Ele entrou no meio artístico em 2001, como cantor, compositor e foi um dos fundadores de uma banda que fez sucesso no Brasil inteiro, o FORFUN. Com a última turnê dela em 2015, ele anunciou, em 2016, sua nova banda, a BRAZA. A mesma, já está percorrendo as cidades brasileiras e dando muito que falar.
Mas ele não fica por aí não! Em 2012, lançou um livro chamado “Vivas Veredas” e, agora em 2017, ele traz “A Todo Pano”, com 63 poesias que retratam as indagações do autor sobre a vida, metafísica, Deus, drogas, casamento, moral e sociedade. Além de contar com ilustrações em preto e branco que criam um mosaico visual das questões humanas investigadas nos textos.
E o nosso Portrait de hoje é com Vitor Isensee!
Aimée – Você já está no mercado artístico tem alguns anos, e pôde ver que o cenário musical vem cada vez mais tendencioso. Como está sendo essa nova fase com a BRAZA e qual é a maior diferença entre ela e o FORFUN, em sua opinião?
Salve, Aimée! Está tudo fluindo nesse momento que é de muito trabalho. Não é exatamente “do zero”, mas é um recomeço. Independente disso, a real é que estamos nos realizando artística e pessoalmente com o BRAZA. Têm 10 meses que o projeto foi lançado, lançamos 3 vídeos oficiais, um curta-metragem que sai agora em Fevereiro, e já tivemos a oportunidade de dar uma bela volta pelo Brasil. De Porto Alegre a Fortaleza, passando por Brasília, São Paulo, Salvador… e muitas outras cidades. A grande diferença entre os dois projetos, na minha opinião, é o ponto de partida. O BRAZA parte de um conceito, que é mesclar reggae, rap e as variantes desses dois estilos. O Forfun já partia de um princípio mais espontâneo. Claro que a espontaneidade é fundamental na arte, mas hoje, já com alguma bagagem a mais, estamos gostando desse lance de pensar o processo artístico com um objetivo mais definido. É aquela história do “conceito”. No Forfun a gente fazia, tudo era muito experimental, e depois pensávamos qual era o conceito do que tínhamos criado. No BRAZA a gente parte de um conceito pra depois ver onde a obra vai chegar.
Aimée – Após o término do FORFUN, como surgiu a ideia de uma nova banda?
Quando chegamos à conclusão de que o mais justo a fazer era encerrar o ciclo do Forfun, imediatamente pensamos no que viria depois. Eu, Danilo e Nicolas ainda tínhamos, e temos, uma afinidade artística muito grande. Caiu a ficha de que a Vida estava jogando uma oportunidade de começarmos algo novo, nos reinventarmos. Eu costumo dizer que quem trabalha com arte não pode se dar ao luxo de entrar na zona de conforto. E por isso, ter que arregaçar as mangas e ir à luta nos deu aquela gana, aquele tesão renovado.
Aimée – BRAZA. O que representa esse nome para vocês?
BRAZA é ritmo, instinto, vontade, pulso, dança, fogo, calor, Brasil. É morder a parede, é mergulhar de peito aberto. É quando o bloco explode naquele sábado de carnaval. É reggae, dance hall, ragga, rap, trap… É celebrar e tentar reinterpretar as heranças de Jobim, Mussum, Benjor, Caetano, Glauber, Oiticica. É antropofagia e colagem pop.
Aimée – Há 5 anos atrás você lançou seu primeiro livro. O que te levou, primeiramente, a escrever o “Vivas Veredas” e, agora, o “A Todo Pano”?
Em 2011, percebi que tinha muito material escrito e que nunca tinha publicado. Algumas letras de música, crônicas, poemas, textos livres. Resolvi organizar aquilo tudo, a maioria em forma de poesia, e lançar um livro. Veio muito da vontade de expressar uma parte de mim, que não colocava na música. Coisas que teriam mais a ver com papel e caneta, do que com som. Assim nasceu o Vivas Veredas, que lancei pela editora Multifoco em 2012. Fiquei muito feliz com o resultado dessa empreitada, e por isso, continuei escrevendo e juntando coisas para uma segunda publicação. No final de 2015, já com a maioria dos textos do “A Todo Pano” prontos, tive a ideia de ilustrar cada uma das poesias. E aí veio esse lance do desenho, da ilustração. Sempre curti quadrinhos, grafite, pintura. Já havia estudado um pouco de artes visuais na escola do Parque Lage, aqui no Rio, e aí resolvi me meter nessa de misturar literatura e visualidade. Mais do que qualquer coisa, foi um processo de auto-cura e um puta prazer elaborar o “A Todo Pano”.
Aimée – Qual foi a recepção do público nesse segundo livro em relação ao primeiro?
Bem, a recepção tá bem bacana. Desde o lançamento do livro em outubro, na Bienal de SP, foram mais de mil exemplares vendidos, eventos de lançamento no Rio, Curitiba, Fortaleza e Porto Alegre… enfim, acho que é um feedback bem positivo. Mas ainda to começando a perceber tudo; até porque, acredito que a assimilação do público é um pouco mais lenta pro caso de um livro de poesias e ilustrações do que para um disco, por exemplo.
Aimée – O que você espera de 2017 tanto como cantor, quanto como escritor? Existem novos projetos literários a caminho?
2017 promete! Na literatura, não pretendo lançar nada esse ano. Mas a criação é contínua, e por isso me mantenho escrevendo. Já na música, estamos trabalhando no segundo disco do BRAZA, que deve ficar pronto ainda no primeiro semestre. Indo um pouco além da expectativa como cantor e escritor, como cidadão espero que o Brasil se ligue no que, na minha opinião, é um retrocesso absurdo que estamos vivendo em termos sociais. Mas, se estamos andando para trás em muitos aspectos, em muitos outros estamos caminhando pra frente. Estão aí, por exemplo, as lutas pelos direitos humanos, das mulheres, das minorias étnicas, da comunhão com o meio-ambiente e do bem -estar social.
Aimée – Vamos ao nosso Speed Portrait! (Esse é o momento em que eu te dou uma palavra e você me diz um sentimento.)
Acabei escolhendo não exatamente sentimentos, mas palavras que me vieram à cabeça.
Cantar – Compromisso
Compor – Auto-cura
Vivas Veredas – Primeirão
A Todo Pano – Navegar
FORFUN – Amor
BRAZA – Visceralidade
Aimée – Finalizando nossa entrevista, gosto sempre de saber um pouco mais sobre os artistas fora da “casca” e como eles se vêem. Então, conte-nos um pouco de como é o Vitor Isensee profissional e como ele é no dia a dia.
Nossa, difícil esse lance de falar de você mesmo, terceira pessoa.
Vitor Isensee e Sá, 33 anos. O ego fala alto, mas a Alma também. Como quase todo ser humano tá aí buscando. Se conhecendo, errando, aprendendo.
Como profissional, me jogo na entrega. Acho que microfone e caneta são compromissos, são dádivas e são fardos também.
No dia a dia quero som, sol e surf. Quero saúde e paz, o resto a gente desenvolve.
Finalizando nosso Portrait com Vitor Isensee.
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