Irreverência e reverência aos personagens que transformaram Marco Luque em um dos mais queridos humoristas do país

Já está em cartaz em São Paulo no Teatro das Artes dentro do Shopping Eldorado na cidade de São Paulo, o novo show do apresentador e humorista Marco Luque, “É Disso que Eu Tô Falando”, trazendo em comemoração aos seus anos de carreira, sketches com seus quatro personagens mais marcantes e conhecidos dentre os dezesseis que ele já criou: Jackson Faive, o motoboy paulistano; Mary Help, a diarista carismática e desastrada; Silas Simplesmente, o taxista que traz reflexões e hilariantes frases feitas com uma voz aveludada, e o último a adentrar ao palco; Mustafary, o rastafari pseudo-ambientalista com seus novos casos de conexões com a natureza e pessoas.

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Com uma linguagem direta, irreverente e inteligível a todos, Luque rege a platéia como um maestro do humor — experiente e medindo o pulso de cada piada e com trocas de roupas muito rápidas no melhor estilo de teatro vaudeville — interage com o público e ainda faz observações que parecem “cacos” (improvisações no texto encenado) muito bem colocados e quase imperceptíveis.

Se um show de humor baseado em personagens é marcado pelo texto e a versatilidade de quem o interpreta, o humorista sozinho no palco, se destaca pela diferenciação de cada um dos quatro personagens apresentados num convite fácil para rir e se emocionar.

De um “cachorro louco” e motoqueiro das ruas da megalópole paulista contando “causos” de ratos gigantes; passando por uma diarista que tem toda brasilidade possível em uma mulher, indo para uma entrevista no estilo talk show de um taxista que na peça, o que vemos é uma espécie de mestre de cerimônias divertido e desinibido em que, no dia em que assisti, fomos eu e a plateia, agraciados com a presença do lutador de MMA, Fabrício Werdun, uma figura insuspeitamente hilária e que dominou o palco.

Até um seguidor do movimento cultural da Jamaica envolvido em um triângulo amoroso apresenta um resultado surpreendente e, como não poderia deixar de ser, hilário; é de se admirar o domínio de cena do humorista em um palco simples, mas organizadamente montado e adaptável, cortesia da atenciosa produção do espetáculo.

E são realmente nos detalhes das observações do cotidiano de cada personagem que Marco Luque constrói, ao vivo, uma biografia dos seus tipos mais famosos e consegue expandir a empatia do público por eles, além de ser um tipo de humor para quase todas as idades.

Fiel à essência de cada um dos tipos, é daqueles casos em que, pela bagagem e através cada inflexão de voz ou aceno ao caricatural, Luque nos transporta para cada mundo criado com uma energia irreverente e, ao mesmo tempo, reverenciando sua carreira da forma mais leve possível.

Será difícil alguém não se divertir no espetáculo mesmo que pouco conheça o artista, pois além da versatilidade e o grande carisma do humorista, é um típico show daqueles em que toda uma platéia se diverte ao mesmo tempo naquele tipo de experiência coletiva que às vezes faz falta ao nosso cotidiano.

Se há uma nota é que quem conhece a carreira de Marco Luque e os quatro personagens que ele defende bravamente no palco não encontrará surpresas, mas a familiaridade que nos é trazida pelo espetáculo é como rever velhos amigos ou conhecer pessoas muito interessantes que poderão fazer parte da sua vida a partir dali.

E o próprio Marco Luque tem um convite para os leitores da Woo Magazine!

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Como assistir “É disso que tô falando”

Onde: Teatro das Artes todas as quintas-feiras.
Endereço: Av. Rebouças, 3970, loja 409 – Pinheiros – São Paulo/SP
Telefone: (11) 3034-0075
Observações: bilheteria funciona terça e quarta das 13h às 22h. Quinta, sexta e sábado das 13h às 20h. Domingos das 13h às 22h.

_{Imagem Destacada: Fotografia/Roberto Rezende}

Marco Luque: É Disso que Eu Tô Falando | Peça Resgata o Melhor da Carreira do Humorista em 4 “Atos”

Sinopse

O humorista Marco Luque revisita a carreira através de quatro personagens em esquetes novas e improvisação com o público: Jackson Faive, o motoboy paulistano; Mary Help, a diarista carismática e desastrada; Silas Simplesmente, o taxista que traz reflexões e hilariantes frases feitas com uma voz aveludada, e Mustafary, o rastafari pseudo-ambientalista com seus novos casos de conexões com a natureza e pessoas.

Prós

A versatilidade, irreverência, domínio de cena e carisma de Marco Luque;

Linguagem de fácil acesso e identificação em cada um dos quatro personagens;

Aumento da biografia e empatia pelos personagens já estabelecidos na carreira do humorista.

Contras

Embora seja um espetáculo, sem dúvida, divertidíssimo, não há novidades ou evoluções nos personagens já conhecidos.

4.5

Nota