Sem sombras de dúvidas existem diversos filmes bons que foram gravados dos anos 90 para cá. Da mesma forma como existem muitos diretores, atores e roteiros maravilhosos que deixaram sua marca no cinema mundial recentemente.
Porém, houve a vida pré-anos 90 no cinema e coisas maravilhosas ali. O motivo desse texto, vem da forma que uma brincadeira na internet torna claro como as pessoas, mesmo aquelas que amam filmes e gastam muito de seu tempo os vendo, estão limitadas as obras atuais.
A brincadeira é bem simples e até divertida: você faz referência a algo, como uma cena de um filme qualquer, um ator, uma direção, um efeito especial e etc, e diz desacreditar que aquilo inventou qualquer coisa. Entrando na brincadeira segue um exemplo: “Eu não acredito que Keanu Reeves inventou o herói de ação”. A referência é clara: estamos falando dos vários filmes de lutas pelo qual o ator ficou conhecido. Pode ser tanto algo positivo, como também uma ironia, vai depender de quem está falando, do que está sendo falado, normalmente as pessoas deixam claras suas intenções.
Focando nas pessoas que usam a brincadeira como forma de enaltecer um longa ou um profissional, é esmagadora a quantidade de elogios à produções mais recentes. Sim, e ainda considerando que é apenas um jogo. Mas, é algo que também mostra como as pessoas estão limitadas e fechadas para ver filmes mais antigos. A frase que chamou atenção foi: “Eu não acredito que Hilary Swank inventou os filmes de professores que conseguem transformar a vida de alunos problemáticos? ”. O filme em questão é o sensível “Escritores da Liberdade”, que conta a história de uma professora cheia de ideais que vai trabalhar com uma turma de alunos envolvidos com crimes, drogas e outros irregularidades.
É uma produção muito tocante e causa bastante empatia, mas não é mais tocante que “Ao Mestre, Com Carinho”, filme com Sidney Poitier feito na década de 60. “Ao Mestre, Com Carinho” é sutil, delicado, envolvente e, para a época, inovador. A obra fez escola e muitas outras produções, inclusive a de Swank, são “filhos” desse filme. 30 anos depois ele ganhou uma outra continuação, bonita, porém não tão envolvente e nem tão marcante quanto o primeiro, mas ainda assim um bom longa.
Fora da brincadeira, podemos ver outros equívocos serem cometidos. Um muito comum é o de creditar o Coringa de Heath Ledger como a única boa atuação com o personagem. Jared Leto realmente deixou a desejar (ou então foi a edição do filme que não nos mostrou o que ele podia fazer), mas Jack Nicholson também teve uma brilhante performance como o personagem no filme “Batman”, de 1989.
O mesmo acontece com os musicais. Dentro e fora da brincadeira, podemos ver pessoas enaltecendo“ La La Land” como o melhor musical já feito. Há tantos que foram produzidos há mais de 30 anos que para citá-los aqui seria preciso de uma coluna só para eles. Também é assim com romances, dramas, terror… Afinal, estamos falando de uma arte que já tem mais de 100 anos: O Cinema!
Óbvio, ele ganhou traços inovadores ao longo de décadas. Roteiros que nunca foram pensados antes, agora são megaproduções. Se antes seus criadores não sabiam porque alguém iria querer ouvir os atores falando e não tinham fé no fim do cinema mudo, hoje é impensável não escutar as falas, os diálogos. Porém, a Sétima Arte já contou muitas histórias, nos brindou com muitos atores maravilhosos, cenas memoráveis e elas estão tanto em obras contemporâneas quanto em antigas.
Não há maneira fácil de ser um amante do cinema: ele é o retrato da nossa sociedade e é quase mais velho que todos os humanos vivos atualmente, o que nos coloca em desvantagem em relação a ele. Uma cena inventou alguma coisa? Tenha cuidado ao dizer isso: provavelmente ela perde em relação há muitas outras que ainda faltam ver.
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