Teatro não é competição quando os parâmetros não são justos. Muitos artistam dependem de leis de incentivo, apoio financeiro público, do boca-a-boca e de desembolsar dinheiro do próprio bolso para dar continuidade à essa arte que atravessa séculos e promove o encontro da humanidade consigo mesma. O teatro provoca, entretem, diverte e angustia e possui em seu cerne a pulsação democrática (arte do povo para o povo).
Dos trabalhos possíveis de acompanharmos esse ano, alguns se destacaram pela composição técnica, cênica e artística. Grandes trabalhos devem ser celebrados, não competir entre si, por isso a importância do destaque e não de premiação (essa ajuda alguns casos, mas em um mundo onde a arte seja pública, gratuita (ou acessível), democrática e inclusiva, desapareceria)
Antes de divulgarmos os destaques do ano, agradecemos aos teatros públicos pela programação gratuita e diversa, pelos SESCs pelas peças gratuitas e acessíveis e às assessorias de imprensa, sem as quais parte dos espetáculos não alcançariam uma divulgação tão ampla e nem receberíamos os convites para a publicação das nossas críticas.
Esse ano, foi possível acompanharmos cerca de 65 peças, algumas com críticas ainda a sair. Conforme o trabalho, seguirá um link de acesso à crítica (quando este não for repetido). Os nomes estão em ordem alfabética.
Grupo Homenageado: Cia do Tijolo
O grupo homenageado não entra nas demais categorias, mas assim como eles apresenta excelência artística, contribuição à comunidade teatral, relevância cultural e social e, sobretudo, engajamento com o fazer teatral e a democracia. É homenageado por dar um passo a mais diante dos outros grupos.
Esse ano, o grupo elegido foi a Cia do Tijolo, que completa 15 anos de existência e aprofunda sua pesquisa de teatro na área de oralidade e educação libertadora. Em Guará Vermelha, montagem apresentada no SESC Avenida Paulista, há o encontro de excelentes canções, um caminho narrativo bem desenhado que encontra e traz público e a própria arte teatral para o centro, um movimento quase pedagógico do fazer e viver teatral.
A partir dessa força expressiva e a subversão do próprio tempo, se encontra um grupo de artistas com uma clara intenção de construir um espetáculo junto com quem o assiste, sendo impossível sair incólume, com o coração fortalecido e o desejo de lutar por justiça social.
Técnica | Direção em Peça de Teatro
Por “Direção em Peça de Teatro”, entende-se o trabalho criador de uma visão coesa dos elementos teatrais para o acontecimento do espetáculo.
Camila Mota – Mutação de Apoteose – Teat(r)o Oficina
Gabriel Cândido – Fala das Profundezas – Núcleo Negro de Pesquisa e Criação
Gerald Thomas – G.A.L.A.
José Fernando Peixoto de Azevedo – Dois Perdidos Numa Noite Suja – Delivery
Rodolfo García Vásquez – As Bruxas de Salém – Os Satyros
A direção de Camila Mota é uma metamorfose visual, guiando-nos por uma jornada estética típica do Teat(r)o Oficina e emocional com um elenco numeroso
A direção de Gabriel Cândido mergulha no cerne da sociedade, revelando a poesia visceral da condição da população negra com maestria singular
A direção de Gerald Thomas em G.A.L.A. é um espetáculo de precisão, conduzindo o monólogo e a audiência por uma explosão textual, com cenas criativas e muito bonitas
A direção crua e calcada na realidade de José Fernando Peixoto de Azevedo molda o clássico texto de Plínio Marcos com autenticidade e um toque urbano e midiático visceral
A direção de Rodolfo García Vásquez não comente nenhum erro nessa dança de sombras política, capturando a histeria da política brasileira sem perder de vista a tragédia com visão teatral magistral do texto de Arthur Miller
Técnica | Direção em Peça de Teatro Musical
Por “Direção em Peça de Teatro Musical”, entende-se o trabalho criador de uma visão coesa dos elementos teatrais para o acontecimento do espetáculo.
