A última edição do Game Awards aconteceu no primeiro dia de dezembro, transmitido mundialmente pela internet, reconhecendo games das mais diversas plataformas e categorias. É basicamente o “Oscar dos videogames”. Enquanto as categorias variam entre “Game do Ano”, “Melhor Narrativa” e “Melhor Game de Ação”, uma outra que se destaca é a de “Games por Impacto”.
A categoria consiste em títulos que provocam, de alguma forma, impactos sociais, mas não deixam de ser tão games quanto qualquer outro por aí. Quase sempre feitos por desenvolvedores independentes, os games compensam a falta de grandes verbas para com fortes narrativas e gráficos mais artísticos que realísticos. Vamos falar sobre os indicados e o vencedor deste ano:
1979 Revolution – Black Friday
“No verão de 1978, milhares de Iranianos tomaram as ruas e lutaram por mudança, independente de suas classes sociais, crenças ou alinhamentos políticos”
Assim começa o game de pegada política, onde assumimos o papel de Reza Shirazi, um fotojornalista que encontra sua cidade dominada por um regime ditador. A mecânica lembra os games da Telltale, como The Walking Dead, onde você faz decisões que afetarão o futuro da história, mas também faz com que o jogador use das habilidades de fotografia do protagonista.
Block’Hood
Para quem é mais chegado aos jogos de simulação, Block’Hood pode ser considerado uma mistura de Sim City e Minecraft. Você usa blocos para construir uma vizinhança, e cada um gera e consome recursos, afetando o equilíbrio do ambiente, sendo o desafio a expansão sustentável. E mesmo que você não ligue para sustentabilidade, é um game simples, porém divertido.
Orwell
O game é inspirado no livro “1984”, de George Orwell. Se passa num país fictício conhecido como A Nação, onde você atua como um agente que investiga a vida digital de milhares de cidadãos, invadindo suas redes e informações pessoais. Lembra um pouco “Watchdogs”, só que mais focado em investigação, enquanto o segundo é mais voltado para a ação. Ótima história para pensarmos sobre as fronteiras entre segurança e privacidade.
Sea Hero Quest
Este é um daqueles jogos simples, mas viciantes para smartphones, onde você controla um navio, navegando entre geleiras e enfrentando criaturas marítimas. Suas estatísticas no jogo são enviadas para cientistas que as usam em estudos sobre a demência. Embora o jogo não sirva para diagnósticos, é de grande ajuda nas pesquisas, já que 2 minutos jogando equivalem a 5 horas de testes tradicionais em laboratórios. Disponível para iOS e Android.
That Dragon, Cancer
O vencedor do prêmio de 2016 é outro game que investe pesadamente na narrativa, para contar a história de uma família com um filho que é vítima do câncer. O título conta a história real de Amy e Ryan Green, que perderam seu filho para a doença e fizeram da criação do jogo uma homenagem e forma de lidar com a dor.
Embora a história do game vencedor seja triste, é importante a existência deste e dos outros títulos, afinal, eles provam o valor artístico e cultural dos videogames. É um trabalho que consiste não só em divertir, mas compartilhar histórias e pontos de vista, da mesma forma que a música ou cinema podem fazer.
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