E se o seu dia não tivesse fim?! O que você seria capaz de fazer ou até onde as suas escolhas seriam aceitáveis? Nós seres humanos , como qualquer outro ser, temos limites que devem ser respeitados. Mas cada um tem o seu tempo e suas diferenças. Até onde vai o seu?!
Júlio Andrade vive Evandro, um cirurgião que sofre com inúmeros conflitos psicológicos, porém um profissional extraordinário e totalmente focado em seu trabalho num hospital público do Rio de Janeiro. Em sua equipe há outros dois cirurgiões, Paulo, interpretado por Ícaro Silva e a recém-chegada Carolina, Marjorie Estiano, que o admiram e apoiam, mas que por diversas vezes duvidam sobre qual o melhor caminho seguir para salvar vidas. Em um dia comum decisões precisam ser tomadas, e eles necessitam escolher quais vítimas merecem prioridade de atendimento, entre elas um policial, um traficante e uma criança.
“Sob Pressão” faz jus ao nome, do começo ao fim o espectador sente uma aflição, um desespero e principalmente uma pressão junto aos personagens. O dia a dia de uma equipe de emergências em um hospital público é retratado com muita veracidade com direito a todo tipo de conflito que pode-se imaginar, ou não!
A cada instante uma surpresa, o diretor Andrucha Waddington, responsável por Eu Tu Eles, Casa de Areia e Os Penetras, e os roteiristas Renato Fagundes e Leandro Assis conseguiram trabalhar o lado psicológico e emocional de cada personagem devidamente.
O elenco, que possui uma ótima química, foi uma excelente escolha e está afiadíssimo na trama. Júlio nos faz lembrar, de forma positiva, da série de sucesso “House”, onde o Dr. House trata de doenças de forma nada convencional e também possui um vício, nesse caso o Vicodin. Marjorie entra para completar esse time que em diversos momentos acaba roubando a cena e Ícaro Silva faz o amigo que às vezes desconfia mas acredita que nem sempre seguir as regras é o correto. Os três levam o filme até final. Andréa Beltrão e Stepan Nercessian tornam-se personagens de apoio a Júlio que se sobressai em quase todas as cenas.
A produção nos remete, pela fotografia, planos e a forma com que é passada a história, a uma série televisiva e não um filme. Talvez esse seja um dos poucos pecados do mesmo. Todavia a direção de arte, com seu belíssimo trabalho no cenário, reconstrói com perfeição desde o hospital em si até os pequenos detalhes como as ferramentas utilizadas na cirurgia.
“Sob Pressão” é aquele filme que é quase impossível distinguir o gênero por possuir um pouco de tudo dentro dele como drama, ação, romance e por aí vai. Mas se não houvesse isso provavelmente o filme teria um outro nome! Vale muito a pena ser visto pois nos traz uma realidade que nem todos vemos em nosso cotidiano. E nos faz entender muito do que acontece nos hospitais públicos de nosso país.
Aimée Borges gosta de dançar ao vento, beber água gelada e sorrir para Lua. Apaixonada por contos e fadas, deixa-se levar por sua curiosidade que a transporta para um mundo ainda mais louco que o da Alice.
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