Winona Ryder é uma atriz hoje com 40 e poucos anos de idade que, na década de 90 viu sua carreira em plena ascensão. Fez parte de uma corrente de atrizes que misturavam uma beleza exótica e um talento gigantesco. Seu rosto deu vida a mocinhas românticas, dramáticas, tragicômicas.
Vários de seus filmes estão na memória de quem viveu a Sessão da Tarde dos anos 90. Ela foi a crush de Edward no filme “Edward, Mãos de Tesouras”, uma mulher acusada de bruxaria em “As Bruxas de Salém”, a sofredora mocinha de “Outono em Nova York” e vários outros filmes que fizeram acompanhá-la durante os anos 90 e 2000.
Sua carreira, portanto, ia de vento em poupa. Ela não era uma promessa, ela era uma atriz com muitos filmes maravilhosos consolidados. Tinha se arriscado na Ficção Científica, com “Alien: A Ressurreição”, também no drama-suspense “Drácula de Bram Stoker”, e se testado no drama de uma mulher que é taxada como alguém que sofre de Boderline (Transtorno de personalidade limítrofe, alguém que sofre de impulsos e instabilidades) em “Garota, Interrompida”, um de seus melhores papéis em uma carreira recheada deles.
Mas se ela tinha uma carreira tão perfeita, com papéis diferentes e atuações tão marcantes, porque essa basicamente acabou nos anos 2000? Porque em 2001 Winona foi presa em flagrante depois de ser pega roubando uma loja nos Estados Unidos. Depois desse evento, foi exaustivamente taxada de ladra e viu suas boas personagens e atuações sumirem pelo ralo.
Não importou a ninguém o fato de que Winona sofria de um transtorno conhecido como “Cleptomania”. A Cleptomania é um distúrbio de ordem psicológica que faz pessoas roubarem objetos, podendo eles serem de valor ou não (na grande maioria das vezes não tem valor nenhum), mas sem terem a necessidade de roubar. Trata-se de uma enfermidade que pode e deve ser tratada, mas que não impede ninguém de ser bom profissional, não tira o talento de ninguém, e que acaba fazendo mais mal a vítima do que a quem foi roubado.
No entanto, nada disso importou. Nem o talento de Winona, nem seu profissionalismo. A partir do momento em que ela foi colocada como ladra, viu suas oportunidades desaparecerem e seu nome virar motivo de notas sensacionalistas. Mesmo se tratando, ela recebeu poucas oportunidades em filmes que ora tinham gosto duvidoso, como “Zoolander” e “A Herança do Sr. Deeds”, e ora eram bonitinhos, mas não fizeram barulho nenhum, como “A Vida Íntima de Pippa Lee”.
Infelizmente, o fato de ser boa atriz não segurou sua carreira quando ela viu-se afundada no escândalo que sua cleptomania fez. Mesmo sendo profissional, mesmo tendo trabalhado com diversos atores, diretores, produtores, e nunca tendo colocado eles em uma posição ruim, ou abusado deles, ou agredido. Winona Ryder desapareceu uma década porque sofre de cleptomania. Vários diretores, produtores, atores e outros profissionais foram denunciados por agressão e abuso contra outros colegas, alguns inclusive com provas, nunca se desculparam, muitos se vitimizaram durante anos, muitos foram desculpados pelo público que diz que há de saber separar vida pessoal e arte, mas foi Winona, que fez mais mal a si mesma, que foi quase banida de Hollywood mesmo depois de anos de tratamento, de desculpas públicas a loja, a todos a quem atingiu com seu “problema”, mesmo depois de tudo que tentou fazer para mostrar seu arrependimento, constrangimento e contornar a situação, que recebeu a maior punição.
Passados quase 20 anos do fatídico acontecimento, muito tempo de tratamento, a atriz finalmente ganhou uma nova chance em um bom produto: “Stranger Things”, onde tem um papel de destaque. A série da Netflix recolocou a atriz no mapa. A atuação dela está sendo muito elogiada e as pessoas parecem haver esquecido do que ela fez. No recebimento da categoria de melhor elenco do Sag Awards (prêmio dado pelo Sindicato dos Atores dos EUA), as caretas que fez de surpresa foram um show a parte virando diversos memes.
Nos resta apenas torcer que a memória do público, da crítica e dos outros profissionais, para Winona, seja tão pequena quanto parece ser para os diretores, atores, produtores e ademais, que se viram em graves problemas, mas sempre foram perdoados. Ou nos resta apenas torcer para que o público entenda que um é um transtorno psicológico, enquanto o outro é o resultado de anos de prepotência e arrogância.
No fim das contas, vamos torcer mesmo é por mais “Stranger Things”, porque isso é torcer por mais Winona. E vamos fazer isso por ela, porque ela é dona de uma personalidade memorável e tem talento de sobra pra mostrar.
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Gosto muito dessa atriz e não sabia desse detalhe/doença. Tb penso q tratamento existe e não é impedimento para q travem o trabalho dela.
Deus a abençoe e q continue a nos brindar com seu talento!