Identidade e protagonismo feminino
Uma das temáticas muito abordadas na atualidade são as questões sobre Identidade e protagonismo feminino. Muitos livros abordam essas temáticas que são essenciais nos dias de hoje para promover a igualdade de direitos, a consciência crítica e a autoestima. Há muitas escritoras que participam da luta feminina por direitos e incentivam a independência, amor próprio e os direitos humanos, entre elas Gayatri Spivac e Bruna Assis Brasil.
No livro “Pode o subalterno falar”, Gayatri Spivac retrata a subalternidade feminina na sociedade indiana que a coloca como ser subjugado pelo gênero inferiorizado. A mulher só é valorizada pela sociedade indiana quando é casada e precisa de um agenciamento inclusive ideológico por parte do marido. Com a morte do mesmo existe o apagamento identitário da mulher. Muitas perdem os seus bens, são colocadas em asilos ou lançadas a própria sorte. Atualmente há muitas denúncia sobre abusos das viúvas indianas além da prática do suicídio da mulher Sati “ a boa esposa” – uma tradição existente nessa sociedade de castas em honra do marido morto.
Spivak discute que muitas vezes o fato não ocorre somente por tradição já que a vida da mulher viúva torna-se muito difícil mediante aos desrespeitos sofridos e pela perda total de direitos. A identidade feminina é totalmente apagada mediante a morte do marido. Muitos familiares passam a se responsabilizar por essas mulheres mas muitos cometem práticas abusivas contra elas.
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Realidade semelhante é retratada no livro “Malala – A menina que queria ir para a escola” de Bruna Assis Brasil. Conta a história de quando Malala tinha dez anos de idade e a estudante passou a enfrentar a realidade do regime talibã que determinava que no vale de Swat, apenas os meninos poderiam ir para a escola. A paquistanesa usou as palavras como forma de defesa escrevendo em um blog a realidade vivida nessa localidade de rara beleza. Quando iria para a escola o ônibus foi alvejado por tiros, mas Malala sobreviveu e ganhou um Prêmio Nobel da Paz por promover a luta pela igualdade.
Enquanto o livro de Spivak denuncia a ausência de direitos humanos e uma tradição religiosa que leva a prática da perda da identidade e da vida, Malala usou as páginas em um blog para lutar pela educação das meninas e seu direito a independência intelectual. Spivak torna o seu livro um instrumento de luta contra a opressão que as indianas vivem diariamente. No Brasil não é diferente, embora as mulheres não pertençam mais a uma sociedade patriarcalista muitas mulheres precisam lutar diariamente pela sua autonomia, por direitos e respeito.
A leitura de livros como os supracitados nos mostram que sempre existe um caminho e uma possibilidade de tornar o protagonismo feminino uma realidade. Diariamente nós somos protagonistas e autoras de histórias de luta e superação embora o contexto histórico que vivemos seja bem diferente. As sociedades democráticas nos possibilitam diferentes veículos e instrumentos de luta que tornam a obtenção de direitos humanos uma realidade. Atualmente as princesas reais lutam pelos seus sonhos e pela sua realidade.
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