Estreou nesta semana a animação “Robô Selvagem”, filme de animação americano de drama e ficção científica baseado na série de três livros do escritor Peter Brown, produzido pela DreamWorks Animation e distribuído pela Universal Pictures, contando a história de um modelo avançado de tarefas domésticas que por um acidente cai em uma ilha habitada somente por animais.
Com sua voz feminina, o modelo robótico ROZZUM 7134 apelidada de Roz como não poderia ser ainda mais no mundo animal, é recebida com muita desconfiança e temida pelos habitantes da ilha o que continua a ocorrer mesmo que em uma sacada esperta e que faz todo sentido no filme, a robô numa curva de aprendizado que será muito explorada pelo filme, consegue se comunicar na “língua” deles e de maior ou menor forma, se envolve na vida de quase todos.
E que animação! Que espetáculo!
Ao contrário das animações que utilizam efeitos foto realistas, o Robô Selvagem vai na linha de beleza e criatividade que veio na esteira das duas obras primas: “Homem-Aranha no Aranhaverso” de 2018, sua continuação de 2023 e recentemente o muito bom e lindíssimo “Gato de Botas 2”, em que os filmes parecem tintas jogadas em uma aquarela e trabalhadas por artistas.
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No filme há cenas impressionantes que misturam o 2D tradicional com o 3D estereoscópico formando verdadeiras pinturas na tela, mas nada disso adiantaria se não houvesse essa história calcada na empatia, na coletividade e levada com observações às vezes duras e engraçadas que fazem parte da natureza e exemplificam a complexa situação da cadeia alimentar no reino animal.
Claro que se trata de uma fantasia e que a história não traz muitas novidades, mas a forma como a direção de Chris Sanders (responsável por outro êxito da Dreamworks, “Como Treinar seu Dragão”, 2010) explora os temas a que se propõem, transformando uma máquina que foi criada para processos e conclusões de tarefas, tentar com todas as suas habilidades se tornar a mãe do pequeno ganso Bico-Vivo, pois em um dos muitos acidentes que se meteu ao tentar se adaptar ao meio da natureza selvagem a qual não estava preparada, Roz acaba mudando drasticamente a vida do filhote que ainda estava no ovo.
E essa adaptabilidade é mostrada ao longo do filme que mostra Roz se libertando de tudo que é programada, tudo que é certo e pode ser medido, para se entregar ao livre arbítrio e à improvisação, evidenciando que a vida é bem maior do que rotinas, certezas e que sempre cabe aprendizados baseados no bem comum, nas situações em que se encontram um diferente e que é mostrado ao longo do filme no estado de seu corpo robótico que respeita o passar do tempo e vemos a própria natureza e se integrando a ela.
Isso tudo nesse espetáculo de argumento sem entrar no quesito o qual não sou qualificado para deliberar, mas que também é importantíssimo na trama, o instinto e o carinho materno, vindo de uma robô, de forma delicada e envolvente à partir do momento em que Roz e a esperta raposa de nome Astuto começam a dirimir suas diferenças e focam em Bico-Vivo, o que era encantamento e descoberta muda a chave para que além do crescimento desse pequeno ganso, e foco em uma aventura de sobrevivência.
É quando vemos como a magia das animações podem nos presentear com momentos que calam as palavras e aquecem os corações, pois é maravilhosa a forma como todos os outros acontecimentos que se sucedem, o escopo aumenta e os riscos fazem com que nos importemos com coadjuvantes que pouco vimos, mas que passamos a gostar e torcer para que tudo dê certo.
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Ao final há um gancho para a próxima aventura que já está confirmada pelo diretor e que adaptará o segundo livro: The Wild Robot Scapes, cuja saga termina com o livro The Wild Robot Protects.
Robô Selvagem é triunfo em animação e realização que já merece estar na lista como um dos melhores filmes do ano.
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