Em ação ou como preferirem, em exibição no streaming da Apple TV+, “Wolfs” traz dois dos maiores astros (não tão atuais) de Hollywood, em um filme de parceiros que nos anos 90 renderia algumas centenas de milhões de dólares se fosse para o cinema ao redor do mundo.
Porém, por mais que George Clooney e Brad Pitt sejam incontestavelmente conhecidos e admirados nos tempos de hoje infelizmente, eles não são chamarizes de grandes bilheterias. Isso e o conceito de duplas diferentes que se complementam, faz de Wolfs um filme com um tema meio que datado, a não ser que surja uma outra obra que reinvente esse sub gênero e crie um novo apelo para uma nova geração de expectadores (como a franquia Jonh Wick fez com os filmes de ação).
De qualquer forma, é um prazer cinematográfico ver dois astros que são amigos na vida real, se digladiarem em ironias e provocações, até claro, se aliarem contra um inimigo em comum.
Esse percalço é embalado por uma trama um tanto previsível, mas que tem seus mistérios muito bem amarrados pelo roteirista, produtor (junto com Clooney e Pitt) e diretor Jon Watts, da última trilogia do Homem Aranha da Marvel.
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Com um estilo fluido e privilegiando cantos e sombras na narrativa e nos cenários, a partir de um incidente, dois “fixers” ou homens que “solucionam” situações embaraçosas e perigosas em que celebridades, políticos e pessoas poderosas se metem, por um acaso se encontram inadvertidamente e tem que forçosamente se aliarem para resolverem toda essa situação.
Esse tema foi muito bem explorado no filme “Pulp Fiction” (1994) de Tarantino pelo personagem do ator Harvey Keitel que inclusive se chama Winston “Wolfe” (seria uma homenagem?) e principalmente de forma mais aprofundada na excelente serie “Ray Donovan”, protagonizada pelo ator Liev Schreiber, com potencial para gerar histórias interessantes porque personagens como esses, escapam do maniqueísmo usual e por andarem sempre à margem da lei, não podem ser considerados heróis no sentido puro do termo.
Pouco há para acrescentar sobre a competência dos dois atores principais que além de charmosos, tem carisma e recursos de sobra para embalar todo(a)s o(a)s espectadore(a)s nessa comédia de ação e quase se bastam para justificar o filme, mas nem só de imagens se vive o cinema e Jon Watts faz o que pode, inclusive criando um coadjuvante sobre o qual a trama inteira se move que além de engraçado, é defendido com muita habilidade pelo jovem Austin Abrams que chega a roubar a cena dos protagonistas veteranos, tamanho é o caos divertido da sua interpretação.
Através de métodos diversos de atuação, vemos ao mesmo tempo as diferenças entre os dois grandes astros, que trazem anos de experiência e amizades para telinha e nos fazem ter saudades de mais interações entre astros conhecidos, como guardada as devidas proporções ocorreu na franquia “Os Mercenários” em que Sylvester Stallone, Bruce Willis e Arnold Schwarzenegger se uniram em uma aventura caótica e que fez a festa dos saudosistas e fãs dos filmes de ação dos anos 80 e 90.
Clooney e Pitt também conhecem muito bem e aos seus ofícios desde a trilogia “Onze, Doze e Treze Homens…” deSteven Soderbergh e sabem conduzir a audiência através dos dramas e dilemas dos seus personagens que carregam o peso e a responsabilidade de serem os melhores para realizar os piores serviços para o qual são contratados.
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Porém dos dois, Clooney é quem convence mais como o veterano que é meticuloso e tem seu método de agir como um sacerdócio, enquanto Pitt é o mais bonachão e que muitas vezes, parece contar com o acaso e improvisos para se livrar das confusões.
De qualquer forma, é muito divertido acompanhar essa jornada e no final a lá “Butch Cassidy e Sundance Kid” (1969), o filme remete a outra dupla muito famosa e querida dos cinéfilos.
Ou seja, o filme é uma boa sessão e uma ótima adição de catálogo da Apple TV+.
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