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Entrevistas

Projeto Dino Vale: Anilson Borges transformou cidade da Bahia em um verdadeiro Jurassic Park

“Depois que assisti ‘Jurassic Park’ e vi os dinossauros como se fossem reais…
Aquilo me surpreendeu!”

Imagine-se caminhando na rua e de repente você se vê frente a frente com um dinossauro de 8 metros de altura e 18 de comprimento. Isso parece cena de um certo filme, mas não é. Na Bahia, uma cidade do interior chamada Santa Inês virou um parque de exposições de dinossauros – ou melhor dizendo, de esculturas de dinossauros. Por trás dessa grande empreitada está Anilson Borges, um apaixonado por dinossauros e “Jurassic Park“, que criou o “Projeto Dino Vale“.

Anilson conversou com a gente e contou como começou sua história com as esculturas, até o inicio desse grande projeto.

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DA.: Anilson, como começou a sua paixão por dinossauros e essa ideia de fazer esculturas? 

Anilson Borges.: Como a maioria das crianças, eu gostava de dinossauros, principalmente os filmes sobre esses animais fantásticos. Depois de assistir a “Jurassic Park”, e ver aqueles dinossauros como se fossem reais. Aquilo me surpreendeu, e assistia várias vezes o filme. Com a empolgação e o incentivo que retirei do filme, comecei a fazer uma escultura de um tiranossauro, baseado na T-rex do filme de Steven Spielberg. Lembro dessa escultura até hoje, e por mais torta e estranha que tenha ficado, foi o passo inicial para eu começar a me dedicar ao tema.

DA.: Como suas esculturas invadiram a cidade? 

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Anilson Borges.: Por muito tempo fiz minhas esculturas apenas como hobby, não pensava em vender, não achava que se interessariam. Os anos se passaram e continuei a fazer. Comecei a aumentar o tamanho das esculturas, tentando fazer outras espécies, usava a massa epóxi, era o que tinha. Em 2000, bolei com um amigo e colega de trabalho chamado Genival Alves, de fazermos uma exposição em um shopping famoso na época, localizado na cidade de Salvador. O não nós já tínhamos, então fomos tentar o sim. Ligamos, enviamos um e-mail com algumas fotos e fomos lá com duas esculturas na mão (dentro do ônibus, dentro dos coletivos, incomodando a galera). Pra nossa surpresa, o setor de marketing, do local, abraçou a ideia.

Comecei a fazer esculturas por encomenda para algumas cidades, principalmente para outros estados: Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão, Santa Catarina, Salvador e outros, algumas pequenas, outras maiores. Ministrei algumas oficinas também, para falar sobre meus trabalhos e mostrar algumas técnicas que utilizo. Eu já tinha feito em 2012 duas esculturas para a praça daqui da cidade, mas não fazia muito sentido por não haver algum cenário que pudesse contextualizar o que queria representar.

O atual prefeito da cidade me chamou para uma conversa acerca das esculturas e como poderíamos fazer para colocar mais algumas e, com isso, tentar dar uma visibilidade para que pudéssemos atrair o turismo e ter mais uma opção para a geração de renda. Decidimos criar cenários e as primeiras esculturas foram de dinossauros e pterossauros brasileiros, o que para mim seria muito mais original.

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Hoje, o Projeto Dino vale tem cerca de 12 esculturas: Irritator, Anhanguera, Tropeognathus, dois Baurusuchus salgadoensis, Tapejara, Pycnonemosaurus, filhote de Maxakalisaurus, dois Allosaurus, um Camarasaurus adulto e um filhote. Temos a previsão de fazer mais algumas, tentando diversificar bastante os cenários. Aliás, pretendo fazer outros animais, além de dinossauros. O Eremotherium, Smilodon, talvez um Mastodonte, Paraphysornis entre outros, mas são apenas ideias.

DA.: Qual material você utiliza para fazer as esculturas? 