João Fonseca – Kafka e a Boneca Viajante
Matheus Marchetti – Bosque dos Sonâmbulos
Tadeu Aguiar – A cor púrpura
A direção de João Fonseca é surreal, guiando-nos pelas complexidades do texto de Jordi Sierra I Fabra com maestria teatral e dando vivacidade aos personagens
A direção de Matheus Marchetti é tão magistral e elegante como um convite ao castelo de um vampiro, entrelaçando magia com mistério para criar uma jornada narrativa fabulosa
A direção de Tadeu Aguiar é emocionalmente arrebatadora e conduz a audiência por uma saga épica de superação e redenção em cada cena observada
Técnica | Sonoplastia
Por “Sonoplastia” entende-se a comunicação sonora através de músicas com ou sem letra e os efeitos sonoros
Ale Martins – G.A.L.A.
André Papi – Fala das Profundezas – Núcleo Negro de Pesquisa e Criação
Dan Maia – Agropeça – Teatro da Vertigem
Dino Vicente – Diadorim
Guilherme Gila – Bosque dos Sonâmbulos, o Musical
Mario Bortolotto – Notícias de Naufrágios – Grupo Cemitério de Automóveis
Pedro Lemos – Sonhejunto.com
Tony Lucchesi – Kafka e a Boneca Viajante
Em G.A.L.A. os efeitos sonoros desenhados por Ale Martins guiam muito da carga emocional que as cenas pedem, desde as mais engraçadas até as mais tempestuosas
O trabalho de André Papi se apoia, sobretudo, em paralelos sonoros, conseguindo transcrever para a sonoplastia toda a estrutura do espetáculo, feito raro, além da incorporação precisa de ritmos associados à cultura negra
A sonoplastia efusiva de Dan Maia para a Agropeça ressoa como uma melodia rural, agrícola e se agronegócio enriquecendo cada cena com a autenticidade grotesca do capitalismo.
A sonoplastia de Dino Vicente trabalha de forma que nenhum som seja reconhecível, permitindo que o espectador pressuponha algumas coisas, mas não tenha certeza, algo típico de Diadorim
Guilherme Gila é indicado pela excelente direção musical, cuja trilha onírica nos guia pelos recantos surreais deste bosque encantado com maestria.
A sonoplastia de Mario Bortolotto mergulha nas águas da emoção, ecoando as marés turbulentas da trama com perfeição da trilha sonora deprimente
A sonoplastia de Pedro Lemos é um convite a um mundo tão assustador como em Black Mirror, tecendo uma trama auditiva envolvente que nos transporta para o universo virtual.
Tony Lucchesi é destacado pela exploração apoteótica dos espaços do texto que permitiram a inclusão da excelente trilha sonora
Técnica | Figurino
Por “Figurino” entende-se o traje dos personagens que contribuem esteticamente na peça, possuem coerência histórica, mas caso não possua seja bem justificado e que contribuam no discurso que a peça propõe
Elisa Barboza e Marcia Dailyn – As Bruxas de Salém – Os Satyros
Fabio Namatame – Uma Linda Mulher, o Musical
João Pimenta – G.A.L.A. e Bonnie e Clyde
Martinha Soares – Boi Mansinho e a Santa Cruz do Deserto – Grupo Clariô
Morgan Large – Wicked
Os figurinos projetados por Eliza Barbosa e Marcia Dailyn evocam o misticismo e a tragédia com detalhes ricos, revelando o caráter sombrio desta história. Eles possuem uma força tão grande que são capazes, desde o primeiro vislumbre, a levar o público para a antiga Salém
O figurino de Fabio Namatame é um desfile de elegância, transformando cada troca de roupa em um show fashion romântico e inesquecível
Em Bonnie & Clyde, João Pimenta captura a era gangster com autenticidade, vestindo os personagens com estilo rebelde. Em G.AL.A., veste a protagonista com luxo e sofisticação, refletindo o brilho e a opulência deste espetáculo
O figurino de Martinha Soares é uma mistura de folclore e religiosidade, criando personagens que contam histórias através das vestimentas
Os diversos figurinos de Morgan Large transportam-nos para Oz com trajes extraordinários que refletem a magia e a fantasia.
