No filme “Código Preto”, o diretor Steven Soderbergh entrega, na medida certa, espionagem, suspense e paranoia
Temos mais um filme de Steven Soderbergh que havia anunciado sua aposentadoria, mas está cada vez mais prolífico com sua obra mais recente “Código Preto”, filme de espionagem e suspense que estreou essa semana com o mesmo roteirista David Koep cujos trabalhos mais notáveis são “Jurassic Park” e “Missão: Impossível” (os primeiros das respectivas cinesséries que estão por aí até hoje), e no próximo mês já retornam com “Presença”, um filme de terror.
E prolífico é algo que não se aplica à “Código Preto”, enxuto nos seus 133 minutos de duração. O filme não aborrece e vai direto ao ponto no que diz respeito à trama de espionagem, primeiro envolvendo um mcguffin (resumidamente, um objeto ou pessoa que movimenta uma trama cinematográfica) e posteriormente um whodunnit (quem “fez” ou matou?), no melhor estilo da escritora Agatha Crhistie, A Rainha do Crime, cujos livros são sucesso há décadas e trazem personagens intrigantes, suspeitos e mistérios crescentes que deleitam aqueles que se aventuram por suas páginas.
Aqui temos um grupo de espiões ou pessoas que trabalham no ramo, tentando localizar um traidor entre eles a procurar um artefato que pode custar a vida de milhares, caso não seja recuperado ou destruído.
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Não há muita ação na trama que é bem diferente de um Jack Ryan ou Jason Bourne e, mesmo se passando Londres, está distante das mirabolantes aventuras de James Bond, onde inclusive há o charmoso Pierce Brosnan que já interpretou o agente secreto mais famoso do cinema que, aqui, está em uma participação como uma espécie de “M”, ou seja, o chefe dos agentes.
É na escolha do elenco, na ambientação, na forma cheia de classe e trama envolvente que, em “Código Preto”, Steven Soderbergh se aproxima mais de outro filme, o excelente “O Espião Que Sabia Demais”, que, vejam só, adapta uma obra que veio de outro mestre da literatura, John le Carré.

Os protagonistas são Michael Fassbender, que tem se tornado um especialista em interpretar personagens frios, metódicos, quase (ênfase no quase) inabaláveis e de uma precisão robótica — ele também interpreta um espião em Londres na excelente série “A Agência” — que contrasta perfeitamente com a insinuante e irresistível Cate Blanchett como um casal da alta cúpula do serviço secreto inglês que, em determinado momento, são obrigados a investigarem um ao outro.
E se neste momento vier a sua mente “Sr. & Sra. Smith”, imagine um casal estabelecido, com alguns problemas de desconfiança de quem atua nesta profissão onde o menor deslize significa perigo eminente. A grande diferença é que são maduros e mais classudos, mas em um determinado momento há a grande questão que os dois tem que enfrentar: o casamento ou a lealdade ao país?
Essa é a tônica desse excelente exemplar de filmes de espionagem que não seria tão bom se não tivesse atores coadjuvantes de peso como Tom Burke, um libertino divertido; Regé-Jean Page, o engravatado ambicioso; Marisa Abela, a novata e impressionada com o casal principal e Naomi Harris, a psiquiatra que a todos atende e tem acesso a alguns segredos, personagens bem estabelecidos que são a chave para resolução de todo mistério.
Os figurinos impecáveis dos protagonistas dão conta do filme, com alguns dos espiões mais elegantes que já se viu na tela do cinema.
A trama se inicia e se encerra de verdade na mesa de jantar na casa do badalado e invejado casal de espiões, onde as mais doloridas e perigosas verdades são ditas, o que remete muito as soluções de mistérios de Agatha Christie quando os suspeitos são reunidos e que a grande diversão é montar o quebra-cabeça, para desvendar os mistérios dessas pessoas que vivem de se esquivar da verdade e, numa sacada divertida do roteiro, justificam tudo o que não podem revelar dizendo que se trata de “código preto”.
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O diretor Steven Soderbergh e o roteirista David Koep têm em seus currículos obras diversas, de prestígio, sucesso e outras nem tanto, mas aqui tudo está ajustado à perfeição, enxuto e no seu devido lugar.
Olha, pode ser interessante ver o que a próxima obra da dupla, Presença, vai nos apresentar.
Imagem Destacada: Divulgação/Universal (via TMDB)

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