Woo! Magazine

Menu

  • Home
  • Editorias
    • Filmes
    • Séries/TV
    • Música
    • Geek
    • Literatura
    • Espetáculos
  • Especiais
    • SpotLight
      • Lollapalooza
      • D23
      • CCXP
      • Mostra SP
      • Festival do Rio
      • Rock in Rio
      • The Town
      • Bienal do Livro
      • Game XP
    • Entrevistas
    • Premiações
  • Streamings
    • Netflix
    • Amazon Prime Video
    • HBO Max
    • Disney+
    • Apple TV+
  • Listas
  • Colunas
    • Curiosidades
    • Terror
    • Internet
    • Business
    • Tecnologia
    • Esportes
    • Gravellizar

Siga nas Redes

Woo! Magazine

A imaginação ao seu alcance

Digite e pressione Enter para pesquisar

Woo! Magazine
  • Home
  • Editorias
    • Filmes
    • Séries/TV
    • Música
    • Geek
    • Literatura
    • Espetáculos
  • Especiais
    • SpotLight
      • Lollapalooza
      • D23
      • CCXP
      • Mostra SP
      • Festival do Rio
      • Rock in Rio
      • The Town
      • Bienal do Livro
      • Game XP
    • Entrevistas
    • Premiações
  • Streamings
    • Netflix
    • Amazon Prime Video
    • HBO Max
    • Disney+
    • Apple TV+
  • Listas
  • Colunas
    • Curiosidades
    • Terror
    • Internet
    • Business
    • Tecnologia
    • Esportes
    • Gravellizar
Instagram Tiktok X-twitter Facebook Pinterest
CríticaFilmes

Crítica: O Animal Cordial

Luiz Baez
9 de agosto de 2018 3 Mins Read
“A culpa é sempre do preto, do paraíba, do viadinho.”

2033661.jpg r 1920 1080 f jpg q x

Sobre uma tábua de cozinha, estende-se um cadáver. O corte da faca acompanha o do plano. O coelho perde a cabeça, e o filme ganha título: “O Animal Cordial” (2018). Resumido nas poucas palavras, um discurso se antecipa. Enquanto humano e alimento equivalem-se para as duas primeiras, a terceira remete a Sérgio Buarque de Holanda. Cunhado pelo sociólogo, o conceito “homem cordial” retrata um Brasil de relações afetivas, onde esferas pública e privada se confundem. Em contato com seu lado bestial, enfim, as personagens de Gabriela Amaral Almeida – roteirista de “Quando Eu Era Vivo” (2014) – representam arquétipos nacionais.

Inácio (Murilo Benício), o típico patrão burguês, ignora os direitos envolvidos em vínculos trabalhistas. Em seu restaurante, espera, de outro modo, a disposição para trabalhar além do horário. Tal comportamento patrimonialista encontra respaldo em Sara (Luciana Paes), a puxa-saco garçonete. Por trás da dedicação, a empregada nutre, afinal, o sonho de seduzir o empregador e ascender socialmente. Com os demais funcionários, por outro lado, atritos se sucedem. O cozinheiro Djair (Irandhir Santos), por exemplo, gay e nordestino, sofre diário preconceito. A crescente tensão encontra ápice em noite inusual. Perto de fechar, o estabelecimento recebe três clientes: o policial aposentado Amadeu (Ernani Moraes), o advogado Bruno (Jiddu Pinheiro) e sua desinibida esposa Verônica (Camila Morgado). Após uma tentativa de assalto, os tranquilos jantares dão lugar a um interminável suplício.

Microcosmo de uma nação conflitiva, o espaço já reduzido de um restaurante diminui ainda sob a sufocante direção de Amaral Almeida, estreante em longas-metragens. Na trilha sonora, as músicas invadem os diálogos em tom de iminente ameaça. Ao misturarem elementos clássicos, como uma sinfonia de Vivaldi, e contemporâneos, como sintetizadores, as ferozes composições de Rafael Cavalcanti (“Trabalhar Cansa”) homenageiam o horror tradicional ao mesmo tempo que dele se diferenciam. Em termos imagéticos, por sua vez, os planos fechados de Barbara Alvarez (“Que Horas Ela Volta?”) violam tanto a privacidade do espectador quanto a das figuras capturadas. x78261235 SCFilme O animal cordialna foto Luciana Paes e Murilo Benicio.jpg.pagespeed.ic .jhMLzSmSXB

Confinadas, portanto, as personagens revelam-se em elucidativas falas. “Eu sou advogado da União” e “Eu sou seu chefe”, ameaçam Bruno e Inácio. Aproximados pela posição social, ambos personificam uma classe média reacionária, para a qual “bandido tem que morrer”. Síntese dessa lógica policial, Amadeu se orgulha: “Você sabia que eu já matei muita gente?”. No outro extremo, os marginais resistem. Nesse sentido, reivindicar o próprio nome, como fazem a garçonete Sara e o ladrão Magno (Humberto Carrão), significa lutar contra a invisibilidade. “Sei muito bem como sua cabeça funciona. Igual a você tem um monte. No fundo, no fundo, você morre de medo”, resume Djair, em postura semelhante. A burguesia teme, em outras palavras, o “preto”, o “pobre”, o “viadinho”. Teme, em suma, quem ameaça seus privilégios.