Técnica | Cenografia
Por “Cenografia” entende-se o lugar por onde a história é apresentada. Os seguintes cenógrafos se destacam pela criatividade:
Adam Koch – Uma Linda Mulher, o Musical
Charles Möeller – Mamma Mia!
Eliana Monteiro e William Zarella – Agropeça – Teatro da Vertigem
Fernanda Carlucci e Fernando Passeti – Aquário com Peixes
Casa Malagheta, Karen Luizi e Rafael Dias – G.A.L.A.
Luis Fernando Marques – Ainda sobre a cama
A cenografia de Adam Koch é um cenário romântico e sofisticado, complementando a história com ambientes cativantes e cheios de detalhes encantadores em cada uma das placas móveis
A cenografia de Charles Möeller brilha em Mamma Mia!, criando a atmosfera mediterrânea perfeita. Cada cena reconstrói um pedaço da Grécia ensolarada e musicalmente encantadora
A cenografia da Agropeça pensadao por Eliana Monteiro e William Zarella transporta o público para um rodeio e contorna todo o universo do agronegócio com autenticidade e protesto
A cenografia de Aquário com Peixes projetada por Fernanda Carlucci e Fernando Passeti é um mergulho visual, em que poucos objetos como um aquário e uma placa móvel conseguem representar extensões perfeitas de cada momento das personagens
A cenografia de G.A.L.A. pensada por Karen Luizi e Rafael Dias é um espetáculo visual moderno e arrojado, refletindo o glamour e a elegância que a produção promete, bem como a decadência da vaidade e condição humana
A cenografia de Luis Fernando Marques em “Ainda Sobre a Cama” é minimalista e impactante, criando um espaço íntimo e revelador que reflete a profundidade emocional da peça, em que uma cama consegue ser uma e ser várias, assim como o painel eletrônico funciona bem na proposta narrativa
Técnica | Iluminação Cênica
Por “Iluminação Cênica” entende-se o trabalho do desenho de luz que cria a ambientação do espetáculo, realça e oculta os objetos cênicos e artistas, em alguns momentos guiando a narrativa
Ariel Rodrigues – O Bosque dos Sonâmbulos, o Musical
Cesar Pivetti – Aquário com Peixes
Flávio Duarte – As Bruxas de Salém – Os Satyros
Mario Bortolotto – Notícias de Naufrágios – Grupo Cemitério de Automóveis
Mirella Brandi – Diadorim
Wagner Pinto – G.A.L.A. e Um Lugar chamado Amor
O desenho de luz de Ariel Rodrigues em “Bosque dos Sonâmbulos, o Musical” conseguiu conduzir a atmosfera vampiresca e queer oscilante entre sonho e realidade, trazendo ao palco um bosque etéreo e misterioso
Cesar Pivetti é, sem sombra de dúvidas, o iluminador cênico que melhor transforma a subjetividade dos personagens em luz. Aqui sua iluminação é uma poesia visual.
A iluminação de Flávio Duarte é um todo sombrio e denso, revelando a histeria e a complexidade moral desta trama histórica e arrebatadora
A iluminação de Mario Bortolotto é um farol emocional, guiando-nos através de tempestades de sentimentos com maestria e intensidade
A iluminação de Mirella Brandi capta a dupla identidade de dúvida e dor de Diadorim, transformando o palco em um recinto de emoções vibrantes e intensas entre o dito e o não-dito
Em “G.A.L.A.”, Wagner Pinto nos leva ao glamour e a pomposidade da vida humana e em “Um lugar chamado Amor” a luz é a musa romântica, esculpindo o palco em tons calorosos, criando um ambiente que pulsa de amor.
