Show da Natiruts Surpreende Público na Fundição

Para muitos, o ano de 2017 começou transbordando de vibe positiva. Estou falando do público que lotou a Fundição Progresso nessa sexta e sábado para celebrar a vida com os show da Natiruts.

Nesse último final de semana a Fundição foi o berço do reggae brasileiro. Presenciamos a passagem de umas das melhores bandas do gênero no país, a Natiruts e sua turnê “Natiruts Reggae Brasil” que foram acompanhados pelos músicos cariocas que abriram a noite, o trio Braza.

Braza é uma banda que surgiu no começo do ano passado e já vem fazendo um enorme sucesso. O trio subiu ao palco honrando a tarefa que tinham. A casa estava prestes a ficar lotada e com a música “Além”, faixa 7 do único disco da banda até o momento, teve início uma das noites mais memoráveis para os presentes. Vale lembrar que o primeiro álbum do Braza conta com a participação do vocalista da Natiruts, Alexandre Carlo, na música “Tanto”. O que se viu no palco era alegria, empolgação e devoção ao trabalho.

Os cariocas estavam acompanhados de Pedro Lobo (contra-baixo),  Lelei Gracindo (saxofone e flauta transversa) e Pedro Schroeter (percussão). A banda mostra muita afinidade entre eles no palco e estavam dispostos a celebrar a festa tanto quanto nós. Dançando e interagindo no palco, sorrindo e convocando a massa para o lazer. Essa vontade de trocar experiências com o público foi tanta que o tecladista Vitor Isensee foi pra galera no momento da música “We Are Terceiro Mundo”. Essa música tem grande influência do hardcore e é perfeita para uma rodinha punk. Ciente disso, Vitor foi lá e se jogou na galera somando na rodinha. Impossível deixar passar em branco a empolgação que rolou ao tocarem “Embrasa” e “Segue O Baile”. O som do Braza é rico em ritmos e letras. Embrasa tem uma melodia muito marcante. Reggae, um pouco de rap, ragga, e a letra dizendo eu vou pra maracangalha / bailar depois da batalha / eu vou pra maracangalha / viver e fazer que valha.

Eu que estava aproveitando o som, fui interrompida da melhor maneira, um espectador interessado pelo show da Natiruts me perguntou “Quem são esses aí? O som deles é bom, tipo Charlie Brown, né?” e assim seguiu o baile.Por volta de uma da manhã cada espaço que poderia estar vazio foi rapidamente preenchido. Devidamente aquecidos e num ambiente com a melhor atmosfera possível, esperava-se a Natiruts. Mas ninguém podia estar preparado para o que estava por vir.

Painéis digitais tomaram todo o cenário do palco da Natiruts. A cada música, um tema diferente de imagens era apresentado no painel. Uma hora estávamos todos imersos numa floresta, cantando um reggae, outra hora no fundo do mar nadando entre os peixes, outros momentos contemplando outras artes lindas, tudo em harmonia com as canções. “Presente De Um Beija-Flor” foi o nosso primeiro presente da noite dado pela banda. Entraram com muita energia, quem mais transparece essa alegria é o sorridente Denny Conceição que domina com maestria a percussão. Dançando sempre sorrindo e mostrando no palco o que está pulsando no coração do público.

Em “Sorri, Sou Rei”, não sabíamos quem cantava mais bonito, se era o público todo em uníssono cantando junto com a Loyd (backing vocal) ou se era a própria Loyd. A certeza que permeia essa apresentação é que ninguém saiu de lá sabendo que receberia tantas coisas boas.

A banda também homenageou outros cantores comprometidos com o reggae, como Edu Ribeiro e Cidade Negra.

“Glamour Tropical”, “Quero Ser Feliz Também”, “Liberdade Pra Dentro da Cabeça” e “Natiruts Reggae Power” foram outros sucessos que fizeram da Fundição um coral.

Natiruts foi surpreendente com esse novo esquema de palco, com muitos painéis, algo que não me lembro de ter presenciado em um show de reggae. É impressionante como a arte visual atrelada a arte da música pode nos causar tantos arrepios. Sem sombra de dúvida, um começo perfeito para o ano.

Seria o show da Natiruts um spoiler de 2017? Muita vibe positiva, união, paz e amor. Seria? Torço para que sim.

Veja um pouquinho da beleza do show na galeria abaixo feita com fotos de iPhone:

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Por Letycia Miranda