Apesar de interessantes, os antagonismos pouco se aprofundam. As duas mulheres, em especial, cumprem papéis demasiadamente esquemáticos. Verônica, endinheirada e bem vestida, reúne todas as características negadas a Sara. A ascensão social sonhada por esta traduz-se, assim, nos luxuosos brincos daquela, importantes signos narrativos. Intérprete da garçonete, Luciana Paes (“Sinfonia da Necrópole”) incorpora, genericamente, todos os anseios de uma sociedade estratificada, dividida em patrões e funcionários. Contrapondo-se a essa abordagem reducionista, contudo, o comprometimento de Paes, Benício (“Divórcio”) e Santos (“Aquarius”) dita a intensidade da experiência.

Levadas ao extremo, as tensões sociais transformam a estreia de Almeida em um sanguinolento slasher. Em conjunto com recentes exercícios de gênero – “As Boas Maneiras” e “Motorrad – A Trilha da Morte”, para citar alguns -, “O Animal Cordial” aponta, por fim, para um fenômeno atual. Em tempos de desmonte, o cinema brasileiro responde com o horror.

* O filme estreia hoje, dia 9, quinta-feira.

Reader Rating1 Vote
4.6
6

Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso  CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.

Tags:

Camila MorgadoFestival do RioFestival do Rio 2017Filmes de TerrorGênero TerrorLuciana PaesMurilo BenícioslasherTerror

Compartilhar artigo

Me siga Escrito por

Luiz Baez

Carioca de 25 anos. Doutorando e Mestre em Comunicação e Bacharel em Cinema pela PUC-Rio.

Outros Artigos

o aviso poster
Anterior

Crítica: O Aviso

pZOyCHRed7U6hFGC2h7ASRF6Ih9
Próximo

Crítica: Christopher Robin – Um Reencontro Inesquecível

Próximo
pZOyCHRed7U6hFGC2h7ASRF6Ih9
9 de agosto de 2018

Crítica: Christopher Robin – Um Reencontro Inesquecível

Anterior
9 de agosto de 2018

Crítica: O Aviso

o aviso poster

One Comment

    Deixe um comentário Cancelar resposta

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    Publicidade

    Posts Recentes

    Perry Bamonte tocando com o The Cure
    Perry Bamonte | Morre o Multi-instrumentista do The Cure
    Amanda Moura
    Steve Rodgers em Vingadores: Doutor Destino
    Vingadores: Doutor Destino | Saiu o 1⁰ Trailer Oficial do Filme
    Amanda Moura
    Logo do Big Brother Brasil, promocional para a 25ª edição. BBB 26
    BBB 26 | Atriz Veterana da Globo Cotada Para Participar do Reality
    Amanda Moura
    Capas dos álbuns "The Rise and Fall of a Midwest Princess", "Fancy That", "American Heart", "Imaginal Disk", de Chappell Roan, PinkPantheress, Benson Boone, e Magdalena Bay, respectivamente.
    Novo Pop Internacional | Os Artistas Que Dominaram Playlists e Tendências em 2025
    Cesar Monteiro
    Josh O'Connor como protagonista de "Dia D"("Disclosure Day") no trailer do filme dirigido por Steven Spielberg.
    Dia D | O Mestre Steven Spielberg Está de Volta Com História Sobre Extraterrestres
    Roberto Rezende

    Posts Relacionados

    Steve Rodgers em Vingadores: Doutor Destino

    Vingadores: Doutor Destino | Saiu o 1⁰ Trailer Oficial do Filme

    Amanda Moura
    23 de dezembro de 2025
    Josh O'Connor como protagonista de "Dia D"("Disclosure Day") no trailer do filme dirigido por Steven Spielberg.

    Dia D | O Mestre Steven Spielberg Está de Volta Com História Sobre Extraterrestres

    Roberto Rezende
    17 de dezembro de 2025
    Daniel Craig como o protagonista do terceiro filme da série "Knives Out". Ele segura um papel e olha com seus óculos levemente caídos, um homem vê atrás dele também e também a delegada.

    Vivo Ou Morto: Um Mistério Knives Out | Fé Demais Não Cheira Bem no Suspense da Netflix

    Roberto Rezende
    17 de dezembro de 2025
    Pecadores

    Pecadores | Ryan Coogler Revela a Cena Que Foi Mais Difícil Filmar

    Amanda Moura
    14 de dezembro de 2025
    • Sobre
    • Contato
    • Collabs
    • Políticas
    Woo! Magazine
    Instagram Tiktok X-twitter Facebook
    Woo! Magazine ©2024 All Rights Reserved | Developed by WooMaxx
    Banner novidades amazon