Veja nosso balanço do ano pro Lollapalooza 2025
O Lollapalooza 2025 trouxe experiências incríveis, mas também desafios que não passaram despercebidos pelo público. Entre parcerias de sucesso, shows memoráveis e ativações inovadoras, o festival entregou momentos únicos — mas também enfrentou problemas técnicos, questões de acessibilidade e uma line-up que gerou debate. Neste balanço completo, analisamos o que funcionou bem e o que poderia ter sido melhor na edição deste ano. Confira!
O que foi bom: boas parcerias
Por maior que seja a estrutura do festival — e é muita gente nos bastidores — atender tanta gente não seria possível sem um time de apoio para suprir demandas importantes. Nos últimos dois anos se tornou uma preocupação especial, por exemplo, manter o público hidratado por questões de segurança. Além das Water Stations espalhadas pelo festival, dessa vez com patrocínio do Bradesco — que também oferece os squeezes oficiais temáticos — o público, na grade ou não, também tem recebido água da própria organização durante os shows; tudo parte de uma grande força tarefa.
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Outra que deu certo foi a distribuição de lanches durante shows por uma das marcas patrocinadoras do evento, o McDonald’s, e que poderia voltar mais vezes, na nossa opinião. Os espaços para alimentação estavam bem montados e, sendo bem extensos, eram também oásis para travessia meio ao terreno irregular do Autódromo de Interlagos.
Como continuidade deste ano, o contato com o governo e prefeitura para gerir um evento mais confortável — afinal, já se tornou uma data importante no calendário do turismo da cidade — resolveu um problema que se arrastava por anos de locomoção até o Lollapalooza; foi-se o tempo de gente que esperava até as quatro da manhã para economizar na volta pra casa, pesa a favor as dezenas de funcionários nos entornos orientando os visitantes.
O que não foi tão bom assim: problemas técnicos e acessibilidade
Uma reclamação recorrente por parte do público é sobre a data do festival coincidir com o período de grandes chuvas na cidade de São Paulo. Quanto a isso, realmente não há muito o que ser feito, afinal, quem se apresenta nas edições chilena e argentina também pode já vir ao Brasil; a mudança de data seria um complicador a mais e dificultaria a contratação de novos artistas frente a um formato programático já estabelecido.
O que pode ser feito, contudo, é a ciência de que não se trata de “pode haver chuva”, mas de que ela estará lá e é preciso lidar com ela da melhor forma possível. No primeiro dia a presença de chuvas obrigou o cancelamento de MC Kako e Jovem Dionisio, e de quebra adiou os shows subsequentes. O problema foi a dificuldade de um plano de ação eficaz para lidar com a crise: os fãs se recusavam a sair das grades, e os funcionários não conseguiam coordenar uma evacuação dos palcos — o que levanta a questão do que poderia acontecer se, de fato, raios estivessem caindo no local.
Ainda em MC Kako, estava difícil de entender o cantor — não fossem os intérpretes de Libras —com a base tão mais alta que sua voz, o problema se resolveu nos dias seguintes, ao menos no Palco Budweiser, em que nos atentamos mais na cobertura. Ponto positivo, visto que ano passado isso foi mais frequente.
Para aproveitar, se anteriormente comemoramos o avanço na acessibilidade para as PCDs, ficamos sem entender porque a cobertura de intérpretes em Libras — língua co-oficial do Brasil, importante lembrar — foi drasticamente reduzida. Se a encontrávamos em cada performance e palco ano passado, este ano houve um apagão, surpreendentemente também nos shows de headliners, como Olivia Rodrigo e Alanis Morissette. Bola muito fora.
Concluindo quanto ao temporal, a precipitação torna o terreno do festival ainda mais hostil para tráfego, o que se repete ano após ano, e ajudaria se a rede de pisos táteis fosse mais expandida — entre os palcos Samsung Galaxy e Mike’s Ice, por exemplo, o tráfego fica impossível com a plena ocupação do asfalto — tal como ocorreu no The Town, da mesma organização.
