Em março de 2016 a cena musical independente ganhou uma nova voz, a voz do Braza. Banda formada por Danilo Cutrim, Nicolas Christ e Vitor Isensee, cariocas e ex-integrantes da banda Forfun.
Braza tem seu repertório de melodias atravessado pelo reggae, ragga, e rap principalmente. Indo além, ouvimos também som de samples e beats, que foram mixados no estúdio MCJ Sound, na California.
O primeiro álbum da banda conta com as participações de Michael Rose, Alexandre Carlo e Monkey Jahyam. Além da voz de Eduardo Marinho na introdução da música Pedro Pedreiro Parou de Esperar.

A banda conta com letras de conteúdo altamente importante para a sociedade, “Quebrando o paradigma pra não ficar dormente”, assim começa a terceira faixa do álbum, intitulada “Normal”. E é assim que eles fazem, através de mensagens com conteúdos e aprendizados para fazermos uma verdadeira reformulação de valores desajustados que regem a nossa sociedade.
Além da matéria já publicada sobre o trabalho da banda aqui na revista, Braza nos concedeu uma entrevista exclusiva sobre o projeto.
Letycia Miranda – Sabemos que o Braza é um projeto totalmente independente do Forfun, mas como vocês são os mesmos acredito que tenham trazido as ideologias para a banda atual, portanto gostaria de saber se vocês tem se envolvido com algum projeto social com o Braza assim como já se envolveram no passado com a Forfun? E se não, há planos para isso?
Braza – Sim, somos o que somos pela carga que trazemos da nossa vivência, do nosso passado. O Braza é recém nascido, temos que cuidar dele para que amadureça e assim poder ajudar mais especificamente pessoas que precisam. Acho que o principal projeto social é fazer arte com sinceridade.
L.M – Os perfis nas redes sociais do Braza são muito bem trabalhados visualmente, em que momento vocês concluíram que seria interessante investir no visual, unindo a arte sonora com a visual?
Braza – A arte visual é tão importante quanto a sonora, caminham juntas. No Braza resolvemos investir mais forte, e chamamos um artista que é designer do Circo Voador, nosso camarada, Wagner Donasc. O trabalho ganhou profundidade, texturas, e outra interpretação.
L.M – Além da faixa 6 do álbum, no documentário Observar e Absorver de Eduardo Marinho, vocês salientam o quanto as ideologias dele atravessam algumas de suas composições. Quais outros filósofos influem no trabalho de composição do Braza?
Braza – O Eduardo é uma pessoa bem sóbria na leitura da sociedade atual, uma grande influência. Os queridos do momento são Clovis de Barros Filho, Mario Cortela e Leandro Karnal (mesmo não sendo filósofo profissional).
L.M – Além dos clipes de Embrasa e Oxalá, podemos esperar outros clipes desse álbum?
Braza – Gravamos e estamos no processo de edição do próximo clipe, Segue o Baile. Também estamos nos debruçando mais intensamente nas feituras dos vídeos, um mundo incrível. Dança, figurino, roteiro,… É trabalhoso, mas muito divertido e recompensador.
L.M – Em dado momento, vocês cantam músicas de Gabriel o Pensador, Sabotage, Sublime e Bob Marley. Como foi a escolha das musicas para o repertorio do show?
Braza – A escolha foi baseada no universo que permeia o Braza: o rap e o reggae. Além disso, a homenagem é sincera, ouvimos essa galera quase que diariamente.
L.M – Vocês lançaram o Braza oficialmente em março e logo assim entraram em turnê, porque escolheram São Paulo para lançamento de turnê?
Braza – Sempre fomos muito bem recebidos no Estado de São Paulo, temos muitos amigos por lá. Outro fator é distância, o deslocamento curto, como do Rio para São Paulo, de van, facilita.
L.M – Como está sendo para vocês lidar com o processo de desassociação entre Forfun e Braza, tendo em vista que ainda existe um público que espera que vocês interpretem canções da outra banda?
Braza – Muito tranquilamente, sentimos amor por tudo que fizemos até agora. Mas o Braza também tem agregado um público novo, que nunca tinha ouvido o Forfun. Tudo se equilibra.
L.M – Qual música do álbum vocês se sentiram mais realizados ao ver o resultado de todo processo criativo?
Braza – Não existe uma específica. Todas tiveram a sua história de feitura e arranjo. Talvez a que tenha mais surpreendido no final tenha sido Embrasa, que acabou virando o primeiro single.
L.M – Vocês demonstram grande satisfação pelas participações de Monkey Jhayam, Mykel Rose e Alexandre Carlo. Há outro artista que vocês gostariam de trabalhar em conjunto?
Braza – Vários e várias na verdade. Que me desculpem os saudosos, mas o Brasil está um celeiro de grandes artistas, nas suas mais variadas vertentes. A Jamaica também está fervendo com a nova geração do reggae, e antigos voltando à ativa. A Sister Nancy é um ícone pra nós, seria um sonho.
L.M – Como é voltar aos palcos com um projeto diferente do que vocês trabalharam nos últimos anos?
Braza – É maravilhoso e desafiador. Na arte, assim como na vida, precisamos do novo, e acredito que estejamos sempre em busca dele. Salve o novo e as novas paixões que ainda estão por vir!
Por Letycia Miranda
Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.
Sem comentários! Seja o primeiro.