Sequência do épico de Dennis Villeneuve chega aos cinemas
Depois de um pouco mais de dois anos, a sequência da saga de Paul Atreides chega aos cinemas. “Duna 2” prometia ser o grande épico de Dennis Villeneuve, tendo o primeiro filme como um grande prólogo. Sendo a parte final da adaptação da obra de Frank Herbert, considerada por muitos como “o livro impossível de se adaptar”, às expectativas (e preocupações) flutuavam por entre os fãs, o público, e claro, a crítica. Com tantos olhos voltados para o longa, será que, após todas as preparações feitas, ele conseguiu atingir as grandes expectativas impostas a ele?

Infelizmente, comparações são impossíveis de evitar. Mas, nesse caso, devem ser feitas. No primeiro filme, acompanhamos a queda da casa Atreides, e somos apresentados a profecia de que Paul seria o messias do povo do planeta desértico de Arrakis. No segundo filme, que continua diretamente de onde o outro terminou, acompanhamos o filho da casa Atreides sobreviver no deserto enquanto une forças com os Fremen, povo que habita as dunas desse planeta desolador.
E enquanto o primeiro filme possui um ritmo mais lento, nos apresentando o universo de “Duna” de forma gradual, o segundo filme deixa as formalidades de lado, exibindo diversas cenas de ação incríveis durante as quase três horas de duração. Villeneuve consegue, utilizando dos mais diversos recursos visuais, até mesmo a ausência de cores, para entregar cenários hipnotizantes. É incrível ver a influência que o deserto possui para as táticas de ações dos personagens, e como eles utilizam de todos os recursos naturais possíveis para guerrear contra um poderio bem mais forte do que os do Fremen.
Com os caminhos abertos pelo primeiro filme, “Duna 2” explora ao máximo seu potencial
Como não se vive só de porradaria e cena bonita, o enredo de “Duna” é denso, e as implicações e os dilemas dos personagens são muito bem desenhados. A cultura dos Fremen, fortemente inspirada pela cultura árabe, também é levada em consideração, sendo clara as semelhanças e o respeito com o qual Frank Herbert teve ao escrever a história fictícia.
Ainda falando sobre os desenvolvimentos dos personagens, a progressiva mudança de tom com o desenrolar da história de Paul é fenomenal. Ainda no primeiro filme, ele negava a profecia, e questionava a autoridade da própria mãe. Aqui, nós podemos testemunhar o amadurecimento do garoto da casa Atreides, e questionamos junto a ele qual é o melhor caminho a ser tomado.

Mas nem tudo são flores… A atuação de Timothée Chalamet é absurda em grande parte do filme, podendo ser considerado um dos melhores trabalhos do ator. Mas, justamente na cena final do longa, é como se toda a seriedade e o peso imposto no personagem se perde, e Paul parece somente uma criança rabugenta, não impondo a presença necessária pro que está acontecendo em tela. Ainda nas atuações, todos os outros personagens são brilhantemente interpretados. Com grande destaque para Zendaya e Austin-Butler, que interpretam Chani e Feyd-Rautha.
Então sim, podemos dizer que Dennis Villeneuve alcançou o impossível, fez uma incrível adaptação de “Duna”, e é capaz de fazer muitos mudarem de opinião inclusive com o primeiro filme.
E assista no cinema, vale muito a pena.

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