“E o tempo passa arrastado…”
Quando pensamos em obras que são baseadas em fatos reais, o fato delas – algumas – serem realmente assustadoras, nos colocam uma pulga atrás da orelha sobre o céu, a terra e a nossa vã filosofia. No entanto, esse não é o caso de “1977 – Enfield, de Guy Lyon Playfair”.
Não basta ser “baseado em fatos reais”, tem que motivar o leitor. Inseri-lo na história como parte integrante. Afinal, se lemos um livro que se propõe ser do gênero terror, o mínimo que merecemos é ter que permanecer com as luzes acesas antes de dormir. Tivemos o sono dos justos, e bom… o livro ficou arrastaaaaado…
Parece muita crueldade começar já assim, numa espécie de “olha… achamos melhor você nem ler”… mas é que algumas obras decepcionam. Prometem e não cumprem. E gosto é algo tão particular, que ousamos dizer que você também não vai gostar dessa resenha. E ok. Não há o menor problema nisso. Mas ao menos, temos que vender nosso peixe, e a leitura, senhores… essa não foi das melhores.
Posto isso, chegamos à conclusão que essa resenha vai flertar por um caminho um pouco diferente. Não podemos simplesmente falar mal do livro e deixar vocês com essa cara de “como assim?!”. Então, decidimos relatar como foi nossa experiência. E quem sabe assim, o nobre leitor entenda do que estamos falando.
“1977 – Enfield” foi publicado originalmente em 1980, mas nossa leitura deu-se de sua reedição pela Editora Darkside, lançado em 2017. A Darkside anda dando um show nas suas reedições. Capa dura, fotos temáticas, marcadores em cetim… realmente, edições dignas de colecionadores.
Narrado em primeira pessoa, pelo próprio Guy Lyon Playfair, que resolveu escrever depois de passar por experiências sem explicação lógica, a obra vai contar, em riqueza de detalhes o que aconteceu no ano de 1977, em Enfield – subúrbio de Londres – com a família Harper.
Playfair joga limpo com o leitor. Logo nas primeiras páginas ele nos alerta que essa é uma obra de relatos, logo – “Se você não está satisfeito com todos os horrores e as excitações ocultistas de livros ou filmes como ‘O Exorcista’ e sua batelada de imitações, e ainda está ávido por emoções mais exóticas, este livro não é para você.” (p.11) Então, se nos decepcionamos, foi porque talvez não levamos a sério o que o próprio autor nos falou. Ces’t la vie…
A questão é que por se tratar de relatos gravados e escritos dia após dia de pesquisa e investigações, e colocados (quase que) fielmente no livro, não podíamos esperar muito “movimento”. Playfair, junto ao investigador Maurice Grosse tem que provar à sociedade, ao centro de pesquisa, à própria família e, quiçá, a eles mesmos, todos os fenômenos que estão ocorrendo com as filhas da senhora Harper, Janet e Rose.
A família passa mais de um ano sendo atormentada pelo que eles acreditam ser um poltergeist. E parece que as meninas são o cerne dessa problemática. Mas até que tudo seja provado, móveis continuam sendo arrastados pela casa, as crianças são arremessadas de suas camas, batidas vêm de lugar nenhum; e coube ao nosso autor contar o que foi o caso mais famosos de poltergeist de todo os tempos. Inclusive, estampando a 1ª página de jornais consagrados.
Sem mais delongas e – sem mais vocabulário também – deixamos aberto à leitura para que vocês tirem suas próprias conclusões. Em tempos onde o Terror/Horror tem sido enaltecidos tanto na literatura quanto no cinema, é bom salientar que nem tudo que faz barulho, é fantasma.
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