Anilson Borges.: O material que uso é ferro (Metalon, vergalhão) para a estrutura. Isopor e espuma expansiva para esculpir o corpo e dar a forma. Depois fibra de vidro, resina e massa plástica para a textura, mas posso utilizar Clay e fazer o molde de silicone. Nesse ultimo caso a técnica muda um pouco. A pintura podemos fazer com tinta acrílica, tinta automotiva e verniz automotivo fosco.

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DA.: Qual sua maior motivação ao esculpir? 

Anilson Borges.: Gosto muito de esculpir animais pré-históricos mas, não me considero um paleoartista. Sou um escultor apaixonado por dinossauros e o que eu faço é tentar interpretar esses animais da forma que eu os vejo.Utilizo das informações técnicas dos meus queridos amigos paleontólogos e paleoartitas que contribuem de uma forma espetacular e enriquecem nossos conhecimentos traduzindo de forma clara para nós, leigos, o que raramente conseguiríamos fazer.

DA.: Você faz ou pretende fazer itens menores para revenda?

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Anilson Borges.: Sim, já estou fazendo algumas esculturas com essa intenção, mas o trabalho com as esculturas grandes toma bastante tempo. Porém, fazer esculturas pequenas e comercializar sempre foi meu principal objetivo.

Danilo Andrade.: Você tem alguma previsão de levar esse tipo de exposição para outras cidades?

Anilson Borges.Sim, tenho um projeto em sociedade com um amigo do Mato Grosso para que possamos criar algo voltado para exposições, oficinas e outras coisas que podemos agregar para enriquecer nosso trabalho.

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Nas esculturas grandes, trabalho com 3 auxiliares e estou treinando cada um para começarmos a fazer as esculturas pequenas também.

DA.: Como a população da cidade reagiu as esculturas?

Anilson Borges.: Uma surpresa que tive, aqui na cidade, em relação ao projeto,  foi a aceitação dos moradores e visitantes. No início não foi assim, muita gente questionava do porque das esculturas na praça. Apesar de não haver nenhum vestígio fóssil ou qualquer outra evidência de achados nesse sentido na cidade. O intuito do projeto foi mesmo de usar o tema dinossauros como um atrativo turístico, porém, a população em geral e principalmente as crianças são as que mais participam entusiasmadas. Questionando, falando sobre esses animais, e vejo que esse projeto parece estar influenciando de forma boa eles, isso é muito gratificante!

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Para conferir mais  sobre as esculturas de Anilson Borges acesse:

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Written By

Cria da Baixada Fluminense e apaixonado por cinema desde sempre. Hoje escrevo roteiros, atuo na produção audiovisual, vou dirigir meu primeiro filme e me dedico a cada dia mais a aprender sobre o cinema. Fã de Steven Spielberg e louco por Jurassic Park, me encontro melhor quando estou perto de sucessos populares, de Titanic a Minha Mãe é uma Peça.

1 Comment

1 Comment

  1. Luis Caio

    25 de abril de 2020 at 09:57

    Muito boa sua reportagem amigo. Dando espaço para que os artistas brasileiros sejam, ou deveriam serem visto. Trabalho super interessante e difícil que o escultor realizou e ainda realiza acredito, realiza. Estou planejando algo assim na cidade onde moro e fui pesquisar sobre e aqui estou lendo sua matéria. é incrível como após esse tempo, mais de um ano que c escreveu isto, agora que alguém (eu) está escrevendo aqui a opinião sobre… Infelizmente no Brasil quanto pior,seja o que for, mas valorizado é, não existe cultura, educação, amor as coisas pensadas e dificilmente realizadas como o trabalho, seu e do escultor. Se fosse uma escultura de orgias sexuais entre bestas, mulheres,homens, animais, crianças, e entidades ”santas”,uma comendo, devorando, cagando nas outras já teria sido sucesso mundial… Mas no que tange a mim: Meus parabéns pelo trabalho do artista e o seu também. Matéria show!

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