Técnica | Dramaturgia
Por “Dramaturgia” entende-se o texto dramático que compõe uma narrativa, com desenvolvimento significativo de personagens, organização do enredo e modo de contar a história
Duda Machado, Camila Cohen, Erica Montanheiro, Luis Fernando Marques e Luiz Felipe Bianchini – Ainda sobre a cama
Bruna Menezes – Agropeça – Teatro da Vertigem
Dione Carlos – Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos – Cia de Teatro Heliópolis
Franz Keppler – Aquário com Peixes
Gabriel Cândido – Fala das Profundezas – Núcleo Negro de Pesquisa e Criação
Gerald Thomas – G.A.L.A.
Mario Bortolotto – Notícias de Naufrágios – Grupo Cemitério de Automóveis
Matheus Marchetti – O Bosque dos Sonâmbulos, o Musical
Duda Machado, Camila Cohen, Erica Montanheiro, Luis Fernando Marques e Luiz Felipe Bianchini recebem destaque pela criação de um roteiro vívido e visceral a partir da peça “Leonce e Lena” de George Büchner. A exploração dos diversos mesmos e outros personagens ao mesmo tempo e a capacidade de transpor a continuidade do feminicídio para um drama
Bruna Menezes por conseguir subverter o ideário do Sítio do Picapau Amarelo de um modo magistral, com seus personagens e em profundidade temática e narrativa em denúncia a amplitude do agronegócio
Embora o texto de Dione Carlos não seja desse ano, em Cárcere encontra-se a humanização e denúncia das condições e vidas negras que são atravessadas pela lógica carcerária e racista do Brasil
Franz Keppler realiza uma excelente exploração da subjetividade em crise de relacionamentos, pelo uso da narrativa fragmentada que se encaixa perfeitamente em um panorama geral
Gabriel Cândido consegue traspor para a forma dramatúrgica o conflito atravessado por raça, gênero e classe em uma narrativa de distopia sem recorrer à estereótipos ou desumanização, como se tivesse enxergado o profundo do ser humano e da sociedade e dado forma
Gerald Thomas parte do profundo estado de reflexão sobre a aflição da vida e a necessidade de transcendência em meio à efemeridade, encontrando o absurdo como uma possível saída
Mario Bortolotto conseguiu transportar as narrativas épicas em uma forma moderna com ironia e responder a importância de não ter tanta importância que o herói moderno é
Matheus Marchetti desenvolve a construção de uma narrativa queer sobre vampiros, explorando a beleza, elegância e contar uma belíssima história de amor e morte
Destaque Especial | Elenco
Por “Elenco” se entende um grupo de pessoas que se reúne para contar ao público uma história, cujas interações, falas e trocas artísticas se encontram esteticamente e com muita qualidade, sem desníveis e em prol do teatro. Esse ano, seis peças conseguiram se destacar nessa categoria:
A cor púrpura
Teatro da Vertigem – Agropeça
Os Satyros – As Bruxas de Salém
Teat(r)o Oficina – Mutação de Apoteose
Grupo Cemitério de Automóveis – Notícias de Naufrágios
O incidente
O elenco de A cor púrpura está destacado pelas atuações e danças vívidas e as vozes vibrantes. Além de sincronizados nesses aspectos, há uma clara demonstração do que a peça significa para cada um ali
O elenco do Teatro da Vertigem está destacado pela exploração de cada artista desde as entranhas até a caracterização visual de seus personagens. É um grupo que entende a importância do que está fazendo, de modo que as atuações e interações transmitem essa convicção para o público
Os Satyros transportaram a plateia para a tenebrosa Salém por meio de seu elenco impecável que entregou performances sinceras e aprofundaram a tensão discursiva do espetáculo
O elenco do Teatro Oficina conseguiu, além de fascinar seus visitantes, apresentar sincronia em toda a extensão da peça e o estranho (e mágico) efeito de atuar em grupo e individualmente ao mesmo tempo
O elenco do Cemitério de Automóveis conseguiu trabalhar personagens contrastantes, realistas e profundamente conectados em suas particularidades, que exploraram a angústia da condição humana
O elenco estelar de O Incidente conseguiu transmitir com muita expressividade todas as emoções necessárias para a composição da trama, deixando o público tenso até o último instante da peça
Destaque Especial | Teatro Fronteiriço
Por “Teatro Fronteiriço” se entende as peças que exploram as fronteiras entre o teatro e a literatura. Esse ano, quatro peças conseguiram se destacar nessa elaboração:
Marcia Zanelatto – Diadorim – Grande Sertão: Veredas
Angela Ribeiro, Hercules Morais e Rodrigo Audi – Dom Quixote – O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de la Mancha
Rafael Primot – Kafka e a Boneca Viajante – Kafka e a Boneca Viajante
Beatriz Barros e Vitor Britto – O avesso da pele – Coletivo Ocutá – O avesso da pele
A peça independente com roteiro de Marcia Zanelatto conseguiu explorar na forma de monólogo um personagem da obra “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, em que se sabe tão pouco em um texto consistente e coeso, complementando o livro.
