Todos os anos, Paraty torna-se uma parada obrigatória para os fãs de literatura. Todo mês de julho acontece na cidade do interior do Rio de Janeiro a Festa Literária de Paraty, ou simplesmente FLIP. Em 2017, apesar do corte de orçamento da organização do evento, a Festa está ainda mais especial. Pela primeira vez em 15 anos, a FLIP terá mais autoras que autores em sua programação – serão 24 mulheres em um total de 46 convidados.
Além disso, a curadoria do evento, feita pela jornalista Josélia Aguiar ouviu uma reivindicação antiga e terá mais autores negros. Cerca de 30% dos escritores convidados são negros. O homenageado desta edição, aliás, é negro. Será o autor pré-modernista Lima Barreto, escritor de clássicos como “O triste fim de Policarpo Quaresma” e “O Homem que sabia Javanês”.
A FLIP também servirá para lançar um catálogo com informações biográficas de mulheres negras ativistas no Brasil, feito pelo Grupo Intelectuais Negras UFRJ.
Apesar de contar com autores consagrados como Malon James e Diamela Eltit, esta edição da FLIP terá autores de editoras independentes e talvez menos conhecidos. Será como navegar na prateleira mais baixa de uma livraria: aquela que costuma trazer algumas boas surpresas!
A FLIP também contará com um espaço com exposições e debates sobre o autor baiano, Jorge Amado, e o português, José Saramago. A casa Amado e Saramago terá uma programação paralela com o lançamento do livro de correspondência entre o best-seller brasileiro e o Prêmio Nobel lusitano. Haverá também uma exposição de fotografias dos dois escritores lusófonos.
Lusofonia que será bem representada na Festa com o português Frederico Lourenço, os angolanos Djaimilia Pereira de Almeida e o Luaty Beirão, além dos autores brasileiros, é claro.
A FLIP será entre os dias 26 a 30 de julho, os eventos ocorrerão principalmente no entorno da Praça Matriz. A programação você pode ver aqui:
Quarta-feira, 26 de julho
19h15:Sessão de abertura – “Lima Barreto: triste visionário”. Um debate sobre o homenageado do ano com o ator Lázaro Ramos e a historiadora Lilia Schwarcz.
Quinta-feira, 27 de julho
12h: “Arqueologia de um autor”. Com a professora da UFRJ Beatriz Resende, o professor da UFJF Edimilson de Almeida Pereira e o Ph.d em literatura pela Universidade de Oxford Felipe Botelho Corrêa.
19h15: “Odi et amo” – Sobre a tradição grego-latina, a Bíblia grega, a literatura e a cultura medievais. Com os tradutores Frederico Lourenço e Guilherme Gontijo.
21h30: “Em nome da mãe”. Histórias de guerras e de sobrevivência a partir do ponto de vista feminino. Com a brasileira filha de uma sobrevivente de Auschwitz Noemi Jaffe e com a ruandesa tutsi que perdeu a família na guerra Scholastique Mukasonga.
Sexta-feira, 28 de julho
12h: “Moderno antes dos modernistas”. Sobre o vanguardismo de Lima Barreto. Com o professor da Universidade de Campinas Antonio Arnoni Prado e a escritora Luciana Hidalgo.
15h: “Subúrbio” – Uma viagem pelo Rio de Janeiro de Lima Barreto e pelos bairros presentes em sua obra. Com a especialista em literatura contemporânea Beatriz Resende e com o historiadorLuiz Antonio Simas.
19h15: “A contrapelo” – Sobre as linguagens na fronteira e a resistência artística. Com o documentarista brasileiro Carlos Nader e escritora chilena Diamela Eltit.
21h30: “Por que escrevo” – Sobre as motivações de um escritor e seu ofício. Com a escritora nascida na África do Sul do apartheid Deborah Levy e com o jornalista que cobriu conflitos na África William Finnegan.
Sábado, 29 de julho
17h15: “Mar de histórias” – Sobre contos de fadas, mitologia e surrealismo. Com o carioca Alberto Mussa e o islandês Sjón.
19h15: “Trótski e os trópicos” – Sobre os limites da ficção e da não-ficção no mundo. Com a jornalista argentina Leila Guerriero e o escritor francês Patrick Deville.
21h30: “O grande romance americano” – Sobre a renovação da literatura americana. Com o jamaicano Marlon James e com o estadunidense Paul Beatty.
Domingo, 30 de julho
12h: “Amadas” – Um tributo às mulheres negras como Angela Davis, Carolina de Jesus e Nina Simone. Com a autora de “Um defeito de cor” Ana Maria Gonçalves e com a poetisa Conceição Evaristo.
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