No Submundo de Moscou | Um Mix Divertido de Vodca e Sherlock Holmes

Trazido ao Brasil pelo Centro Popular de Cultura da UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo), o filme russo “No Submundo de Moscou”, do estúdio russo Mosfilm e do cineasta Karen Shakhnazarov, é uma grande homenagem aos livros e filmes baseados principalmente na obra do escritor inglês Sir Arthur Conan Doyle, especialmente de seu personagem mais emblemático e imortal: “Sherlock Holmes”.

Uma dupla improvável, misteriosos assassinatos, um clima de desconfiança em que não pode confiar em ninguém, inimigos calculistas e/ou exóticos, uma autoridade policial incompetente e claro, uma mulher linda e fatal.

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Está tudo no filme que imagina ficcionalmente o encontro entre duas figuras reais e proeminentes na Rússia no início do século 20: Vladimir Gilyarovsky, escritor e jornalista russo mais conhecido por suas crônicas urbanas da vida na Moscou pré revolucionária, e no início de sua carreira como criador no teatro, Konstantin Stanislavski, simplesmente o criador do “Método” de atuação, no qual o(a) artista tem que “viver” o personagem física e psicologicamente. Método esse utilizado por conhecidos expoentes do calibre de Marlon Brando, Al Pacino, Robert De Niro, Dustin Hoffman e, mais recentemente, Jared Leto, Christian Bale e o aposentado e saudoso Daniel Day-Lewis.

A história começa mencionando um acontecimento real, quando Stanislavski está em busca de inspiração real para montagem e encenação de “Ralé”, primeira peça do dramaturgo russo Máximo Górki, importantíssima na cultura russa visto que esse escritor, pensador e ativista se tornou um dos pilares para formação de outros proeminentes compatriotas como Anton Tchekhov e Liev Tolstói.

Daí, chega uma sugestão do produtor da peça, mais experiente, sugerir um tour pelo lugar com Vladimir, que perambula constantemente e conhece muito bem aquela comunidade.

Desse encontro de classes, posto que Vladimir é um boêmio que vive entres os becos e ruas da perigosa região de Khitrovka junto ao aristocrata, sensível e curioso Stanislavski, surge uma dinâmica nunca menos que divertida, que emula com familiaridade o relacionamento de Sherlock Holmes e Watson, mas constantemente mudando de papel sobre as deduções e impressões que começam a se tornar mais próximas, quando começam a investigar mortes suspeitas até nessa comunidade violenta.

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Muito carismáticos, os dois personagens principais trazem os melhores momentos do filme.

Porém embora divertido e uma surpresa na densa filmografia russa, infelizmente, não consegue sair do lugar comum, com a batida e típica apresentação da dupla de diferentes que se entendem e completam, são passados para trás pela mulher fatal, mesmo sabendo de tudo que ela é capaz e que atriz linda é Anfisa Chernykh, embora inexpressiva.

Além também de serem passados pra trás também pelos inimigos, até atingir uma espécie de aprendizado e vencê-los a sua própria maneira.

A dinâmica é bem desenvolvida, mas os clichês são gritantes para quem tem o mínimo de familiaridade com essas histórias e inclusive utiliza o maior deles: a música tensa e típica quando uma situação perigosa se aproxima…

Já deixa o(a) expectador(a) pronto para qualquer “surpresa” ou suspense que vai aparecer na tela ou desenvolver o que se passa com os personagens.

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Entre as pequenas liberalidades históricas e os clichês das histórias de Arthur Conan Doyle, “No Submundo de Moscou” nos apresenta um cinema russo mais voltado para leveza e diversão, uma bem vinda abertura, em que é necessária uma atualizada na forma de contar histórias nessa era moderna.

Utilizar material base relevante e conhecido é muito prazeroso, mas há de se tentar ir além e esse é o papel que arte, qualquer uma dela, em qualquer lugar do mundo, pode almejar.

_{Imagens e Vídeo: Divulgação/CPC-UMES Filmes}

No Submundo de Moscou | Um Mix Divertido de Vodca e Sherlock Holmes

Sinopse

Em No Submundo de Moscou, o famoso diretor de teatro Konstantin Stanislavsky (Konstantin Kryukov) está atrás de inspirações para a sua nova peça, decide ir até as favelas de Moscou, com ajuda de Vladimir Gilyarovsky (Mikhail Porechenkov), um especialista nesse assunto. A dupla acaba encontrando o bairro Khitrovka que é conhecido por resisdir muitos bandidos e acabam envolvidos em uma investigação do assassinato de um shik indiano com um passado misterioso.

Prós

Um sopro de descontração no Cinema Russo

Atores carismáticos

Uma familiaridade agradável com filmes de suspense baseado em Sherlock Holmes

Contras

Muitos clichês narrativos e cinematográficos a ponto de permitir adivinhar o caminho da trama

3.5

Nota

Imagens