Estreando na Netflix, temos a mais nova comédia adolescente de sucesso, “Os Novatos” que conta aquela velha/nova história que é quase uma instituição no cinema americano: o rito de passagem para o ensino médio, em uma festa épica, maluca, em que tudo acontece e define para sempre os protagonistas, ansiosos pela oportunidade de se conhecerem e ao sexo oposto (ou a um igual).
Protagonizado pelos personagens de Benjamin (Mason Thames, de O Telefone Preto), Connor (Raphael Alejandro), Eddie (Ramon Reed) e Koosh (Bardia Seiri), essa “quadrilha” divertida está na primeira e infernal semana do ensino médio, quando sofrem todo tipo de bullying, pressão social e o irmão de um deles marca uma festança para comemorar o início do ano.
E é por aí…
Porém, o filme tem alguns trunfos e começa pelo personagem Benjamin, que é extremamente carismático, simpático e sensível, meio que o líder da turma a ponto de ser a bússola moral da trupe envolvida.
Uma composição que não foge à regra desse tipo de filme, mas ajuda bastante na alquimia da fórmula.
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Por falar em fórmula, outro trunfo são os coadjuvantes, que se não têm o mesmo carisma do protagonista principal, levam de boa os estereótipos do “covarde” ou comedido, o totalmente sem noção, e o “mala” riquinho, que para variar, é moralmente questionável.
E dessa vez, temos um dos professores na bagunça, o que pelo carisma de Bobby Cannavale, traz algumas das cenas mais divertidas e sem noção do filme, explicitando em termos de conversa e conselho nos relacionamentos, o abismo entre as gerações que hoje é muito maior do que em outras décadas.
Voltando à linha principal, como sempre tem o garoto a fim da garota que além de bonita, é descolada, inteligente e gente boa, raro nesses filmes.
O restante, pega emprestado tudo o que já foi visto em filmes modernos de festas adolescentes como “Superbad”, “Projeto X”, “Finalmente 18”, “10 Coisas que Odeio em Você” e um leve toque do “clássico” e um pouco mais antigo “Sem Licença para Dirigir”, que apresenta uma musa a princípio é inacessível, bem maluquete, mas no final…
Embora recheado de clichês, é uma adição digna ao catálogo da Netflix, o principal em quantidade de comédias românticas e adolescentes, que traz o básico bem feito e divertido, com situações inusitadas que claro um pouco de bom senso evitaria, mas senão não haveria filme. Certo?
Mesmo que de forma jocosa, passa pela preocupação de uma mãe que é muito amorosa com os filhos, rivalidade e opressão entre irmãos e dos problemas da enorme pressão social em uma era que qualquer deslize registrado nos centenas de celulares ativos em uma festa pode significar um estigma praticamente impossível de apagar, a não ser que você seja inteligente como o protagonista Benjamin.
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Tem clichês além do que pode ser considerado em um filme que talvez tivesse a pretensão de se destacar no imenso catálogo do maior streaming do mundo e uma cinematografia de tv, com ângulos formais e iluminação bem comum.
De qualquer forma, mesmo quem não está acostumado com esse subgênero e não tem as referências cinematográficas, mas procura diversão esse filme acerta de cara na nostalgia, pois ver adolescentes se descobrindo em situações caóticas e absurdas, mesmo que pese em se tratar de uma realidade totalmente diferente dos brasileiros, é uma porta de entrada para jogar um pouco luz a esse mundo virtual em que os jovens de todo mundo vivem atualmente, fruto da rapidez de informação, vaidade e das pressões sociais que eles mesmo se impõe, porém que faz parte do aprendizado dessa parte da vida.
Imagem Destacada: Divulgação/Netflix
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