Virou um costume ver o rosto de Whoopi Goldberg e associá-lo a filmes família, engraçados, com ótimas tiradas. E, na verdade, a atriz é uma ótima humorista, sempre com a piada certa e um olhar que já faz qualquer um rir, mas nem só filmes cômicos recheiam o currículo dela.
Confira abaixo alguns filmes que passam longe do “faz-me rir”.
A Cor Púrpura
Ainda que ela tenha se firmado como um grande nome da comédia, Whoopi apareceu em vários filmes que exigiam mais do que apenas piadas prontas. Sua estreia no cinema foi no dramático A Cor Púrpura. Denso, intenso, profundo, por muitas vezes bastante sofrido, mas brutalmente real, o filme de Steven Spielberg, que trata sobre racismo e discriminação sexual, fez Goldberg estrear já marcando pra sempre seu nome no cinema. Sua atuação como Cellie foi tão vibrante que logo foi reconhecida como uma das melhores de 1986, fazendo com que a crítica caísse de amores por ela e o público chorasse enquanto a assistia no longa. Mesmo mais de 30 anos depois, sua atuação ainda é referência e a produção está entre os melhores filmes de todos os tempos.
Corrina: Uma Babá Perfeita
A babá que se encanta pela criança que cuida e se apaixona pelo patrão não foi um estouro de bilheteria, mas é uma ótima referência. Goldberg está no papel principal e vê-se envolvida no drama que se passa no fim da década de 60, quando os Estados Unidos ainda era fortemente racista. Contratada por um viúvo que acabara de perder a esposa, Corrina, personagem da atriz, logo desenvolve um vínculo forte com a pequena Molly, que traumatizada com a perda da mãe, para de falar. Com a relação criada entre as duas, a criança volta a conversar e até mais, volta a ser o que era antes. O problema está na relação que se cria entre Corrina e Manny, o pai. Apesar de ser muito bem tratada, a mulher é apenas uma empregada e, ainda por cima, negra, coisa que não era bem vista na época. Whoopi faz muito bem o papel, ainda que o filme não seja tão denso quanto poderia ser.
Ghost – Do Outro Lado da Vida
Mesmo que tenha, no filme, uma personagem com um forte sentido cômico, Ghost sempre será um romance dramático, então por mais que sua Oda Mae Brown tenha cenas engraçadas, ela também será lembrada por ter sido o portal que o personagem de Patrick Stewart, Sam, precisava para proteger Molly – Demi Moore. O romance dos dois sempre será um dos mais bonitos – e melosos – da história da sétima arte, mas ele não teria tido o final compreensível que teve não fosse a personagem de Goldberg, que foi indicada a diversos prêmios e abocanhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante de 1990.
Garota, Interrompida
O excelente drama sobre a desajustada Susanna é uma referência para muitas pessoas. O filme não é apenas uma produção maravilhosa, mas trata com cuidado e respeito várias enfermidades psiquiátricas. O longa, que conta com atrizes maravilhosas como Angelina Jolie, Brittany Murphy, Winona Ryder, traz também Goldberg no papel de enfermeira meio mãe das personagens. Durona, porém querida entre suas pacientes, Valerie vai tentando ajudá-las conforme consegue. É ela quem conversa com Susanna, tentando ser sempre sua consciência, seu apoio para o mundo real. Uma pena que a personagem sirva apenas pra Goldberg mostrar seu grande talento fora da comédia porque não há uma história própria da enfermeira: ela apenas vive dentro do hospital e apenas serve pra ajudar a protagonista.
Pra sorte do público em geral, desde sua estreia, a atriz nunca parou de trabalhar, seja na TV seja no cinema. Ainda há diversos outros gêneros que ela se sai bem, como em musicais, animações e filmes pra toda família.
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Legal destacar esse lado da atriz. Um dos momentos mais emocionantes no filme “The Beatles: Eight Days a Week – The Touring Years” é o depoimento da Whoopi. É tocante ver ela contar como ir ao show dos garotos ingleses, numa época de extrema segregação racial nos EUA (e eles se negaram a tocar caso os negros fossem proibidos de ir) a fez, pela primeira vez, se sentir uma pessoa igual às outras, com o direito de compartilhar daquela maravilha. Uma mulher talentosa e sensível e ainda bem que o cinema dá a ela a chance de mostrar isso em diferentes trabalhos.