Algumas obras imperdíveis escondidas na Netflix.
“Gaga: Five Foot Two”, de Chris Moukarbel
Todo mundo ficou com aquela vontade de ver a Gaga no Rock in Rio depois que a artista cancelou sua presença. Os little monsters podem satisfazer um pouco dessa vontade assistindo ao documentário “Five Foot Two” produzido pela própria Netflix. O filme acompanha a gravação do álbum Joanne durante o ano de 2015 até o seu histórico show no intervalo do Super Bowl, em Fevereiro de 2017.
Nele o espectador conhece a mulher Stefani Germanotta, despida de caracterização e figurinos extravagantes. É um recorte íntimo e pessoal da artista como humana. Suas inseguranças, relações familiares, opiniões – inclusive controvérsias como por exemplo sua comparação constante com Madonna. Para quem é fã a obra é um presente do início ao fim. Para quem quiser apreciar apenas como obra cinematográfica pode ficar um pouco entediado, é um filme relativamente lento. É interessante também ver de perto a fibromialgia, a síndrome que provoca dores por todo o corpo da cantora por longos períodos. Dá até pra perdoar a ausência da mesma na cidade do Rock. A sequência de Gaga mostrando uma de suas composições para a avó é de chorar. Fica o conselho aos sensíveis desavisados.
“What happened, Miss Simone?”, de Liz Garbus
É simplesmente imperdível! Indicado ao Oscar de melhor documentário em 2016, o filme conta a conturbada história de uma das maiores artistas que já habitou a terra: Nina Simone. Liz Garbus conseguiu colocar um material poderoso de imagens e registros da cantora no formato clássico de documentário. De forma cronológica o espectador acompanha desde os primeiros passos de Eunice Waymon (o verdadeiro nome de Nina) que aprendeu a tocar piano clássico aos três anos de idade. A questão política da música de Nina também ganha destaque. Quando jovem teve seu primeiro contato com o racismo depois de ter sua entrada negada ao Curtis Institute of Music, na Filadélfia desde então Nina abraçou a causa e não parou de lutar por ela. O filme contém anotações da artista, como se o espectador tivesse acesso direto ao diário de Nina. A personalidade furacão é explorada a partir de depoimentos de pessoas próximas a artista, como a filha Lisa Simone Kelly e o marido com quem teve um relacionamento abusivo Andy Stroud. O filme é uma obra prima tão grande que merece o questionamento do porque não recebeu da academia o tão aclamado Oscar de 2016 – o vencedor do ano foi “Amy”, que também é excelente mas não chega aos pés de “What happened, Miss Simone?”
“Humano – Uma Viagem pela vida”, de Yann Arthus-Bertrand
Colocar em palavras qualquer comentário possível sobre essa obra nunca vai parecer suficiente. O filme é tão arrebatador que qualquer mera descrição sobre ele não parece fazer jus ao trabalho de Yann Arthus-Bertrand. O cineasta viajou o mundo por três anos pesquisando e registrando imagens que captassem a essência humana. E que imagens! A fotografia é uma grande protagonista do documentário. Além de registros poderosos de cenários naturais, os depoimentos são íntimos, simples e hipnotizantes. É de impressionar o poder de uma câmera frontal e um fundo preto. O efeito de estar olhando nos olhos de cada uma daquelas pessoas de fato aproxima quem assiste. O que torna estas diferentes pessoas, com etnia, religião, classe social, lugar de origem, história de vida completamente distintas entre si, humanas? Qual é o significado de felicidade para cada um? Perguntas sem respostas exatas que são temas das histórias do documentário. “Eu sonhei com um filme em que a força das palavras ampliasse a beleza do mundo. As pessoas me falaram de tudo; das dificuldades de crescer, do amor e da felicidade. Toda essa riqueza é o centro do filme ‘Human’. Esse filme representa todos os homens e mulheres que me confiaram suas historias. O filme se tornou um mensageiro de todos eles”, afirma Arthus-Bertrand no site de “Humans”.
“13 Reasons why: Tentando entender os porquês”, de Brian Yorkey
Já está mais do que provado de que a série baseada no romance do estadunidense Jay Asher, “13 Reasons Why”, trouxe muita polêmcia a respeito do seu efeito em adolescentes que a assistem. O período da adolescência que já é conturbado, pode se tornar insuportável para alguém que sofre tanto bullying como Hannah Baker (Katherine Langford), de 17 anos. A jovem depois de sofrer incontáveis abusos físicos e psicológicos, decide pôr fim a própria vida. A série que contém cenas fortes dos abusos e do próprio suicídio de Hannan é ovacionada e criticada quase que na mesma medida. Este curto documentário (contém apenas 29 minutos) analisa a história, os personagens e explora as questões levantandas pela série. Bullying, machismo, abuso sexual, dificuldade de comunicação. Depoimentos dos envolvidos na produção, diretor, atores, roteiristas contam detalhes sobre o porquê de algumas cenas específicas, o estudo por trás delas e o objetivo central do projeto que é de fato um alerta bullying entre adolescentes. Assistir ao documentário é um primeiro passo para entender os porquês da série. Afinal este tipo de produção tem propósitos que vão além do entretenimento. Apesar de assustadora, a série faz com que o espectador aprofunde os seu olhar para com o outro e para si próprio.
“O universo de Stranger Things”, com Shaw Levy
Este não é de fato um documentário. Trata-se de um programa especial dividido em sete episódios que traz entrevistas com o elenco de “Stranger Things”. Os episódios mostram um bate-papo descontraído entre os atores os Irmãos Duffer. O espectador tem a chance de ver as fitas de audição que os produtores receberam de cada um do atores, conhecer melhor o processo de criação e as curiosidades por trás de várias cenas. Além de ser adorável ver as crianças se divertindo ao contar várias experiências em cena. Já imaginou como são feitas as cenas com o Demogorgon? Corre lá! Fuja se não terminou a segunda temporada ainda! Todos os episódios são recheados de spoilers. É um presente para o fã ansioso que precisa esperar até 2019 pela terceira temporada.
Por Rayza Noiá
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