A clássica obra de Cervantes, imensa em números de páginas, apresenta um dos personagens mais memoráveis (e amáveis) de todos os tempos, de modo que adaptá-lo para o palco seria uma dificuldade imensa. Através dos precisos recortes de Angela Ribeiro, Hercules Morais e Rodrigo Audi, além das aproximações e distanciamentos precisos, Quixote foi levado ao palco pela Cia Um em toda sua essência e glória.
Um livro que aborda como tema principal os sentimentos de luto e de melancolia conseguiu ser adaptado integralmente pelas mãos de Rafael Primot, com um roteiro leve, profundo e que atinge adultos e crianças.
O livro de Jeferson Tenório foi adaptado e explorado em todas as suas nuances pelas mãos de Beatriz Barros e Vitor Britto, tendo como resultado um texto sensível, combativo em relação ao racismo estrutural e magnânimo em sua exploração da relação do pai e do filho.
Atuação e Espetáculo | Ator em Peça de Teatro
Em “Ator em peça de teatro” entende-se o intérprete do personagem em uma peça em prosa com excelentes expressões vocais, corporais e emocionais na composição da realidade do personagem
Daniel Rechtman – Diretor – Professores Online – Coletivo Parêntesis de Teatro
Deni Marquez – Thato – Fala das Profundezas – Núcleo Negro de Pesquisa e Criação
Diego Ribeiro – John Halle – As Bruxas de Salém – Os Satyros
Gabriel Abu-Asseff – Jimmy e Lendal) – Um lugar chamado Amor
Michel Pereira – Paco – Dois Perdidos Numa Noite Suja – Delivery
Otavio Martins – The Boys in the Band
Paulo Vicente Hipólito – Contrarregra – Desempregada – Matamoscas Teatral
Daniel Rechtman apresenta uma excelente entrega corporal, vocal, expressividade facial na composição de um diretor neoliberal capaz de provocar repulsa a partir de um texto preciso
Deni Marquez possui uma ótima expressividade vocal e corporal na gradação de um personagem tão alienado no sistema proposto pela peça
Diego Ribeiro é destacado por tudo. Sendo um personagem apegado à fé e a moralidade, é necessário um trabalho inicial de uma convicção religiosa inabalável até o fim do arco da culpa ser expresso de modo contrastante
Gabriel Abu-Asseff é destacado por conseguir interpretar duas personas de personalidades tão contrastantes com extrema qualidade em cada um
Michel Pereira encarna um personagem impecável, imbuindo em sua atuação expressividade corporal e vocal, bem como uma interpretação madura e notável
Otavio Martins realiza a interpretação de um elegante cavalheiro em sua interpretação nitidamente autoral, espirituosa e de alto calibre
Paulo Vicente Hipólito tem uma prodigiosa interpretação de um personagem impiedoso e com olhar penetrante que mediava a plateia com o palco e utilizava o palco com maestria
Atuação e Espetáculo | Atriz em Peça de Teatro
Em “Atriz em peça de teatro” entende-se a intérprete da personagem em uma peça em prosa com excelentes expressões vocais, corporais e emocionais na composição da realidade do personagem
Carolina Mânica – Anita – Aquário com Peixes
Dalma Régia – Maria dos Prazeres – Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos – Cia de Teatro Heliópolis
Elisa Barboza – Elizabeth Proctor – As Bruxas de Salém – Os Satyros
Flavia Santana – Kendra – O Incidente
