M. Night Shyamalan se antecipou à polêmica, em 2019, com um bebê reborn no elenco
Os bebês reborn viraram um assunto polêmico no Brasil recentemente. Os bonecos bebês hiper-realistas feitos à mão viraram febre, e a brincadeira acabou sendo levada a sério demais por algumas mulheres, gerando críticas e discussões sobre a psicologia por trás desse fenômeno. Mas lá em 2019, uma série original da Apple TV+ já abordava o tema de forma assustadora.
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No centro da acalorada discussão, há quem use os bebês reborn como apoio emocional, como, por exemplo, para lidar com a perda de um filho. E é justamente esse o ponto de partida de “Servant”, série de terror psicológico de M. Night Shyamalan.
“Servant” e as camadas do luto (atenção aos spoilers)
A trama gira em torno de Dorothy (Lauren Ambrose) e Sean Turner (Toby Kebbell), um casal em luto após a perda de seu filho de apenas 13 semanas, Jericho. Junto com o irmão de Dorothy, Julian (Rupert Grint), a família adere à “terapia de objeto transicional”, usando um bebê reborn para tirar Dorothy do colapso psicológico em que se encontra. A terapia é levada tão a sério, que ela decide contratar a jovem Leanne Grayson (Nell Tiger Free) para cuidar do bebê como se fosse um bebê real. Misteriosamente, com a chegada da babá, o boneco se transforma num bebê de verdade.
A primeira temporada desenvolve o mistério em torno do bebê, ao mesmo tempo em que traça o caráter dos personagens, com ênfase em Dorothy, trazendo à tona os problemas da maternidade na contemporaneidade. Depressão pós-parto, luto, solidão, e até mesmo a opressão do mercado de trabalho sobre as mães, são muito bem desenvolvidos no roteiro. A grande revelação é que a própria Dorothy foi a responsável pela morte do bebê, ao esquecê-lo no carro.
Na segunda temporada, Jericho some junto com Leanne. Julian e Sean então se esforçam para manter Dorothy afastada da realidade de que aquele bebê não deveria estar ali. Além disso, a série revela um lado extremamente egoísta de todos os personagens, que recorrem a chantagens, torturas e outras atitudes agonizantes e perigosas na tentativa desesperada de trazer o bebê de volta. Nesta temporada, também é possível conhecer um pouco mais sobre o passado e a família de Leanne, mas uma dúvida persiste: seria ela um anjo, um demônio ou um ser com poderes sobrenaturais?
A terceira temporada começa com uma Dorothy cada vez mais instável mentalmente. Com Jericho de volta, os Turners só pensam em viver uma feliz vida em família, viajando e recebendo a alta sociedade para recepções em sua casa, ignorando totalmente que estão à beira do abismo. Já Leanne, está cada vez mais introvertida e paranoica, com medo de ser descoberta por uma seita religiosa, e demonstrando ter habilidades sobrenaturais capazes de interferir em eventos e na vida das pessoas. É a temporada mais misteriosa e sombria das quatro, onde as obsessões dos personagens são levadas ao limite.
A quarta e última temporada oferece boas respostas e uma conclusão satisfatória. Transitando entre a calmaria e o caos, ao longo dos 10 episódios finais, finalmente entendemos as reais intenções de Leanne e Dorothy consegue, enfim, tomar decisões com alguma sobriedade. Para não estragar totalmente a experiência, paramos por aqui. “Servant” é uma série tão bem desenvolvida e imersiva, que os spoilers nesse texto sequer chegam perto das emoções e questionamentos que ela provoca
“Servant” está disponível na íntegra na Apple TV+.
Imagem Destacada: Divulgação/Apple TV+
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