O filme “Argentina, 1985” relembra o histórico julgamento que condenou, em tempo recorde, vários ditadores que perseguiram, torturaram e mataram os que se opunham ao governo durante o período em que os militares estiveram no poder. Embora seja um filme de ficção, se baseia na história real dos promotores Julio Strassera (Ricardo Darín) e Luis Moreno Ocampo (Peter Lanzani). Mais um filme necessário para jamais esquecermos as marcas que os governos antidemocráticos e totalitários deixam nos povos.
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O filme coloca o problema de forma bem diferente do que estamos acostumados em produções latino-americanas sobre ditadura. O diretor Santiago Mitre optou pela fórmula hollywoodiana dos grandes tribunais, que alterna momentos tensos com outros mais leves e até cômicos. Esse tom é fundamental para popularizar o debate, que é sério, ao mesmo tempo em que diverte.
O belo longa teve sua estreia no Festival de Veneza, e passou também pelo Festival do Rio, onde a Woo! Magazine participou da entrevista coletiva com os atores Peter Lanzani e Alejandra Flechner (que interpreta Silvia Strassera, esposa de Julio) realizada durante o evento.
Atores falam sobre a importância do filme para os Argentinos
Durante a entrevista coletiva, ao ser questionado sobre a importância do filme para o cinema e para os argentinos, Peter Lanzani deixou claro que é uma grande responsabilidade interpretar um personagem tão importante da história, dizendo que “uma das coisas mais inteligentes que o roteiro tem é que não é um filme que fala sobre política e sim um filme que fala sobre a humanidade.” E completou afirmando que é uma responsabilidade ainda maior contar essa história não só para quem viveu na época, mas também, “em poder chegar às pessoas em outros países e para continuar a dar o exemplo de alguma forma.”
Alejandra Flechner ressaltou que o julgamento foi importante a nível mundial, pois segundo ela “foi um julgamento civil dos militares com uma repercussão muito grande. Eu era muito jovem quando os julgamentos aconteceram, então eu também os vivi e foi um julgamento em uma democracia muito frágil porque os militares não estavam mais lá [no governo], mas eles ainda tinham muito poder mesmo durante os julgamentos.”
Quando questionados sobre como os filmes em geral, e em particular “Argentina, 1985”, podem ajudar a evitar erros terríveis como as ditaduras, Lanzani afirma que: “Ajuda pela memória. Ajuda porque ensina… porque de uma maneira ou outra demonstra o que está mal, o sucesso da violência.” e completa:
“A mensagem é: respeito, memória, justiça. Construímos a democracia com o decorrer dos anos… e como sociedade nós devemos construir aos poucos para termos o mundo que queremos. É um desafio.”
Peter Lanzani
Os atores também falaram sobre como foi a experiência de trabalhar com Ricardo Darín, o maior ator argentino da atualidade. Ambos ressaltaram que além de ser um grande profissional da atuação, é também uma pessoa generosa, que nas palavras de Lanzani “eu acho que ele me inspira muito porque além de ter aprendido muito como ator com ele, eu também aprendi muito sobre humanidade e foi isso que mais tocou meu coração e o que mais importa para mim.”
Sobre “Argentina, 1985”
Protagonizado por Ricardo Darín (“O Segredo de Seus Olhos”) e Peter Lanzani (“O Clã”), o longa conta com direção de Santiago Mitre (“A Cordilheira”) que co-escreveu junto ao seu colaborador de longa data Mariano Llinás (“Histórias Extraordinárias”). O longa será lançado exclusivamente no Prime Video em 21 de outubro, em mais de 240 países e territórios.
A produção, que fez parte da Competição Oficial da 79ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza, e teve exibição no Festival do Rio, conta a história real dos promotores Julio Strassera e Luis Moreno Ocampo, que ousaram investigar e processar a ditadura militar mais sangrenta da Argentina, no ano de 1985.
Sem se deixar intimidar pela influência ainda considerável dos militares em sua frágil nova democracia, Strassera e Moreno Ocampo reuniram uma jovem equipe jurídica de heróis improváveis para esta batalha de Davi contra Golias. Sob constante ameaça a si mesmos e suas famílias, eles correram contra o tempo para trazer justiça às vítimas da junta militar.
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