Gostaríamos de destacar positivamente em uma seção especial os avanços na acessibilidade, como os motorizados para pessoas com mobilidade reduzida, e roda-gigante acessível, mas os passos para trás tornaram difícil de entender em que parte a produção se perdeu.
O que não foi tão bom assim: a line-up
Ok, sei que talvez esteja em posição de dissenso — mas já havia o dito em outra oportunidade de que havia gostado da escalação de artistas do ano.
A line-up é todo ano motivo de reclamação entre internautas, e como a história de Pedro e o Lobo, o sentido original se perdeu; de forma que criticar a seleção de músicos é já um lugar comum, tornando difícil de mensurar algum nível de descontentamento, mas tentaremos ponderar algumas críticas que fazem sentido.
Administrada pela Rock Nation — responsável pelo Rock in Rio e The Town — desde 2024, parece haver uma dificuldade em entender a identidade de cada festival (referimo-nos em específico a The Town em oposição ao Lollapalooza, ambos paulistanos). Este ano vieram nomes muito interessantes, mas figurinhas repetidas e que, quiçá, poderiam ser confundidos com headliners de Palco Mundo do RiR.
Destarte astros em alta serem comercialmente importantes para movimentar as vendas e público, além de estarem ali desde as primeiras edições — vide Imagine Dragons e Pharrell Williams — em alguma medida, sobretudo com alguns nomes do Palco Budweiser e Samsung Galaxy, como Justin Timberlake, há a impressão de que não se sabe para onde se atira em busca de “nomes grandes por nomes grandes” e, por consequência, o público atrás de um som mais “alternativo” — mesmo que mainstream — perde na queda de braço e acaba com um rip-off do Rock in Rio/The Town, com o agravante de, por ser anual, há menos tempo para planejamento.
E se o comentário acima é uma meio-crítica, precisamos falar sério sobre a distribuição de artistas por palco. É a primeira vez que Tool vem ao Brasil e Sepultura está na turnê de despedida; para que separar as duas atrações para lados diametralmente opostos do evento? — e ainda divididos pela maré de interessados em Timberlake no Palco Budweiser — fica a questão do que é necessário para essas duas bandas tocarem no mesmo palco.
Outro exemplo tão óbvio quanto, e que virou motivo de contenda entre os fãs, foi jogar os fãs do Empire of the Sun pros leões, a dizer os fãs de Olivia Rodrigo, que se acumularam às centenas desde a abertura dos portões na manhã de sexta. Nem os livies apreciaram devidamente o som de eletrônico, nem os fãs raiz de new wave gostaram de perder grade para uma multidão de adolescentes visivelmente desanimados. A situação fica mais dramática porque Rüfus du Sol se apresentava no momento em outro palco, logo após Jão — não seria muito mais fácil inverter Jão e Empire para acalmar os ânimos?
O que foi bom: a line-up
Que soe contraditório de nossa parte, mas vamos defender essa opinião nas trincheiras.
Embora sintamos que exista I – um exagero por parte de chamar artistas como Timberlake, Tate McRae, e Shawn Mendes (eles são a cara do Rock in Rio!); II – uma necessidade de maior coesão na escalação e disposição de palcos; estamos satisfeitos com a escolha de boa parte dos artistas — para nós, se coneguisse uma Marina (and the Diamonds) nem abriríamos a boca para reclamar, mas isso já é clubismo.
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Brincadeiras a parte, o Lolla valoriza desde sua primeira edição no Brasil os artistas nacionais e parte da história é colocá-los misturados, com coesão, tocando com nomes de fora e são eles frequentemente que oferecem surpresas exclusivas (que não fazem em shows normais) e a melhor energia. É o caso de veteranos como Sepultura e Bruno Martini, mas também de nomes novos como Sophia Chablau e Charlotte Matou um Cara. Que chova como sempre choveram críticas, mas eles são o núcleo duro do festival e que seguram a sua personalidade. Mais amor para o que é nosso! (Fãs do Foster não precisam tumultuar, a gente sabe que eles também são a cara do Lolla!).
“Lollapalooza 2025, show de Girl in Red”. Imagem Destacada: Divulgação/Lollapalooza 2025 (Fotografia: MORIVA/Ariel Martini)
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