O filme “A Mãe”, dirigido pela talentosa Niki Caro e estrelado por Jennifer Lopez, estreou no último dia 12, na Netflix, e já ocupa a primeira posição dos filmes mais assistidos da semana.
Com um roteiro categoricamente mediano, “A Mãe” mira nos filmes épicos de ação e acerta no pior que a Netflix pode fazer. Porém, é possível dizer que a produção entrega o que promete: um filme superficial para ver em um domingo à tarde, quando não há nada melhor para fazer.
A escolha de Jennifer Lopez para o papel principal (que não possui nome, além de ‘A Mãe’) foi uma atitude acertada possibilitando ao telespectador um lado mais maduro da atuação da atriz, que há muito tempo não era visto. O que chama a atenção também é o fato de que Lopez é naturalmente uma personalidade magnética que atrai holofotes (e público). Uma escolha diferente de atriz principal talvez colocasse ainda mais em questão os erros do filme.
Mesmo que o filme tente muito emplacar uma relação mãe e filha com superações (utilizando elementos e narrativas praticamente copiadas da dinâmica entre Joel e Ellie, de “The Last of Us”), o roteiro não encaixa tão bem. A personagem principal não cede tão facilmente às tentativas de reaproximação da filha, mesmo sendo isso que ela queira inicialmente.
Aproveitando para citar um ponto positivo, a atriz Lucy Paez, que interpreta a filha Zoe, tem uma atuação sólida, fazendo com que a segunda metade do filme seja muito mais suportável que a primeira, que conta com uma quantidade absurda de cenas exageradamente falsas. Além disso, o propósito claro das cenas de ação (a sobrevivência) e os acontecimentos mais concretos da trama dão à segunda metade da narrativa oxigênio suficiente para que o telespectador chegue ao final do filme.
Claramente este é um filme que tinha bastante potencial para ser uma Ação diferente das outras: uma ex-atiradora de elite se envolve com o tráfico de armas, fica grávida e se alia ao FBI para proteger a filha. Tanto em termos visuais quanto em termos narrativos, a diretora peca com erros pequenos e grandes.
Ao mesmo tempo que é bem interessante ver um filme desse gênero sendo dirigido e protagonizado por mulheres, e com um elenco repleto de artistas latinos, mais uma vez é possível perceber uma propaganda barata para o “sempre forte exército estadunidense” enquanto do outro lado estereotipam latinos (nesse caso, cubanos) como os usuários e vendedores de drogas, o que cai em um clichê batido, previsível e xenofóbico.
Outro aspecto negativo do filme é o pífio tempo de tela dos vilões, interpretados pelos grandes Gael García Bernal e Joseph Fiennes, que inclusive são parecidos. Juntos, acumulam não mais que míseros 5 minutos de tela, o que é um desperdício considerando que são dois ótimos atores e poderiam entregar mais.
Portanto, quem optou pelo “queridinho da semana” para um entretenimento em família provavelmente se decepcionou com alguma das infinitas cenas de ação sem nexo. De forma geral, “A Mãe” é mais uma prova de que a Netflix hoje em dia faz marketing melhor do que filmes.
Obs: Lançar um filme chamado “A Mãe” um dia antes do Dia das Mães, comemorado em mais de 80 países na mesma data, foi uma jogada comercial muito interessante da Netflix.
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o filme tem cara de ruim msm e esses últimos filmes da jlo tão péssimos! o do casamento lá do prime vídeo horrível também
nem parece a mesma atriz que fez Selena ou maid in manhattan
Que escrita!! Adorei a crítica, entende muito. Não pegou leve!!!!