Ainda se fazem bons sambas?
Aquarela do Brasil (Império Serrano, 1964), Lendas e Mistérios da Amazônia (Portela, 1970), A Lenda das Sereias, Rainhas do Mar (Império Serrano, 1976), É Hoje (União da Ilha, 1982), Festa Profana (União da Ilha, 1989), Peguei Um Ita No Norte (Salgueiro, 1993). Esses são alguns dos sambas que vêm logo à mente quando se pergunta quais os melhores sambas-enredo já feitos para desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro.
Além da indiscutível qualidade, o que eles têm em comum é que são todos do século passado, o que corrobora a tese de que não se fazem mais sambas como antigamente no carnaval. Mas abaixo você confere 5 sambas feitos de 2001 para cá que podem sim ser considerados memoráveis. Confira
Brasil Com Z é Pra Cabra da Peste, Brasil com S é Nação do Nordeste (Mangueira, 2002)
O samba defendido pela Estação Primeira de Mangueira em 2002. Com tema nordestino é inegável a beleza da composição
Tambor (Salgueiro, 2009)
Com esse nome curto (ainda mais em se tratando de Samba-Enredo) a vermelho e branco se consagrou campeã em 2009, 16 anos após Peguei um Ita no Norte, a icônica “Explode Coração”. O jejum foi quebrado em um desfile impecável com um samba da melhor qualidade.
E o Povo na Rua Cantando Feito uma Reza, um Ritual (Portela, 2012)
A safra de sambas de 2012 foi considerada na época a melhor em muitos anos. E encabeçando os belos sambas daquele ano estava o da Portela, inquestionavelmente o mais bonito. Pode ter perdido um pouquinho da força na avenida, o desfile ficou aquém da qualidade da composição (terminou em sexto lugar), mas sem dúvida consta entre os mais belos já feitos na escola.
Quem Nunca Sentiu o Corpo Arrepiar a Ver Esse Rio Passar (Portela, 2017)
Mais um da azul e branco de Madureira. Encharcado de lirismo, esse samba deu o tão sonhado título após 33 anos em jejum. Mas a comemoração de primeira vitória isolada da Portela desde 1971 foi interrompida meses depois, quando foi reparado um erro de um jurado em relação à Mocidade Independente, segunda colocada. Com isso o Carnaval de 2017 passou a ter duas campeãs como o de 1984, ano do penúltimo título da Portela.
História Para Ninar Gente Grande (Mangueira, 2019)
Brasil o seu nome é Dandara/E a sua cara é de cariri/Não veio do céu/Nem das mãos de Isabel/A liberdade é um dragão no mar de Aracati. Com essa letra potente, trazendo um tema sobre pertencimento e a força da ancestralidade, esse inesquecível samba deu à Mangueira mais um campeonato. A escola fez, em um momento político oportuno, um verdadeiro manifesto da voz dos excluídos, unindo reflexão e uma deslumbrante melodia.
Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.