segue com Wanna Be Starting Something, do álbum “Thriller”.
Rodrigo lembrou do aniversário da partida de Michael e pediu para que a plateia cantasse para que ele ouvisse de onde ele estiver.
Human Nature teve execução bastante semelhante à da Dangerous Tour, assim como as duas faixas anteriores. Smooth Criminal já conta com imagens no telão ao fundo do palco (que também conta com uma plataforma superior) em que as imagens exibidas, dentro do contexto de Chicago anos 40 do videoclipe, assemelham-se ao que seria usado no show This Is It, as datas em Londres que seriam a despedida de Michael Jackson dos palcos, mas não aconteceu, pois o ídolo faleceu antes.
Um dos momentos mais interessantes dos shows de Michael era quando ele revisitava o Jackson 5, a banda que ele tinha com os irmãos na infância e na adolescência. Daí veio o medley com I Want You Back, The Love You Save e I’ll Be There, que contou com a participação mais do que especial de Kevin Dorsey, backing vocal de todas as turnês do astro pop em carreira solo. Ele também trabalha no show de Rodrigo como arranjador vocal e diretor musical.
O Qualistage se transformou em pista de dança em Rock With You. O clássico do álbum Off The Wall. Esse é o momento em que Rodrigo pede para as pessoas se levantarem (o show era com mesas e cadeiras) e dançarem.
Depois de um número dos dançarinos ao som de Shake Your Body (Down To The Ground), chega mais uma participação especialíssima da noite. Para acompanhar Rodrigo em Beat It, ninguém menos que Jennifer Batten, a icônica guitarrista de Michael, que cumpre muito bem com a tarefa hercúlea de fazer as vezes de Eddie Van Hallen no inesquecível solo da faixa do álbum Thriller. E para deleite dos fãs, ela seguiu no palco junto com a banda para as demais músicas.
The Way You Make Me Feel repete o mise-en-scène do videoclipe, em que Michael corre atrás de uma garota por quem está obcecado (até Britney Spears já interpretou o papel no palco, que no clipe ficou eternizado por Tatiana Thumbtzen. No palco a garota é interpretada pela própria mulher de Rodrigo.
Will You Be There iniciou o momento mais terno do show, que continua com Heal The World, momento Michael levava ao palco várias crianças de diferentes etnias, com roupas típicas de cada cultura. Aqui, subiram crianças da plateia no palco, várias delas fazendo cosplay de Michael Jackson.
Depois da candura, o terror com Thriller com direito a zumbis e aquela coreografia que o mundo inteiro sabe de cor. Mas faltava o ponto alto. Aquela música que é o teste para qualquer cover de Michael Jackson. Sendo bem executada, passa no teste. Em Billy Jean Rodrigo mostra porque é o cover de MJ mais prestigiado do Brasil e corre risco de ser considerado como tal no mundo. Um número que exige muita técnica, mas o artista faz com a naturalidade que se aproxima demais da de Michael.
Black Or White encerrou o show, mas ainda havia um bônus. Rodrigo voltava ao palco com trajes “civis” para executar duas músicas de seu projeto autoral. Segundo ele, aquela é a parte do show que ele se despe do ídolo e se apresenta como um fã. A noite termina com This Is It executada no sistema de som e uma imagem do Rei do Pop no telão.
Um belo tributo que lava a alma dos fãs e permite a uma geração (havia muitas crianças e vária pareciam ser fãs) ter pelo menos a ideia do que eram os shows de Michael Jackson. E isso não é para qualquer um. Rodrigo mostra que o trabalho de um cover pode ser muito relevante.
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