Falar que a gastronomia está em alta não é nenhuma novidade. A cozinha tornou-se tema frequente de programas de televisão, cinema e séries, cada um com seu formato e explorando de formas diferentes os alimentos. O acesso às informações, antes exclusivas de quem tinha contato com chefs, agora, criou um mundo de possibilidades para aqueles que sonham em trabalhar na área ou até para aqueles que querem somente agradar aos paladares de pessoas próximas e queridas.
Como já é historicamente comprovado, para que um restaurante faça sucesso, é preciso analisar um misto de fatores. Desde a decoração das mesas, paredes até a sensação que o dono da casa quer passar para o cliente quando ele pôr a comida na boca. Mas aí é que surge o principal fator: o sabor. O mais importante é produzir pratos que tragam algo de diferente, seja através da aproximação com a memória afetiva, por sabores exóticos ou até alimento mais comuns, trabalhados de forma inusitada.
E onde será que está o segredo do sucesso de chefs famosos e como eles começaram sua carreira? Isso tudo é respondido pela série documental “Chef’s Table” da Netflix. Atualmente com 3 temporadas, já foram entrevistados nomes muito importantes da culinária do mundo todo. A primeira temporada é composta pelo time de chefs Massimo Bottura, Dan Barber, Francis Mallmann, Niki Nakayama, Ben Shewry e Magnus Nilsson, a segunda apresenta Grant Achatz, o brasileiro Alex Atala, Dominique Crenn, Enrique Olvera, Ana Ros, Gaggan Anand e a terceira por Jeong Kwan, Vladimir Mukhin, Nancy Silverton, Ivan Orkin, Tim Raue e Virgilio Martinez.O diferencial da produção, quando comparado com outros programas do mesmo assunto, é que o intuito não é ensinar o telespectador a cozinhar, mas aproximá-lo do universo e ajudá-lo a compreender a visão de quem vive da cozinha. Além, é claro, das surpresas. Alex Atala, por exemplo, conta que aprendeu uma lição de vida durante uma viagem de ácido e explica como isso transformou sua visão sobre o mundo. Os realizadores do documentário seguiram os passos de Atala durante 20 dias e atingiram um resultado genial, com imagens do Vale do Paraíba, de visitas à tribo indígena Baniwa, localizada no estado do Amazonas e muita comida bonita. Outras histórias surpreendentes são retratadas, como a da chef Ana Ros, que estava prestes a seguir carreira diplomática e revolveu largar tudo para assumir ao lado do marido, que é sommelier, o restaurantes dos sogros. A chef conta em detalhes as dificuldades de se tornar uma chef sem ter conhecimentos técnicos, normalmente adquiridos em uma escola da gastronomia e como essa escolha afetou sua relação com a família.
Enquanto um dos episódios mais emocionantes é sobre Grant Achatz, ex-aprendiz de Thomas Keller, um dos chefs mais famosos dos Estados Unidos. Grant conta como passou por um momento difícil e no auge de sua carreira: o diagnóstico de câncer. O cozinheiro diz que os médicos lhe deram opções como remover a língua ou ter alguns meses de vida. Ele acabou se recuperando através de um tratamento experimental da Universidade de Chicago, mas ainda sofreu por perder o paladar durante o processo de quimioterapia, só o recuperando quando o câncer sumiu por completo.
Todos os episódios procuram humanizar a vida dos chefs, com o objetivo de não mostrar somente técnicas e receitas, mas a história por trás da criatividade e do estilo culinário de cada um. Além disso, os produtores buscam quebrar preconceitos que existem em relação a alta gastronomia como, por exemplo, a quantidade de comida que vem no prato ou a associação com a “gourmetização” de outros alimentos. A série mostra o esforço que há por trás daqueles pratos e como a comida também pode ser apreciada como uma obra de arte, criada com muita dedicação.
Por Manuella Neiva
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