Um dos pais da Bossa Nova é negro e gay. Thiago Pach reúne um time de peso para celebrar a obra de um do grande nome esquecido da Bossa Nova, Johnny Alf
Thiago Pach canta Johnny Alf em homenagem ao cantor e compositor falecido há dez anos. Em disco de dez faixas, o jovem cantor, passeia por um repertório de canções compostas e interpretadas por Johnny.
Focando em momentos sentimentais do compositor, no seu olhar LGBTQIA+ e na sua contribuição revolucionária, o álbum conta com as participações de Áurea Martins (amiga e uma das grandes intérpretes de Alf), Rico Dalasam (rapper) e Rodrigo França (ator e cantor). A homenagem será viabilizada por meio de uma campanha de investimento coletivo que já está no ar.
O cantor, compositor e pianista carioca Johnny Alf (1929 – 2010), iniciou seus estudos em piano clássico aos nove anos de idade. De origem pobre, foi criado no bairro de Vila Isabel por sua mãe que trabalhava na casa de uma família.
Órfão de pai e filho de uma empregada doméstica, Alf contou com a ajuda da patroa de sua mãe para estudar o piano que lhe garantiria um lugar ao sol na história da música brasileira. Após o início na música erudita, começou a se interessar pela música popular, principalmente pelas trilhas sonoras do cinema norte-americano e por compositores como George Gershwin e Cole Porter. Foi ao piano que o músico desbravou nos anos 50 as harmonias modernas que culminariam na Bossa Nova. Alf, como era conhecido, foi batizado com o nome de Alfredo José da Silva. Mais tarde, uma amiga americana sugeriria o nome Johnny Alf, que ele adotou como nome artístico.
Johnny encontrou em Gershwin, Porter e Sinatra os mestres perfeitos para criar seu jeito próprio de cantar e se portar. O suingue de sua voz e de seu piano, enriqueceu as letras introspectivas de seu cancioneiro. No início da década de 1950, misturando samba, jazz e harmonias impressionistas, ele foi o pioneiro de uma revolução musical que deu novos rumos a música brasileira. Entre os precursores da Bossa Nova, Johnny é o que está mais próximo do nascimento do gênero. Alf mostrou a luz para toda uma geração que, justiça seja feita, nunca negou que uma das bases da revolução musical de 1958 foi a música que ressoava sob as teclas de seu piano.
Ele é autor do sambossa “Rapaz de Bem” (1952), marco inicial da modernidade musical da década de 50 e considerado por muitos historiadores como iniciador da Bossa Nova por suas soluções melódicas e harmonias revolucionárias. Anos antes de se falar em Bossa Nova, ele já se apresentava no bar do Hotel Plaza no Rio de Janeiro e seu estilo de tocar nitidamente influenciado pelo Jazz, atraía vários fãs, a maioria deles, músicos que se acotovelavam para assisti-lo.

Sobre Thiago Pach
A voz e as canções de Thiago Pach representam uma renovação da MPB e do POP mas, ao mesmo tempo, também celebram a preservação desses gêneros. Com timbre único que remete à uma linhagem especial de cantores, Pach dialoga com o contemporâneo e o tradicional com a mesma facilidade.
O carioca lançou em 2020 “É Preciso Olhar o Mundo”, seu segundo EP. O primeiro, “Canto de Aruanda”, lançado em 2018, foi a estréia de Thiago como compositor, assinando a maior parte das faixas.
Seu primeiro EP, “Canto de Aruanda”, traz uma mistura e uma miscigenação de timbres, idéias e referências contando com a participação da lendária cantora carioca Áurea Martins. Já “É Preciso Olhar o Mundo”, nasce com arranjos delicados e vibrantes numa sonoridade pop que une indie, regional, RnB, rap, jazz e funk.
Ele iniciou a sua carreia no teatro onde atuou, escreveu e dirigiu, colaborando em diversas montagens teatrais. Integrou produções comandadas por diretores renomados como Bibi Ferreira e Fábio Pilar, Gustavo Gasparani, Angel Viana, Sérgio Módena, Antônio DeBonis e Eduardo Figueiredo. No teatro musical, viveu personagens como Nelson Gonçalves, Silvio Caldas (Rádio Nacional – As Ondas Que Conquistaram o Brasil) e Cauby Peixoto (Emilinha e Marlene – As Rainhas do Rádio).
A música de Thiago propõe um olhar para a diversidade, para a liberdade de expressão e para a pluralidade cultural brasileira, refletindo a realidade de seu tempo. Suas canções são reflexo do seu cotidiano, debatendo questões de gênero, comportamento e amor.
Imagens: Divulgação/Thiago Pach
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