Trama de Manoel Carlos falou sobre diferentes formas de amar
A novela “Mulheres Apaixonadas“completou 21 anos desde sua estreia em 17 de fevereiro de 2003. Escrita por Manoel Carlos e dirigida por Ricardo Waddington. É lembrada até hoje por abordar temas polêmicos que conquistaram o público brasileiro e se tornaram marcos na teledramaturgia nacional. Inclusive foi reprisada recentemente no Vale a Pena Ver de Novo, e também no VIva. E está disponível na Globoplay
“Mulheres Apaixonadas” é ambientada no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro. Gira em torno da vida de Helena, uma diretora de escola vivida por Christiane Torloni, que enfrenta um casamento desgastado com o músico Téo (Tony Ramos).
A novela se destaca por entrelaçar várias histórias paralelas que exploram diferentes facetas do amor e das relações humanas. Traz temas como violência doméstica, alcoolismo, infidelidade, câncer de mama, e a complexidade dos relacionamentos familiares e amorosos.
A trilha é um capítulo à parte. Quem não torcia pelo casal Luciana (Camila Pitanga) e Diogo (Rodrigo Santoro) ao som de “Amor Maior” de Jota Quest? Misundestoord de Bon Jovi com Cláudio (Erik Marmo) e Edwiges (Carolina Dieckmam) com “Velha Infância” (Tribalistas), Padre Pedro (Nicola Siri)e Stela (Lavínia Vlasak)com “Imbranato” (Tiziano Ferro) ? Essas foram as mais marcantes pra mim, mas aposto que você deve ter outras. (Sim eu fui noveleira)
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Relacionamentos amorosos e suas facetas cativaram o público de Mulheres Apaixonadas
Fernanda e Théo: Maternidade e Adoção
Uma das tramas mais impactantes de “Mulheres Apaixonadas” é a história de Fernanda (Vanessa Gerbelli), uma jovem mãe solteira que tem um envolvimento com Théo (Tony Ramos).Logo, surge o questionamento sobre a paternidade de sua filha Salete (Bruna Marquezine).
No decorrer da trama é revelado que o filho do casal protagonista em verdade é fruto de um relacionamento de Théo com Fernanda e Helena o adotou sem saber.
Fernanda trabalha como vendedora para sustentar sua filha pequena e enfrenta muitas dificuldades em sua vida pessoal. O destino trágico de Fernanda ocorre quando ela é baleada numa troca de tiros no meio da rua.
A morte de Fernanda (Vanessa Gerbelli) é um dos momentos mais emblemáticos da novela, chocando o público e gerando debates sobre a violência urbana no Brasil.
A cena parou o bairro do Leblon, levou 2 dias de gravação e a população às lágrimas, principalmente a partir dos desdobramentos que levaram à sua morte.
A atriz Vanessa Gerbelli, intéprete de Fernanda em entrevista ao Observatório dos Famosos no Uol, destaca:
“Sem dúvida a cena do tiro e a cena da morte da personagem no hospital. Tive uma catarse ali, não conseguia parar de chorar. O diretor teve que pedir pra eu me controlar porque meu rosto estava vermelhíssimo e inchado. Os atores acessam sentimentos profundos durante as cenas e algumas vezes nos emocionamos muito, acontece”, relembrou Vannessa Gerbelli, que ainda citou o impacto causado com a cena da personagem na novela da Globo.
“Eu me sentia numa final de campeonato ou numa mega estreia de teatro. Era muita expectativa em torno da cena… Eu comecei a novela esperando a morte da personagem no capítulo 30… e a trama foi ganhando tanta importância que acabou culminando naquela cena”, contou a artista.
Raquel e Fred: Violência contra a mulher
Raquel (Helena Ranaldi), é uma professora de Educação Físicaque sofre violência doméstica de seu marido, Marcos (Dan Stulbach). As cenas de agressão com a raquete de tênis foram duras e impactantes: eram ao mesmo tempo implícitas e reais.
A trama despertou a atenção para o problema da violência contra a mulher. Ao mostrar a dificuldade da mulher em sair do relacionamento e em denunciar, mesmo com evidências visíveis a violência sofrida.
Paralelamente, Raquel se envolve com Fred ( Pedro Furtado) seu aluno do Ensino Médio o que leva a um desfecho trágico.
Heloísa e Sérgio: Relacionamentos Tóxicos
A novela também aborda a história de Sérgio (Marcello Antony) e Heloísa (Giulia Gam). Um casal cuja relação é marcada pelo ciúme excessivo dela, que sufoca o marido e comete atos extremos por isso. Ela é uma das personagens mais complexas da trama, e sua obsessão e insegurança levantam discussões sobre os limites do amor e da possessividade.
A personagem começa a frequentar o grupo MADA (Mulheres que Amam Demais Anônimas). Por outro lado, Sérgio, por sua vez alimentava o ciume excessivo da mulher com as suas atitudes. Consequentemente, nos dias de hoje com a gama de informações sobre o tema, seria possível dizer que ambos eram tóxicos na relação conjugal.
Clara e Rafa: Homofobia
Uma das grandes histórias da novela foi o casal Rafaela (Paula Picarelli) e Clara (Aline Moraes). Jovens estudantes de ensino médio, namoram às escondidas, mas ao mesmo tempo não escondem que se amam. Ao mesmo tempo em que todos sabiam do envolvimento das duas, elas não tinham manisfestações públicas de afeto.
Apesar do sofrimento óbvio, também era uma forma de cuidado e auto preservação. Afinal, havia dificuldade de aceitação da mãe de uma delas e preconceito de colegas da escola.
Quaisquer semelhanças com a realidade não é mera coincidência. A homofobia ainda é presente na sociedade hoje em dia, o que dirá 21 anos atrás.
Mulheres Apaixonadas, trouxe muitas histórias envolventes que despertavam a torcida do público pelos personagens.Afinal, unir o texto de Manoel Carlos com interpretações fortes não poderia ser diferente.
*Imagem Destacada: DIvulgação/Globo
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