Sing Street é um musical de 2016 que estreou há poucas semanas na Netflix e não passa despercebido pelos olhos mais sensíveis. É mais um musical, mas não apenas um outro musical. Ambientado nos anos 80, Sing Street começa como diversos filmes da década, um garoto que tá afim de uma garota e todas as confusões decorrentes disso. Só que nesse caso o garoto decide montar uma banda.
O protagonista Conor é convidado à sua jornada do herói quando os seus pais anunciam problemas financeiros e a sua consequente mudança de escola, de uma privada para uma pública católica. O ambiente coordenado por um padre severo contrasta com o contato com o rock que ele passa a estabelecer, da atitude à imagem.Com figurinos divertidos, referências e muito saudosismo, o musical visita o passado sem ficar muito nele. É gostoso, divertido e um bom filme. Como La La Land, visita algumas questões comuns a artistas: identidade, jornada, decepções e reviravoltas. Há uma tendência a desprezar os musicais, a não ser que eles causem burburinho nas premiações. Tudo bem o filme ser legal, mas Deus me livre reconhecê-lo. Há também quem recorra ao passado para comparar o que é feito hoje ao que foi exibido em 1950. Alguns são verdadeiramente forçados e chatos, mas nem todos. Não é o caso de “Sing Street” ou “La La Land”, que se inspiram no passado sem se se deixar afogar no clima nostálgico exagerado.
Estamos falando sobre ontem, sobre hoje, sobre qualquer lugar. Como me disse uma professora de roteiro e jamais vou esquecer: o filme só é clássico quando o mundo inconfundível é bem localizado. Parece contraditório, mas não é. Boas histórias são bem delineadas em seus detalhes e não podem deixar de ser precisas.A jornada do protagonista é mais do que a jornada da conquista da garota; é sobre a conquista de si mesmo e do seu próprio espaço e identidade. Com um mentor irreverente, o irmão ovelha negra da família, ele junta os amigos e aprende como fazer “música de verdade” e a compor suas próprias obras.
No fim, a garota é um mero detalhe e a música fala mais alto. Porém, as lembranças dela e o caráter de musa inspiradora (sem ocupar uma posição engessada, ela é inteligente e perspicaz) conduzem Sing Street, uma brincadeira com o nome da escola, ao seu ápice. A trilha sonora é um brilhinho à parte para quem curte a época.
Nós precisamos de leveza. Nunca precisamos tanto de leveza. Deixemos os filmes serem também flutuantes, isso não diminui o caráter filosófico do Cinema. Cinema sempre faz pensar. Se você sai um pouco diferente da sessão a missão foi cumprida. Está na Netflix, vai lá, garanto que no mínimo o pé você vai balançar.
Hasta la vista, Musicálios.
Por Érika Nunes
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Sem dúvida é muito bom esse filme, acredito que a diferença para La la land é o público, Sing Street é voltado para o público adolescente, e La la land já atinge um público mais “crescido”, isso na minha visão é claro. Para mim é indiferente o público alvo, pois irei ver sim, seja lendo a sinopse do filme, seja no modo aleatório ou interesse pela capa do filme.
As músicas por si só já são elementos do filme, na trilha sonora ou na mixagem, mas quando a música entra e se torna mais um elemento do filme ai fica muito bom e gostoso, e sso é Sing Steeet.
Também acho Sing Street incrível, Gustavo! Mesmo sendo um filme que pode ser considerado mais juvenil, ele tem essa capacidade de atingir várias faixas, especialmente pela trilha :).