“Apesar da Noite” ( Malgré La Nuit ), é um convite “obscuro” a um mundo repleto de desejos, sentimentos e apetite sexual. É um “mergulho” experimental, numa outra forma de se fazer cinema.
O filme segue uma linha poético-sombria, onde a base da história é simples, mas cheia de detalhes que enriquecem a trama.
O jovem Lenz, retorna à cidade luz (Paris), após um longo período na Inglaterra, em busca de Madeleine, seu grande amor, que sumiu misteriosamente. Na estadia em Paris, acaba conhecendo Helene, uma enfermeira.
Seria apenas mais um roteiro de romance, se não fosse exatamente o contrário. Helene, é aparentemente uma simples enfermeira casada, mas, conserva desejos intensos e ocultos, além de um insaciável apetite sexual. Lenz, ainda tem um relacionamento íntimo com os amigos Louis e Lena, que mantém um relacionamento aberto, mas Lena não aceita a nova obsessão de Lenz pela jovem enfermeira, o que os levará há caminhos destrutivos.
O longa, de duas horas e meia, às vezes se perde em muitas cenas de sexo, dando pouca ênfase para a história, se tornando arrastado e um pouco confuso. Segue uma linha não linear e envolve os personagens em muitos enigmas.
O atores Ariane Labed (Helene) e Kristian Marr (Lenz), salvam o filme com suas ótimas atuações em meio à tanta aflição, drama, suspense e a quase real obsessão sexual retratada em cena. Paul Hamy (Louis), encrementa o quarteto, mas não chama atenção para trama, aparecendo poucas vezes, assim como Roxane Mesquida (Lena), que tem um papel importante, principalmente no desfecho do filme, mas não faz mais do mesmo.
“Apesar da Noite” é o quarto longa do diretor Philippe Grandrieux. Nascido na França em 1954, o cineasta é conhecido por suas obras experimentais em longas de ficção, mas também transita por outros “ares”, com trabalhos de videoarte, instalações e ensaios documentais. Grandrieux, optou optou com o filme captar algumas das cenas mais fortes, de forma borrada, fora de foco, utiliza uma fotografia mais escura, com pouca luz e um clima silencioso, com falas baixas e pouca trilha sonora.
É possível perceber que o mais importante na obra, é mostrar e não contar. O que fica evidente com muitos corpos nus, violência e sexo. Mas não nos leva à conclusão nenhuma, deixando muitas perguntas no “ar”.
O longa estreia dia 27 de abril nos cinemas brasileiros.
Por Bruna Tinoco
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