Após os lançamentos dos sucessos “Exterminador do Futuro” e “O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final”, a franquia das máquinas assassinas ainda ganhou mais três filmes, porém sem o envolvimento de James Cameron. A ausência do cineasta fez “A Rebelião das Máquinas”, “Salvação” e “Gênesis” serem duramente atacados pela maior parte dos fãs e da crítica, já que se distanciaram do universo criado inicialmente e pelos diversos problemas de roteiro e direção. A situação mudou quando Cameron conseguiu recuperar os direitos da franquia, anunciando que todos os filmes feitos após os originais seriam desconsiderados, e que ele estava produzindo uma continuação direta.
Bem, depois de tudo, finalmente “O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio” ganha as telas dos cinemas e, mesmo sem Cameron na direção – ele desenvolveu a história que serviu como base para o roteiro de David S. Goyer, Justin Rhodes e Billy Ray –consegue honrar os clássicos em uma história simples e que todos conhecem – Exterminador indo ao passado para matar uma pessoa importante para a sobrevivência da humanidade – mas que adiciona elementos atuais como imigração e feminismo, além de entregar cenas de ação criativas e bem executadas pelo especialista em explosões e pancadaria Tim Miller, conhecido pelo seu trabalho em “Deadpool”.
Na trama, a humana aperfeiçoada com um aparato hightech, Grace (Mackenzie Davis) chega às Cidade do México com a missão de proteger Dani Ramos (Natalia Reyes) que passa a ser caçada por uma atualização do T1000, o Rev-9 (Gabriel Luna). Ramos possui grande importância na resistência às máquinas em um mundo pós apocalíptico do futuro, assim como John Connor. Por isso, precisa ser mantida viva a qualquer custo. Quem também dá as caras é Sarah Connor (Linda Hamilton), que rastreia a movimentação dos viajantes do tempo através dos anos, e acaba se envolvendo na batalha. Unido, o grupo terá que entrar ilegalmente nos EUA pela fronteira protegida pelo muro, cometer crimes e sobreviver a perseguições e lutas contra um inimigo praticamente indestrutível. Revelar mais do que isso seria considerado spoilers.O que importa mesmo é dizer que “O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio” inclui ainda mais as mulheres em sua trama, tornando-as centrais. Como Dani Ramos, uma competente trabalhadora de uma montadora de automóveis mexicana muito bem quista pelos superiores, inclusive, mais do que os homens que trabalham na mesma função que ela. No primeiro ato, há uma cena que evidência isso, quando o irmão de Ramos tem seu posto de trabalho tomado por um robô e, ao oferecer sua demissão em troca da do rapaz, a garota é repreendida pelo chefe, que diz que ela é muito mais importante para a empresa e negando-se a demiti-la. Nada mais significativo e satisfatório do que uma mulher superior aos robôs e aos homens.
Outra que carrega a marca Girl Power é Grace. Ela é uma guerreia nata, com habilidades sobre-humanas, como uma super-heroína futurista. Já Sarah Connor, bom, continua sendo a Sarah Connor badass de sempre. Essas mulheres enfrentam um poder opressor, como aquelas que vivem em um mundo real cheio de barreiras e convenções do patriarcado. Pode parecer estranho fazer esse paralelo a partir de uma produção de ficção científica comercial feita por Hollywood, entretanto, é evidente as intenções do filme quando suas cenas mostram o gênero feminino resistindo bravamente, mesmo quando os obstáculos parecem intransponíveis. Sim, já é difícil ser mulher e imigrante em um país como os Estados Unidos, imagine então se houvesse uma inteligência artificial as caçando para eliminá-las do planeta? Donald Trump e seus asseclas até que desejam isso, sorte eles não terem um Rev-9.
Vídeo: Divulgação/Fox Film
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