A primeira vez eu vi um trabalho de Rafael Albuquerque foi em uma feira e fanzines em São Paulo. Não me lembro da data, mas seguramente faz uns 20 anos. Depois disso ele começou a trabalhar para a Image através do PopArt Comics Studio, passou pela Dark Horse Comics entre outras editoras menores, e chegou à DC Comics colaborando em Besouro Azul, Robin, Superman/Batman e finalmente em Vampiro Americano.
O talento de Rafael é indiscutível desde os seus primeiros trabalhos autorais. Eight foi um desses, logo no início de sua carreira exclusivamente como quadrinista. A história foi originalmente publicada pela Dark Horse e chegou ao mercado brasileiro na CCXP 2015 através de parceria entre a Panini Comics e a Stout Club, selo criado pelo próprio Rafael, ao lado de Deb Dorneles e Rafael Scavone.
“Eight: Forasteiro” conta a missão de Joshua que retorna ao passado com o objetivo de salvar sua esposa de uma doença grave. Porém, ele acaba caindo em outra dimensão inóspita e desconhecida, não se lembra de absolutamente nada, seu rádio comunicador está quebrado e um estranho número 8 aparece gravado em seu braço. Suspense e ficção científica numa HQ surpreendente.
A HQ é escrita por Rafael Albuquerque em parceria com Mike Johnson. O bom de escrever uma história em 128 páginas é que há espaço suficiente para desenvolver todos os aspectos do roteiro, seja detalhando bem a trama ou aprofundando bastante o universo e os personagens. E a dupla de roteiristas fez isso muito bem: a narrativa é complexa com linhas temporais distintas, mas bem explicada e convincente sem a necessidade de embasamentos científicos profundos. Os personagens são bem elaborados e os diálogos muito sólidos em sua construção.
Apesar desse ser o primeiro volume de uma série, o arco da história se fecha aqui mesmo, embora deixe pontas interessantes para a continuação em próximas edições.
A bela arte dessa HQ é de Rafael Albuquerque, tanto os desenhos como a colorização. Os personagens são muito expressivos, as cenas tem alto grau de detalhamento, os enquadramentos são muito criativos e contribuem para dar mais intensidade à narrativa. A Paleta de Cores é um espetáculo à parte, transmitindo suavidade ao mesmo tempo em que produz um forte contraste com os traços em preto.
Se você já acompanha o trabalho de Rafael em Vampiro Americano, vale a pena ver este lado mais autoral dele. Se ainda não conhece esse ótimo artista, corra agora mesmo para livraria mais próxima.
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