Poderíamos, hoje, começar nossa resenha fazendo floreios de como a vida tem seus planos. E de como ela os muda repentinamente sem nos consultar. Mas não! Nossa resenha não será sutil, porque “Se não houver amanhã”, não é um livro sutil. A obra é tensa, densa, e assim como a vida; ela não nos deixa respirar.
Lena Wise é uma menina de 17 anos. Ela vive os dramas e as delícias de sua idade. Filha de pais separados, morando com a mãe e com a irmã mais velha – que atualmente já está na faculdade e só faz visitas esporádicas – Lena, está tentando descobrir seu papel no mundo.
Nesse caminho de descobertas tortuosas, ela tem boas companhias. Sebastian, seu vizinho – melhor amigo – amigo de infância – e paixão secreta; Megan, menina de personalidade forte e alegre que faz tudo ficar mais divertido; Abbi, a amiga turrona, mas que tem um ótimo coração e Dary, aquela que preza pela união independentemente das circunstâncias. Juntos, eles formam um ótimo time. E sabem que nem o tempo, nem a distância podem separá-los… ou era assim que deveriam pensar.
Lena é uma menina certinha. Leal aos amigos, gosta dos pingos nos “is”. Desde que o pai foi embora de casa – coisa que não aceita e não sabe como lidar – ela trabalhar para conseguir alimentar seu vício pela leitura. A “louca” que vive no mundo das fadas, usa seus livros – e são muitos mesmo – para escapar da realidade por vezes dura.
Atleta, e no último ano da escola; Lena sabe que esse ano vai ser um diferencial na sua vida. A escolha pela Universidade, a chance de ser escolhida por um olheiro e ganhar uma bolsa, a distância que se fará – inevitavelmente – entre ela e seus melhores amigos – Sebastian, principalmente – tudo, exatamente tudo faz com que ela acabe se tornando uma incógnita para si mesma.
Lena era uma ótima ouvinte, mas falava pouco. Ela mesma dizia que era melhor ouvir do que falar. E justamente nessa questão da timidez é que nossa mocinha toma a pior decisão de sua vida. E com isso, ela acaba mudando a vida de todos os seus amigos.
Um acidente de carro, quatro vítimas fatais. Uma única sobrevivente. Uma palavra não dita, uma atitude não tomada e pronto. Lá estava a vida mudando seus planos. Agora Lena estava sozinha. Ela não se reconhecia mais e nem dava a chance de se conhecer. Ela, apesar de viva, não se permitia viver. Viver era ruim. Como ela poderia quando todo os outros não tinha mais essa chance.
E Sebastian? E Megan? E sua família? (…) Lidar como essa nova realidade era cruel. Ela não aceitava, não SE aceitava. Lena morreu, ainda que permanecesse viva.
“Se não houver amanhã” é da autora Jennifer L. Armentrout, que virou best-seller internacional graças aos seus livros de cunho paranormal e realismo fantástico. Hoje, no entanto, ela se dedica aos romances – ora água com açúcar, ora não – e já ganhou vários prêmios.
Podemos dizer que Armentrout acertou nessa obra. Os capítulos são bem divididos e sempre deixam um gancho para o próximo acontecimento, o que é ótimo, porque faz com que o leitor fique preso nesse enredo. Porém, a diagramação do livro não é das melhores. A capa em tons de aquarela deixa a desejar tanto na qualidade, como na estética. Assim como suas páginas que se assemelham – e muito – a papel de pão. E foram encontrados alguns erros de edição/ revisão. Como letras juntas – ou separadas – falhas, e erros de tradução que podiam deixar o leito um pouco confuso.
Mesmo assim, com alguns probleminhas, a história é linda. Ficamos triste, às vezes, mas junto a Lena vamos também nos encontrando como leitores. E no final entendemos que mesmo que a vida mude seus planos diversas vezes, nunca vamos estar 100% preparados para tudo.
Viver é reaprender todos os dias!
“- Então faça acontecer, Lena. – O treinador Rogers baixou a mão. – Você é a única pessoa que existe no seu caminho.” [p.35]
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