Jocasta Germano – Missy – The Money Shot
Mariana Costa – Tituba – As Bruxas de Salém – Os Satyros
Vera Zimmerman – Diadorim – Diadorim
Carolina Mânica faz uma incorporação impecável do signo de aquário (necessário à peça) em sua postura tensa, tom de voz cansado e decisões repentinas com tons animados
Dalma Régia dá vivacidade a uma personagem que por fora é muito expansiva e explosiva, além de segura e centrada e por dentro é muito sensível. Atuar dosando interioridades e exterioridades emprestando apenas o próprio corpo é algo raro de se ver
Para Elisa Barboza o destaque vai sobretudo pela voz que permeia impecavelmente o texto, sendo capaz de expressar muito mesmo no escuro. A isso, soma-se a postura contida e solene da personagem, o que a carrega de veracidade
Flavia Santana transmite com maestria a angústia, raiva e revolta desde o momento em que pisa no palco até o que sai. É uma atriz completa
Jocasta Germano é destaque pela voz, expressão corporal, trejeitos da inocente Missy e capacidade de tornar verossímil todo o contorno de sua personagem
Mariana Costa apresenta uma interpretação intensa da personagem mais injustiçada da trama. Mariana é graciosa nos momentos de gentileza e impressionante nos momentos de tensão
Vera Zimmerman é e será Diadorim no imaginário de quem a assistiu. Encarna o jeito jagunço em seu modo de andar, falar, em suas expressões faciais e na recitação do próprio texto
Atuação e Espetáculo | Ator em Peça de Teatro Musical
Em “Ator em peça de teatro musical” entende-se o intérprete do personagem em uma peça em prosa com excelentes expressões e dinâmica vocais, corporais e emocionais na composição da realidade do personagem
Ali Baraúna – Frederico Evandro – Lisbela e o Prisioneiro, o Musical
Caio Giovanni – Harpo – A Cor Púrpura
Diego Campagnolli – Perch Perkins – Bob Esponja, o Musical
Lucas Bocalon – Oliver – O Bosque dos Sonâmbulos, o Musical
Mateus Ribeiro – Bob Esponja – Bob Esponja, o Musical
Ali Baraúna é destaque pela encarnação fria de um assassino nordestino, com um trabalho de domínio vocal e corporal excelentes, oferecendo singularidade ao personagem
Caio Giovanni é destaque pela elevação do tom humorístico do personagem, pela expressão vocal nas músicas e falas e corporal na cena e nas coreografias
Diego Campagnolli é uma explosão de carisma, trazendo vivacidade ao fundo do mar enquanto referencia toda a corrente de jornalistas sensacionalistas do mundo atual
Lucas Bocalon é pura poesia em movimento, cativando com sua presença e performance encantadoras. De todos os atores que já vi é o que mais consegue trazer verdade em sua interpretação
Mateus Ribeiro tem o maior destaque para a expressão vocal, além da gentileza palpável em sua interpretação de Bob Esponja. Além disso, dança muito bem
Atuação e Espetáculo | Atriz em Peça de Teatro Musical
Em “Atriz em peça de teatro musical” entende-se a intérprete da personagem com excelentes expressões vocais, corporais e emocionais na composição da realidade do personagem
Carol Garcia – Rita – Kafka e a Boneca
Erika Affonso – Sofia – A cor púrpura
Fabi Bang – Glinda – Wicked
Flavia Santana – Shug Avery – A cor púpura
Gottsha – Rosie – Mamma Mia!
