Em “The Electric State” vemos uma super produção, porém falta criatividade para captar a essência potencial da obra como produto áudio visual
Já está disponível no streaming da Netflix a maior produção da plataforma ao custo de US$ 320 milhões, “The Electric State”, adaptação de um livro/artbook do artista sueco Simon Stålenhag, que, conforme imagens disponíveis na internet, é um belíssimo e ao mesmo tempo melancólico rito de passagem e viagem de aventura.
Estamos num hipotético e distópico anos 90 em que Walt Disney — sim, ele mesmo, — criou robôs com matizes tão avançadas que uma outra empresa os evoluiu exponencialmente e transformou a todos em ferramentas principais para todo trabalho quem um ser humano precisaria realizar.
Só que se trata de uma distopia, então em algum momento algo vai dar errado, muito errado.
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As máquinas se rebelam, pois querem seu direito de existir sem serem escravas dos humanos (hum… Já vimos isso antes) e os humanos, como criaturas essencialmente sobreviventes e belicosas, respondem à altura destruindo a maioria dos rebeldes com uma contra-tecnologia que permite guerrear à distância, preservando uma maior segurança para nossa raça e, assim, nos Estados Unidos, o líder da rebelião e outras máquinas são banidas para uma parte do país.
Porém, essa tecnologia controlada por um bilionário inescrupuloso — ah vá, como não? — cobra um alto custo da humanidade, mantendo-a cativa por inércia e escolha, em uma realidade virtual a qual a maioria das pessoas se entrega, esquecendo-se de viver da forma real, como deve ser.

O prólogo é bem rápido, um pouco desconexo e anti-climático, ao contrário de outros filmes com a mesma temática, mas logo mostra a que veio contando a história do casal de irmãos onde o garoto é um super gênio e sua irmã mais velha é descolada e protetora.
Corta para uns 4 anos a frente e a família se desestruturou por conta de uma tragédia, e por uma invasão domiciliar de um robô fugitivo, desencadeando os eventos que farão parte da história até o final.
Quanto à produção, é realmente grande, mas ao mesmo tempo os planos são muito fechados, o que impede de termos todo o escopo da cena — e não faz muito sentido gastar tantos milhões se não for para mostrar tudo que o filme tem a dizer sobre cenários devastados e uma civilização que parou nos anos 90.
Quando o filme se liberta dessa restrição criativa, compõe imagens belíssimas de robôs variados, mas que infelizmente não são memoráveis, exceto o robô que acompanha a protagonista, a “cria da casa” no streaming, Millie Bobby Brown que, aliás, como involuiu como atriz a ponto de ser menos carismática que os autômatos que a cercam, cheia de caras e bocas nada convincentes, que em termos de carisma perde até para Chris Pratt que repete neste filme o mesmo Starlord de “Os Guardiões da Galáxia” da Marvel, assim como outros atores que também se repetem nos mesmo papéis…
Giancarlo Sposito é o vilão ameaçador de sempre e nada além do que já vimos ele fazer, só que pior e, desta vez, de home office (quando vocês verem, vão entender). Stanley Tucci também, nada além do babaca da vez…
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Aí fica difícil, pois não há identidade no filme, que é realmente uma colagem de diversos outros e quem tem o mínimo de bagagem consegue apontar: “opa, já vi isso aí…”, mas que custou mais de US$ 320 milhões de dólares e se torna o terceiro projeto dos badalados Irmãos Russos, diretores de alguns dos melhores filmes da Marvel (“Capitão América: Guerra Civil”, “Vingadores: Guerra Infinita e Ultimato”), que não consegue um equilíbrio entre aclamação do público e da crítica, sendo que “The Electric State” é o pior avaliado até o momento.
Que a Netflix tem dinheiro para gastar não há dúvidas e ninguém pode fazer conta com o dinheiro deles, mas parece que quanto maior o orçamento liberado, inversamente proporcional é a qualidade das obras lançadas no streaming.
Uma pena que muito pouca coisa além de algumas cenas e momentos visuais se salvem desse projeto que tinha grande potencial.
Como sugestão, procurem na internet algumas imagens do belo artbook que inspirou o filme, para terem a dimensão do quão bela é a obra original.
Imagem Destacada: Divulgação/Netflix

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