Reunimos 10 produções com os finais mais odiados e infames entre os fãs
Criar uma boa história não é fácil, e amarrá-la então mais ainda! Pensando nisso, reunimos 10 mídias que podem não ser necessariamente ruins, e até cativaram o público enquanto duraram, mas cujo final foi tão desastroso que conseguiram levar a reputação desses títulos para a lama. Vamos lembrar de alguns?
Esta lista contém spoilers, proceda com cautela em obras que você não nos quer ver falando sobre seu final.
Game of Thrones (2011–2019)
Vamos tirar o elefante da sala.
Impossível fazer uma lista de finais desastrosos e não falar de “Game of Thrones”, e pudera: a série adaptando os livros de George R. R. Martin foram o maior fenômeno da cultura pop durante a década de 2010. Alguns fãs até tentam barganhar, afirmando que, como os diretores tiveram que divergir dos livros após acabar o material adaptável, o final dos livros será diferente — contudo, os anos se passam e parece cada vez mais improvável que o autor termine de escrever a saga.
As críticas já estavam presentes durante a 5ª temporada, e só foram crescendo até seu fim, na 7ª temporada, afinal, acontecimentos cada vez mais saíam do controle das mãos dos show-runners, visto que personagens começavam a agir fora da maneira esperada, sem explicação da série ou tempo para desenvolvimento, .
As tramas do final não são inerentemente ruins, mas definitivamente apressadas e mal escritas; são tantos saltos temporais que a série só foi despejando acontecimentos na cara do telespectador. E, francamente, mais dolorido que a morte de Daenerys é Bran Stark sentando no Trono de Ferro.
Supernatural (2005–2020)

“Sobrenatural” fechou a década passada de uma forma amarga para o fandom que acompanhou a série por quinze anos e 327 episódios. Parte do apelo da série veio da forma espirituosa que o roteiro abordava lendas e conseguiu criar sua própria atmosfera de ficção urbana.
Este não é, na nossa opinião, um final ruim, mas é compreensível que fãs tenham se sentido traídos após Dean morrer de maneira bem banal na finale. Pelo menos, com um final feliz, embora agridoce, os irmãos Winchester se reencontram eventualmente no paraíso; poético, mas um tanto quanto cafona.
Shingeki no Kyojin (2009–2021, 2013–2023)

Não é surpresa que o grande fenômeno de anime/mangá da década passada teve final comparado ao do já citado “Game of Thrones”, retumbante sendo a dupla retaliação da comunidade — uma quando o mangá acabou, e outra com o anime (alguns fãs ainda queriam acreditar que o final seria diferente).
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“Quando é que as coisas deram errado” vai seguir para sempre como um debate, mas nossa resposta é bem simples: desde o início. Isto é: ao que se argumente que: I – o final foi apressado pelo editor da Bessatsu, II – que o final seria diferente se o estrondo fosse plenamente sucedido; III – a série deveria ter acabado com o encontro do oceano, este final, ainda que não exatamente nesses termos, estava planejado desde o primeiro dia, mas o próprio autor admite que perdeu o controle em determinado ponto.
Uma pena, porque é, com todos os defeitos, uma obra muito divertida de se acompanhar.
The Last of Us (2013–2020)

Dividindo a comunidade, “The Last of Us” recebeu grande aclamação quando foi lançado. Foram anos de espera por uma sequência até que ela chegou ao mundo sete anos depois, somente para dividir a comunidade como poucos outros títulos.
Dá para dividir o hate em duas frentes: a primeira pela condução da segunda parte, uma história tradicional de vingança e ciclo do ódio, na qual o querido Joel é morto de uma forma de se quebrar o coração, e ver o cadáver ser revirado durante o jogo, sem uma conclusão tradicional de vingança, foi um ponto de inflexão para a comunidade. A outra, um pouco mais triste, é pela recepção negativa de fãs com questões de representatividade, havendo uma campanha de boicote antes mesmo de sua estreia.
Os jogos foram adaptados para uma série que estreou em 2023 na HBO, com segunda temporada chegando neste abril. Vale lembrar que parte da comunidade não foi nada gentil, transferindo suas frustrações com a personagem Ellie para a atriz Bella Ramsey.
As Crônicas de Nárnia (1950–1956)

Clássico da fantasia, três dos sete livros de “As Crônicas de Nárnia” foram adaptados ao cinema entre 2005 e 2010, e com um reboot anunciado pela Netflix, a série literária deve voltar com tudo nos próximos meses. No entanto, o final da franquia é bem anticlimático.
Nárnia sempre foi uma alegoria cristã no “sutil” dentro do possível, isto é, até o último livro, em que C. S. Lewis leva esse trem desgovernado ligado no modo Apocalipse (ou Revelação). O julgamento chega em Nárnia, sua terra e habitantes são destruídos, e os protagonistas — ou melhor, parte deles — morrem e vão para a “verdadeira Nárnia” (o Paraíso), pois a anterior era apenas uma sombra corrompida.
Quem fica de exemplo aos leitores é Susan, uma das irmã Pevensie, quem os personagens comentam que não pôde ir por ter se tornado fútil, explicando-no através de coisas particulares do universo feminino no imaginário da época. Ao que se argumente que essa seja uma narrativa anti-consumismo, a visão apocalíptica na narrativa de Lewis foi um grande choque para vários leitores, sobretudo os mais jovens — e a retratação da personagem de Susan como alguém na prancha do pirata em direção ao Inferno é lida por muitos, sobretudo hoje, como misógina.
“Oh, Susan! Ela não se interessa por nada hoje em dia, exceto meias-calças, batom e convites. Ela sempre foi uma visão alegre, muito interessada em ser adulta.”
“Crescida, de fato. Eu queria que ela crescesse. Ela desperdiçou todo o seu tempo na escola querendo ter a idade que tem agora, e ela vai desperdiçar o resto da vida tentando manter essa idade. A ideia dela é correr para o momento mais bobo da vida o mais rápido que puder e então parar lá o máximo que puder.
Diálogo com citações de Jill e Polly em “A Última Batalha”, livro 7.
Lost (2004–2010)