Thais Piza – Vivian Ward – Uma Linda Mulher, o Musical
Carol Garcia interpreta tão bem uma criança, com voz e trejeitos, trazendo a cada cena o gosto da infância com uma pureza nunca vista nos palcos
Em primeiro lugar, que voz! Erika tem uma excelente presença de palco, além de dançar muito bem. Entrega uma boa atuação nos dois extremos da personagem: imponente no começo e lacônica no final da peça
Fabi Bang é um raio de luz e ilumina o palco com sua interpretação encantadora da fada egoísta de Oz, com interpretação elevada de humor
Flavia Santana é maravilhosa. Tem um excelente domínio de palco, além de transparecer a plena compreensão de sua personagem, dosando bem as emoções, voz e talento em cena
Gottsha esbanja energia e vitalidade, tendo explorado com muito humor e qualidade artística a sua personagem para além da amiga coadjuvante atrapalhada
Thais Piza é divertida, entrega todas as emoções de Vivian com muita habilidade e tem presença de palco. Sua voz, aliada à habilidade de dançar e interpretar, possui um brilho único.
Atuação e Espetáculo | Peça de Teatro
Por “Peça de teatro”, há o conglomerado de todas as categorias anteriores pensados com originalidade e inovação, relevância cultural e social, verdade e técnica cênica
As Bruxas de Salém – Os Satyros
Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos – Cia de Teatro de Heliópolis
A montagem de “As Bruxas de Salém” pelos Satyros é um monumento de excelência teatral. Cenografia, iluminação e figurinos perfeitos, atuações impecáveis e uma experiência transformadora. O elenco transcende, trazendo Salém e suas complexidades à vida, discutindo a política brasileira de forma catártica sem alterar o texto original, o que revela primazia do trabalho técnico do grupo
“Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos” da Companhia de Teatro Heliópolis é uma obra-prima teatral que transcende a marginalidade, explorando a complexidade das relações femininas e raciais que estão envoltas no universo do encarceramento em massa brasileiro. A atuação coletiva é catártica, a ambientação envolvente, e a dança, uma expressão poderosa de um grupo sincronizado
Atuação e Espetáculo | Peça de Teatro Musical
Por “Peça de teatro musical”, há o conglomerado de todas as categorias anteriores pensados com originalidade e inovação, relevância cultural e social, verdade e técnica cênica
A Cor Púrpura
Bob Esponja, o Musical
O Bosque dos Sonâmbulos, o Musical
Uma Linda Mulher, o Musical
Wicked
O musical “A Cor Púrpura” é um espetáculo impactante que vai muito além da estética deslumbrante. O domínio do elenco, direção, cenografia e sonoplastia convergiram para criar uma narrativa de beleza tocante e arrebatadora. Uma experiência que transcende, abordando temas poderosos e provocando reflexões atuais sobre a persistência do racismo e sexismo na sociedade
“Bob Esponja, o Musical” é uma obra teatral surpreendente que desafia as convenções da arte contemporânea. Com cenografia magnífica, coreografia envolvente e performances brilhantes, a peça oferece uma experiência teatral única ao explorar a condição do trabalho em meio a uma crise pública. A narrativa habilmente entrelaça humor e críticas sociais, proporcionando um espetáculo memorável para todas as idades
“O Bosque dos Sonâmbulos, o Musical”, dirigido por Matheus Marchetti, é um espetáculo teatral arrebatador que mescla mistérios noturnos, romance LGBTQIAP+ e horror vampiresco. Com cenografia simples, iluminação magnífica e boas performances, a peça mergulha na dualidade humana, explorando memória e desejos. Uma experiência teatral excepcional, transcendendo o convencional.
“Uma Linda Mulher, o Musical” é uma obra-prima teatral que transcende o entretenimento ao provocar reflexões sobre valores morais e relações sociais. Desde uma abertura poderosa até o desfecho, a peça encanta com a magia do clássico filme de 1990. Direção, música e elenco se unem em uma produção inesquecível e esteticamente agradável
“Wicked” faz com que a mágica de Oz ganhe vida no teatro. Com cenografia e figurinos impecáveis de Morgan Large, a peça cativa desde o início. A atuação sublime de Myra Ruiz e Fabi Bang fazem desta uma experiência teatral inesquecível.
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Evoé
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