Tem vezes que a pessoa vai ao cinema ou liga a televisão e já sabe que vai ver um filme cheio de clichês, tem algumas vezes que esses clichês são muito bem apresentados e você se diverte e até se surpreende. Mas esse não é o caso do filme “Conspiração Terrorista”.
O novo lançamento da Netflix dirigido pelo Michael Apted, que até já dirigiu um filme do James Bond “O Mundo não é o Bastante”, tenta trazer mais um filme de espionagem que divirta com um ritmo frenético, intriga e um casting muito bem escolhido, mas infelizmente ele não acerta em todos os objetivos de sua missão.
A trama traz a história de uma agente da CIA (vivida pela Noomi Rapace) que está afastada do trabalho de campo depois de não conseguir impedir um atentado terrorista em Paris, porém ela é chamada para interrogar um suspeito de terrorismo. Só que as coisas não saem como o esperado e ela descobre que as informações estão sendo vazadas para fora da agência e ela acaba sendo incriminada no meio de toda essa situação. Essa é a premissa simples do filme que tem de tudo para ser certeira, porém o desenrolar da trama acaba não correspondendo essas expectativas.
A maior falha acaba sendo o roteiro, já que no final do primeiro ato o espectador já consegue ter quase toda a certeza do que irá acontecer no final da história, e da segunda para a terceira parte do filme não acontece nada que faça o enredo se desenrolar, apenas cenas de ação muito bem dirigidas (isso temos que reconhecer) e a protagonista escapando e sofrendo para todos os lados, enquanto toma decisões tão ruins que o espectador custa acreditar que uma agente com o histórico dela iria tomar.
O filme tinha potencial para ser muito mais do que é, já que o maior investimento que a Netflix fez com essa produção foi o elenco cheio de estrelas: Noomi Rapace, Orlando Bloom, John Malkovich, Michael Douglas e até a Toni Collete. Todos tentam desempenhar bem o seu trabalho e atuam em um nível bom (tirando o Michael Douglas), porém a história não sabe usar tão bem todos os seus personagens como deveria. O que mais sofre com isso, e tem uma participação meio sem pé nem cabeça, é o Orlando Bloom, que seu personagem surge de uma forma nada convincente e deixa a história de uma forma bem súbita.
“Conspiração Terrorista” é um exemplo de muita forma para pouco conteúdo, cenas bonitas e rápidas, elenco que chama atenção do público e um enredo de espionagem, tudo isso realizado com uma estética mediana, mas que não marca e nem impressiona. Isso até lembra os filmes de ação dos anos 1990 que saiam direto em home vídeo e que estavam sempre disponíveis nas locadoras de bairro. Se a ideia da Netflix é trazer essa nostalgia que não vem acompanhada com grandes expectativas eles acertaram, se a intenção era entregar um filme de ação que gerasse uma repercussão maior e até começasse uma possível franquia, então eles não conseguiram cumprir sua missão.
Um chute até pode ser dado depois que esse filme é assistido, parece que a Netflix quer realmente emplacar a atriz Noomi Rapace como sua estrela dos filmes de ação, já que a mesma também protagonizou “Onde está segunda?“, porém o outro filme que tem até um pano de fundo de ficção científica, entrega muito mais que esse filme de espionagem. Que está muito longe de ser o “Atômica” da Netflix, mesmo que tenha uma protagonista quase tão chamativa (e com o salário possivelmente bem mais em conta) quanto a Charlize Theron.
Por Fernando Targino
Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.
Sem comentários! Seja o primeiro.