“Lost” grita anos 2000: além de ser uma das séries de maior sucesso da televisão mundial, deixou uma marca na cultura pop, com um dos fãs mais dedicados e que moldaram a noção de comunidades nos primeiros anos da internet, mesmo que o gosto final tenha sido bem amargo para quem a acompanhava.
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A razão para isso é uma mistura de não entendimento do final, e a própria escrita da série, que dá voltas entre o críptico e o didático. É convenientemente fácil acusar o público de interpretar mal uma mídia — e com “Lost” há até razão nisso — mas, objetivamente, não há de se culpar totalmente a audiência pela forma como o final foi divisivo: corajoso em mostrar um tom mais diferente e filosófico, e apartado dos mistérios que fizeram a série ser o sucesso que foi.
E não, eles não estavam mortos o tempo todo. Próxima.
Maze Runner (2009–2011, 2014–2018)

E se fizermos uma trilogia YA com formato bem estabelecido e no último livro decidíssemos chutar o pau da barraca?
Quem chegou de paraquedas em “Maze Runner” definitivamente não esperava um último livro com tantas pontas soltas, coisas acontecendo por acontecer e sem consequências reais e psicológicas nítidas na escrita dos personagens — como mortes gratuitas — triângulo amoroso desastroso, e final mal explicado. Duas prequels estão disponíveis e não adaptadas ao cinema, mas não dá para passar uma borracha com o passado, não é?
Eu Sou a Lenda (2007)

Trazido várias vezes ao cinema, porém mais conhecido nas telinhas pela adaptação de 2007 estrelada por Will Smith e Alice Braga, “I Am Legend” é um livro de 1954 de grande influência na ficção científica. Quem viu o longa estadunidense sabe das discussões intermináveis sobre o uso da granada, que o protagonista deveria ter ficado vivo, etc., contudo, isso é apenas papo sobre o filme, mas não válido ao livro.
Ao que na adaptação Robert Nevile se sacrifica pela humanidade e consegue uma cura, no livro ele é também um cientista, só que podemos acompanhar sua trajetória do ponto de vista dos infectados, e Anna é uma enviada deles para espioná-lo após ele ter causado a morte de tantos de seus iguais. Em um final nada convencional (ao menos para a época), o verdadeiro monstro é o protagonista, que os matava por vê-los como monstros, quem diria?
Yakusoku no Neverland (2016–2020, 2019–2021)

Já virou piada recorrente a ideia de que “The Promised Neverland” não tem um final, e é melhor fingir que não tem mesmo.
Extremamente bem produzida, a primeira temporada, bem como o arco correspondente no mangá, é um manual de como produzir um espetáculo, desde o cliffhanger do primeiro episódio até as reviravoltas de sua conclusão. O que se segue não é tão empolgante assim.
Acompanhar “Yakusoku no Neverland” é como uma novela: é feito para ser consumido em doses espaçadas, não algo ideal para se maratonar, afinal, os ganchos vão ficando fracos, e Emma gradativamente mais irritante, o que fica mais óbvio caso se decida sentar para ler tudo de uma vez.
Com um arco final apressado e uma solução baseada no poder da amizade, não é para menos que os fãs se sentiram traídos enquanto esperavam uma conclusão menos barata. Ao que o anime tinha a oportunidade de amarrar essas pontas de uma forma mais elegante, não dá sequer para entender o porquê de uma adaptação de um dos mangás de maior sucesso da Jump parece ter sido feita no PowerPoint, com o agravante de ter pulado um importante arco do mangá.
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Brida (1998)
Adaptando livro homônimo de Paulo Coelho, “Brida” é tão infame que conseguiu terminar de arrastar de vez sua emissora, a Rede Manchete, para o buraco. Com uma trama difícil de adaptar, tendo início em uma Irlanda histórica, cenas da novela chegaram a ser gravadas no país europeu, com boa parte do orçamento da emissora sendo direcionado à produção, botando nela todas as fichas com o desejo de exportá-la, apostando na força do nome de Coelho no mercado internacional.
Poderia ser apenas um fracasso de audiência, mas foi O Fracaso. Em dado momento, atores pararam de ter seus salários pagos e a novela vinha ladeira abaixo na audiência, tendo perdido todos os patrocinadores. Assim, “Brida” encerra prematuramente com 54 capítulos — a previsão original era de 180 — e seu capítulo final dá conta de terminar a trama às pressas com uma narração em slideshow. Quem diria que a história se repetiria anos depois com o nosso item anterior da lista, não é?
10 Finais Mais Odiados. Imagem Destaca: Divulgação/HBO (via TMDB)
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