Leandro Schepiura é um nome que você ainda pode escutar muito por aí. O trabalho que ele realiza jamais passa batido aos olhos de quem vê.
Leandro é de Campo Largo, região metropolitana de Curitiba. Desde muito novo percebeu sua inclinação para o meio artístico, mas na região em que ele nasceu não havia perspectivas positivas em relação a carreira de artista. Negou e deixou pra depois. Ou nem tanto, sozinho ainda escrevia seus poemas.
Schepiura participou do Pagliaccio, iniciativa que prepara materiais educativos na qual os integrantes se fantasiam de palhaço e visitam crianças em orfanatos. Educação com amor!
Com 23 anos, trabalhava em uma multinacional, porém não estava nada satisfeito com o salário no fim do mês. Não por desejar dígitos a mais em seu contra-cheque, a insatisfação se deu por não identificar nesse trabalho a melhor forma de contribuir positivamente para a sociedade. Dessa forma, “lançou-se” ao desconhecido e esse desconhecido o colocou em um set de filmagens que o fez resgatar aquele amor inerente pela arte e decidir não deixá-la mais para depois. Assim, com muita determinação e suor, trabalhou em alguns comerciais conhecidos, como uma recente campanha da Itaipava, que também conta com a participação do Gabriel O Pensador. “Verão Sempre Vence”, são alguns filmes focados no humor. Inclusive, o primeiro episódio está disponível em 3D e tem as rimas do Pensador duelando com Aline Riscado.Entrou para a escola de teatro Martins Penna e participou da Oficina Libre, com Anselmo Vasconcellos. Mas você pensa que é ‘só’ isso?!
Leandro tem um projeto chamado Foto Arte, é um projeto realizado com o fotógrafo André Reinaldim. A ideia é simples, impactante, criativa e reflexiva. Leandro atrela suas poesias as fotografias artísticas feitas por André.
Apresentarei a seguir um pouco do FotoArte.
“Incrédulo Indistinto Sorrateiro
Faz do verde, maduro.
Faz ruga por ruga, trincando vagarosamente a beleza.
E a leva por fim.
Leva também suas forças, faz da rigidez flacidez.
Leva suas vontades, seus desejos, seus sonhos e até mesmo sua lucidez.
O tempo cospe na cara da futilidade.
Mostra o verdadeiro valor tatuando em linhas tortas e profundas a pele do rosto da vaidade.
Ri da liberdade, ri por continuar ali mesmo quando esquecidos.
O tempo passa ao rodar do ponteiro.
Tic Tac Nasce, Tic Tac Morre.
Tempo é hora? Ou demora?
Demora é tempo? Ou sentimento?
O tempo vai. O tempo não vem.
E com ele se vai tudo, o tempo corrói até o metal duro.
Para-se o relógio, mas não o tempo.
Então pare e viva!
Antes que não de tempo.”
“Quente o sangue escorre entre meus dedos.
Sinto seu coração batendo.
Minha criatividade esta viva.
Abro-lhe o peito, arranco seu coração.
Expulso o amor de mim.
Isso é poesia.
A arte pode tocar em corações.
No mundo do faz de contas
Pelúcias sentem emoções.”
Ao deparar com uma produção artística que transmite tanta sinceridade e talento como as do Leandro, pensamos: temos que conhecer o trabalho dessa pessoa. E por isso, realizamos uma entrevista para sabermos mais sobre o Schepiura. Confira o Exposé dessa semana.
Letycia Miranda – Como foi a decisão de se tornar artista e todo esse processo?
Leandro Schepiura – Desde muito cedo em minha vida senti uma necessidade de ir em busca de verdades e derrubar por terra as grandes hipocrisias da sociedade e minhas. Busquei por conhecimento e sabedoria. E entre tantos aprendizados que a vida me deu, compreendi, todas as pessoas têm uma missão. Mas nós não nascemos com o mapa do caminho, somente com uma bússola. Ela se chama sentimentos! Isso não ensinam na escola, não querem que você se encontre. A bússola não é difícil de usar, nem poderia, já nasceu em nós. É só prestar atenção no seu sentir, toda vez que estiver percorrendo seu caminho será tomado da mais simples e pura felicidade. Ela indica que você está no seu caminho, ela será plena, feliz pelo simples fato de estar. A tristeza é um alerta! Ela é para a alma o que a dor é para o corpo, um pedido de atenção! Se meus joelhos doem porque tenho pisado errado, de nada adianta remediar as dores, é preciso mudar a maneira de caminhar. E compreendendo isso fui encontrar minha missão. Ouvi dizer uma vez que aquilo que você procura também procura por você. O acaso me apresentou tudo o que precisava para me tornar artista comprovando a tese.
L.M – Como foi sua entrada na escola de teatro Martins Penna?
L.S – A procura de conhecimento e sem dinheiro no bolso, como a grande maioria dos artistas brasileiros, sai à procura de um curso gratuito. Eu ainda não sabia, mas isto faria toda a diferença. Me inscrevi para a Oficina Libre com Anselmo Vasconcellos sem ter a menor ideia do que iria encontrar. E me deparei com um trabalho maravilhoso de estudo do imaginário humano, realizado há décadas por Anselmo. Recebi muito conhecimento. Aprendi muito sobre a arte da atuação, como o corpo é a ferramenta do ator. A necessidade de esvaziar-se de si para tornar-se o personagem.
L.M – Sabemos que está atuando em comerciais, há interesse de expandir seu trabalho para filmes, séries ou novelas?
L.S – Sem dúvidas, para todos eles, desejo fazer arte a minha vida toda e que ela seja muito longa para que eu possa ter tempo de fazer tudo que desejo que vai desde atuar até um dia dirigir.
L.M – Como o Pagliaccio influenciou suas escolhas na carreira artística?
L.S – O universo é um espelho e ele te devolve tudo àquilo que você faz. Em 2011, criei o grupo Pagliaccio sem jamais imaginar que algum dia me tornaria ator, e em 2016 cinco anos depois, lá estava eu com minha nova profissão, mas para ser considerado ator perante a lei precisava do DRT, e para conseguir o DRT precisava comprovar experiência com arte. É ai que o bem que eu fiz voltou todo para mim e através do grupo Pagliaccio comprovei minha experiência artística.
L.M – Conte-nos mais sobre seu projeto Foto Arte.
L.S – O projeto Foto Arte é poesia pura, nasceu da necessidade de transcender as letras e fazer uma poesia visual.
L.M – O que você pode nos contar sobre futuros projetos como ator?
L.S – A vida de ator é uma vida muito inconstante e nunca se sabe ao certo qual será seu próximo trabalho, mas como projeto pessoal meu próximo passo é transformar o projeto de Fotografia Artística em Vídeo Arte.
L.M – Quais são as maiores dificuldades que você encontrou e encontra na construção da carreira artística?
L.S – São inúmeras as dificuldades de ser artista no Brasil. Alem das dificuldades pessoais no aprimoramento de sua própria arte é necessário enfrentar as dificuldades de se viver em um submundo, como os baixos salários, a criminalidade, a ignorância da população e o preconceito.
L.M – Qual artista influencia mais o seu trabalho?
L.S – Não teria um artista em específico para citar, admiro muitos! Mas uma de minhas grandes admirações é Clarice Lispector.
L.M – Sinta-se a vontade para deixar uma mensagem para o público.
L.S – Ouça seus sentimentos! Mova-se sempre na direção daquilo que lhe faz feliz. O Universo é sábio ele saberá aonde lhe levar.
Por Letycia Miranda
Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.
Sem comentários! Seja o primeiro.