Está nos cinemas o aguardado “Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald”, continuação de “Animais Fantásticos e Onde Habitam”. Aqui, temos Newt Scamander (Eddie Redmayne) de volta, agora recrutado pelo seu antigo professor em Hogwarts, Alvo Dumbledore (Jude Law), para lutar contra o bruxo Gellert Grindelwald (Johnny Depp) que quer subjugar os não-mágicos.
O longa é o segundo de uma série que será composta por cinco filmes e nesse texto vamos expor alguns questionamentos sobre os rumos da franquia que tivemos ao assistir, talvez tenha alguns spoilers, então fica o aviso e antes de começar, também é bom avisar que o site tem duas críticas do filme que você pode conferir:
Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald
Animais Fantásticos (2): Os Crimes de Grindelwald
Newt Scamander ainda será o protagonista?
No primeiro filme o conhecemos, personagem tímido, que evita olhar nos olhos, com um jeito peculiar de andar, uma certa excentricidade no visual, além é claro de seu enorme afeto pelas criaturas mágicas, mesmo aquelas que aparentam ser perigosas. Além do mais, sua figura frágil e o fato de, na maioria das vezes, optar por uma forma pacífica na resolução de seus conflitos o diferenciava de boa parte dos protagonistas masculinos de outros blockbusters. Newt tem carisma o bastante para segurar a franquia até o fim, mas com uma guerra contra as forças de Grindelwald convergindo em um embate final entre o vilão e Dumbledore, nos perguntamos se o papel dele será crucial nessa guerra? Será, que no final das contas não há o risco dele se tornar apenas um coadjuvante e ir perdendo espaço para seu antigo professor de Hogwarts ao decorrer das continuações?
Mais filmes, mais expansão do universo e mais subtramas?
Arriscamos dizer que o excesso de subtramas foi tão vilanesco nessa continuação quanto o próprio Grindelwald. O longa tem a tarefa de trazer os personagens conhecidos, apresentar os novos, desenvolver uma trama que seja auto suficiente, sem abrir mão de deixar pontas soltas para serem desenvolvidas nas vindouras sequências, dessa forma o filme acaba dividindo-se em muitos núcleos que demoram a se encontrar e as mudanças repentinas entre eles, por muitas vezes, diminuem o potencial dramático que poderiam alcançar. Nos próximos filmes conheceremos mais desse universo, o que é positivo, por consequência teremos mais personagens e a dúvida que fica é se o roteiro vai conseguir incorporar eles de maneira orgânica e fazer uma trama que seja mais objetiva ou veremos cada vez mais um enredo fragmentado que isola os personagens uns dos outros?
Dumbledore é gay, não é?
Nós sabemos que ele é gay, você provavelmente sabe que ele é gay, a produção sabe que ele é gay, mas se alguém esperava uma demonstração mais clara e aberta sobre isso no novo filme vai ter que contentar-se com insinuações rápidas e bem sutis a respeito disso, que servem mais como uma piscadela a quem tem um conhecimento prévio sobre, do que uma afirmação de fato. Não descartamos a possibilidade de estarem guardando isso para outros filmes, já que a participação de Dumbledore funciona mais como uma prévia do que está por vir. Porém, a impressão que fica é que o estúdio fica receoso em desagradar os espectadores, digamos, mais “conservadores”, o que seria uma pena já que frequentemente esse universo serve como metáfora para a luta contra a intolerância e ter um personagem declaradamente gay ajudaria nessa mensagem.
A nostalgia é o bastante?
Em determinado momento do filme, acordes de uma música conhecida tocam e mais uma vez estamos diante do castelo de Hogwarts, estar diante de um cenário tão familiar a quem acompanha os filmes tem seu efeito e nesse filme é usado na dosagem certa, porém a série não pode cair na tentação de usar a nostalgia como um apoio, ela deve ser apenas a cereja em cima do bolo, não a sobremesa completa, os personagens novos assim com seus arcos devem ser fortes o suficiente para que essa nova série de filmes tenha uma cara própria e consiga engajar o público com o que está sendo apresentado e não com o que já foi estabelecido.
Bem, para obter as respostas que queremos, teremos que aguardar os próximos filmes, já ficamos ansiosos para ver o que esse universo tão rico tem mais a oferecer.
Por Augusto Dias
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